sábado, 2 de março de 2013

Um Pouco de Poesia nas Agruras do Dia a Dia

Caro colega Educador, permita-me falar um pouco do que pode parecer amenidade, mas não sem a intenção de provocar um pouco de reflexão. A questão da sensibilidade e da afetividade deve ser compreendida como referencial pedagógico. Principalmente, porque nos endurecemos frente às adversidades. E mais ainda porque o nosso trabalho é eminentemente humano.
Em uma atividade que desenvolvo, com o mesmo título deste post, convido os participantes a pensar a vida, através de conversas informais, a partir da leitura de um texto poético escolhido. Já utilizamos artigos de jornais, letras de músicas, poemas, crônicas etc. A ideia é envolver todos os presentes em um ambiente de sensibilidade, a tal ponto que a participação seja natural, espontânea e livre de censuras e temores. O resultado é fantástico: as pessoas sentem-se tranquilas em omitir opiniões - livres da pressão de uma avaliação, os comentários, os debates e o envolvimento tornam-se muito positivos; desenvolve-se, naturalmente, os conceitos de socialização - falar, ouvir o outro, expressar-se -; e todos nós, aproveitando-me da fala de um dos participantes, nos sentimos um pouco mais inteligentes.
Fico pensando essa metodologia em uma sala de aula. A partir de um estímulo qualquer - um texto, um mapa, um problema de matemática, uma experiência científica, uma imagem etc -, cria-se um ambiente em que se permite a discussão dos referenciais poéticos daquele estímulo, sem que haja a conceituação de "certo" ou de "errado". Por "referencial poético" entenda-se, por favor, toda e qualquer emoção ou sentimento oriundos daquele estímulo - caberá ao Educador conduzir e administrar as rotas de caminhos sobre essa variável. Certamente, haverá um pouco de dificuldade no começo, mas a persistência talvez mostre que abrir um espaço de significação, talvez calcado na ideia humana de sensibilidade e vinculado aos conteúdos trabalhados, pode ser interessante para a busca de uma Educação de melhor qualidade.

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