terça-feira, 31 de maio de 2016

Anotações - A arte de estudar

A ideia do estudo é a referência da busca da evolução pessoal. Uma matéria do jornal Folha de S.Paulo, a propósito dos desafios dos vestibulandos, traz-nos um pouco de luz sobre a questão do estabelecimento de técnicas e de planejamento para a definição de um caminho mais racional para os estudos e pesquisas. (Breve história do tempo - Folha de S.Paulo, 15/05/2016, Pág 2, Especial Vestibular no meio do ano).
A matéria propõe ao candidato o estabelecimento de um método de estudo interessante, destacando elementos que podem influenciar positivamente os resultados.
O primeiro dos elementos diz respeito à organização de um espaço adequado aos estudos - o espaço adequado colabora, e muito, na concentração; a seguir, reflita sobre os elementos que propiciam as distrações e tente eliminá-los.
Algumas variáveis relacionam-se quanto ao teor concreto dos estudos - definir metas em relação ao conteúdo a ser estudado, fazer intervalos a tempos estabelecidos, identificar tópicos que podem suscitar dificuldades... e por aí vai.
Há elementos que dizem respeito, é bom que se reflita sobre isso, a questões biológicas: uma alimentação bem feita reflete nas relações de aprendizagem; a qualidade do sono interfere na capacidade de concentração.
Estudar - e, na extensão, preparar-se para uma avaliação qualquer - mais do que arte, está inserido nas variáveis racionais e de planejamento que perfazem os processos de evolução pessoal.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Impossível e possível

"Para conseguir o impossível é preciso acreditar que é possível"
(Alice - a do País das Maravilhas)

Na leitura do que parecia impossível e acabou por se demonstrar algo que poderia, sim, ser desenvolvido está a referência de determinação e capacidade de transpor os desafios. A possibilidade de realizar algo é a competência de enxergar além do que se aparenta.
Muitos de nós nos acomodamos ao longo de nossa narrativa; enfraquecemo-nos ao primeiro sinal de dificuldade e da complexidade de transpor barreiras e fronteiras. Fraquejamo-nos diante das situações de solidão e/ou de desamparo.
Acontece que as variáveis de desenvolvimento e de evolução pessoal pede que sejamos determinados. Que saibamos vencer nossas fraquezas e que consigamos transpor os obstáculos à maneira dos mitológicos heróis. E o que nos separa das mitológicas aventuras dos heróis é a determinação... Determinação, é sempre bom lembrar, é resultado de o quanto estou preparado para o enfrentamento de meus dissabores. A determinação e uma inabalável crença daquilo que é possível fazer.
Às vezes é o que nos coloca para trás, em nossos rumos de desenvolvimento: pensamos que não é possível. E, ao pensar que não é possível, acreditamos mesmo que não é possível. E, ainda, ao acreditar nessa máxima, mal nos movimentamos aos nossos propósitos - é difícil mesmo, porque então caminhar?
O problema é que, de verdade, só saberemos das dificuldades - da dimensão e das instâncias das dificuldades - se nos movimentarmos. Ao nos movimentarmos, entendemos os rumos e propósitos das demandas... aprendemos a quantificar as variáveis que se apresentam, a medir as fronteiras dos caminhos, a analisar as respostas do mundo. E só aí podemos estabelecer essa ou aquela leitura dos rumos que tomamos. Se é fácil ou difícil, para dizer a verdade, não importa muito... o que importa é a capacidade que desenvolvemos ao refletirmos sobre as facilidades e dificuldades com que nos depararemos. Troque "difícil e fácil" por "impossível e possível" e você terá uma aproximação reflexiva do mote dessa conversa. O que é impossível ou possível serão dimensões das instâncias em que me encontro... e são instâncias que mudam a cada dobrar de esquina.
Isso tudo, é claro, desde que eu esteja com aquela competência desenvolvida (ou, ao menos, exercitada): a de enxergar além do desenho que a realidade me mostra. Quer dizer: o que, aparentemente, mostra-se como algo definido e claro (seja possível ou impossível), pode mudar de forma ao mudar o ângulo de vista.
Para o herói, não é importante que algo seja impossível ou possível... para o herói, o que importa é a sua capacidade de entregar-se à jornada.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Anotações - Falar menos e orientar mais

O professor José Moran, Doutor em comunicação pela USP, em um Congresso de Educação acontecido na semana passada, apresentou a máxima que dá título a essa publicação: "Uma boa aula é quando o professor fala menos e orienta mais.".
E concordamos com isso. Falar menos e orientar mais talvez seja o preceito mais claro de uma Educação de melhor qualidade a ser desenvolvida nesses tempos de modernidade. O professor, às vezes, gasta muito de seu tempo em verborragias que não levam a lugar algum... e esquecem-se do propósito de orientar os jovens aos seus avanços.
Via de regra, os alunos estão à espera de orientações... e propensos a isso. A ideia de orientação é muito mais positiva do que a de ensino. Ensinar pressupõe uma mente superior preterindo a habilidade do aluno; orientar indica o caminho de que um mentor vai ajudar o discípulo a descobrir suas potencialidades e usá-las de forma qualificada.
Um dos maiores problemas, aqui, na reversão de uma lógica estabelecida, é que o ato de orientar exige que o professor saiba ouvir bem o aluno, e que desenvolva uma metodologia de aproximação eficaz e positiva.  É necessária uma outra abordagem de aproximação que não a da imposição do medo - orientar alguém não guarda relação alguma com aqueles terrorismos infundados de notas e de disciplinas mal elaboradas.
Quando a Educação entender que os mecanismos da orientação produzem efeitos de melhor qualidade para o desenvolvimento, certamente vislumbraremos caminhos mais iluminados para os espaços escolares.






segunda-feira, 23 de maio de 2016

Sacrifício e escolha

Nos caminhos do desenvolvimento pessoal, é comum enfrentarmos situações em que nossas escolhas definem os rumos que deveremos tomar. Algumas vezes, a ideia de escolha confunde-se com a de sacrifício.
Simplificando, a variável de escolha está relacionada ao pressuposto de que minha atuação pode tomar este ou aquele rumo, circunscrito a minha livre possibilidade de alternativas a serem preferidas; a do sacrifício não se apresenta com esta livre possibilidade - eu preciso e devo seguir aquele rumo, justamente porque não tenho alternativas a serem analisadas.
Quando a situação que se apresenta é a do sacrifício, não há nada a se fazer - é necessário que o encaminhamento seja aquele e pronto. Quando há uma escolha, minhas competências e análises é que balizarão a preferência de um ou de outro caminho a ser seguido.
O que é fascinante nas trilhas da evolução pessoal é que essas duas variáveis surgirão a todo o instante: ora, fazemos escolhas; ora, enfrentamos sacrifícios. O que não vale é misturar as estações: se você se queixa de que dorme pouco e está cansado porque preferiu ficar assistindo à televisão até mais tarde, isso é uma escolha e não um sacrifício.
É preciso que saibamos determinar, em nossos planejamentos, as instâncias de uma ou de outra referência, para que lidemos melhor com os dissabores - ou os gastos de energia necessários - quando passar pela situação: quando a variável tratar-se de uma escolha, não posso reclamar muito das consequências... basta desenvolver a competência de realizar melhor a escolha.
Nesse bojo, o enfrentamento de um sacrifício é constituinte do processo de desenvolvimento... é algo que sei que vou ter que enfrentar. Assim, se o meu negócio dizer respeito à produção de conteúdo intelectual, preciso estar preparado para dedicar-me mais a estudos e pesquisas científicas fundamentadas em leituras. O que vai tomar um relevado tempo das minhas atribulações.
No fim, analisar as escolhas ou enfrentar os sacrifícios, com equilíbrio racional e emocional, será o fundamento principal de seu crescimento (pessoal, profissional etc.).

(O tema do sacrifício e da escolha foi um mote oferecido-me pelo Mestre Carlos Eduardo Cravo. Saiba sobre o seu trabalho clicando aqui). 

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Anotações - Falta de pensamento crítico

Vivemos a era dos posicionamentos apressados e descabidos de lógicas; da falta de racionalidade nos debates; da inexistência de ponderação crítica nas análises. A principal consequência são as manifestações passionais acerca de assuntos e temas muito sérios, em que deveriam pesar o pensamento crítico e as ações racionais da lógica e do diálogo.
Essa premissa não é só referência dos problemas políticos que enfrentamos aqui, no Brasil - até enxergamos vários exemplos nesses momentos de crise política por que passa o nosso país, mas a falta de pensamento crítico está em diversas instâncias do nosso processo de construção do conhecimento.
Já foi dito aqui, inúmeras vezes, que o ato de pensar e encaminhar uma discussão sob a ótica da racionalidade dá um pouco de trabalho. E, certamente, a ideia de esforço e de gasto de energia desanima um pouco algumas pessoas... é mais fácil apressar um posicionamento, ainda que fragilizado de racionalidade, do que gastar um pouco de estudos e pesquisas para corroborar a opinião. Para completar, existe o pensamento moderno da sociedade que nos cobra atitudes imediatas. Se não tivermos o mínimo de embasamento científico, tascamos qualquer viés ideológico, só para não perder o bonde da história.
Acontece que, em alguns casos - principalmente os de relevada seriedade - é melhor, sim, perder o bonde da história, se não tivermos fundamentos e bases que nos permitam uma criticidade lógica.
A nossa lição de casa é, em primeiro lugar, quando a situação dizer respeito a referências lógicas e de grande seriedade, não adotar posturas apaixonantes e de defesas emocionais; em segundo lugar, fazer constantemente o exercício da adoção do pensamento crítico. 
Lembrando aí que o pensamento crítico não assume lados, como as atitudes passionais de quem defende o time por que torce; ele assume ideias fundamentadas na lógica e nas ações reflexivas... Lembrando também que o exercício do pensamento crítico exige de nós uma constante e desperta preocupação de nos alimentarmos de conhecimentos.
  




terça-feira, 17 de maio de 2016

Anotações - Superação

Não é curioso que conheçamos diversas histórias de superação? O homem que perdeu o braço e vive de catar sucatas pela rua... O que perdeu o pé e hoje é atleta profissional... Aquele que perdeu a visão e trabalha com determinação. Todas essas histórias são sempre mostradas pela característica de alegria e de força de superação. Quase sempre vemos que são pessoas que colocam as dificuldades em um plano de motivação.
Essas histórias que conhecemos, via de regra, mostram-nos histórias e fatos de elementos concretos de dificuldades (a falta de alguma parte do corpo, um limite físico etc). Mas a ideia de superação não necessita de exemplos tão concretos assim... às vezes, o limite é subjetivo - um pensamento, uma descrença, uma fraqueza qualquer etc.
E aí, os limites ganham uma referência extremamente abstrata - o sujeito não consegue ir adiante porque seus pensamentos não deixam... não há avanços porque o sujeito perdeu a crença nas suas capacidades... e por aí vai.
Nessas situações, o conceito de superação precisa ser aprendido com aqueles cujas limitações são reais e aparentes. O sujeito sem braço que busca a sobrevivência no trabalho de catar sucatas pelas ruas e coloca ali toda a sua nobreza de vida não diminuiu sua fé em seus potenciais; o atleta, que se supera em relação à deficiência, não pensou na carência física para limitar-se a seus propósitos; o deficiente visual, que se entrega ao trabalho com renovada determinação, não diminuiu o ritmo de seus sonhos.
Quando entendemos que os limites que colocamos em nossos caminhos estão mais no âmbito dos pensamentos do que da razão, já teremos traçados os rumos da superação de qualquer obstáculo.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Evolução Pessoal

Os caminhos da evolução pessoal exigem movimentos de estudos e de aperfeiçoamento constantes. Evoluir-se está no campo do aprimoramento pessoal, em relação ao redimensionamento das competências e habilidades.
A busca da evolução pessoal, caminho a ser percorrido em insistentes rumos, está diretamente relacionada às relações entre o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento sócio-afetivo. A formação do ser humano é um caminho que integra diversos saberes e habilidades.
O desenvolvimento pessoal é o trajeto que determina o quanto de preparo nos torna uma pessoa melhor - é aqui que podem ser alocados a formação e o desenvolvimento de habilidades e competências.
O desenvolvimento sócio-afetivo é o conceito que nos responde aos rumos de integrar-se melhor com o outro e consigo mesmo (auto-confiança, auto-estima, sociabilização), é o desenvolvimento da auto-estima e do equilíbrio emocional.
A pessoa precisa equilibrar as variáveis de formação intelectual com as referências emocionais.
Na busca da formação intelectual são destinadas as instâncias de preparo intelectual e racional - os estudos, as pesquisas, as leituras acadêmicas e científicas e assim por diante. É nesta dimensão que destinamos as especificidades técnicas dos campos do saber.
A formação intelectual prepara-nos para as relações conceituais do saber.
O desenvolvimento sócio-afetivo responde pela capacidade - que temos e a ser desenvolvida - para as integrações sociais necessárias para o exercício daquele saber. Além disso, o equilíbrio emocional prepara-nos, também, para a assimilação dos saberes - o quanto estivermos emocionalmente equilibrados interfere na apreensão das referências intelectuais e lógicas dos caminhos da aprendizagem.
É importante que os agentes pedagógicos guardem a ideia de que a promoção da evolução pessoal está condicionada à equalização dos processos lógicos e emocionais - criar condições para que os referenciais técnicos e racionais estejam em simbiose com os processos sócio-afetivos permitem uma maior amplitude das possibilidades das aprendizagens.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Anotações - Vulnerabilidade social

Entender o processo de vulnerabilidade social por que passa alguns grupos de pessoas é fundamental para balizar nossos movimentos de ações, se quisermos fazer parte das instâncias de transformações necessárias ao mundo.
A questão da vulnerabilidade revela-se em diversas facetas, desde as mais elaboradas (como as situações dos refugiados amplamente divulgadas), até as mais próximas (como as situações de pobrezas e marginalidades que conhecemos), passando pelas subjetivas (como as de abandono afetivo que, às vezes, nem percebemos ou não queremos perceber).
As crianças e jovens de comunidades periféricas são as que mais sofrem da situação de vulnerabilidade social; o público de terceira idade são os mais acometidos pela instância de abandono afetivo. E é exatamente desses dois públicos que perpassa esta minha reflexão.
A ideia de vulnerabilidade está relacionada com a clareza semântica de sua palavra: as pessoas ficam mais fragilizadas quando a questão é o desenvolvimento (pessoal, social, profissional etc). Assim, 
os envolvidos nas situações de vulnerabilidade social já estão em desvantagem no que diz respeito aos caminhos de evolução pessoal.
As crianças e os jovens veem-se desprovidos das oportunidades benfazejas no crescimento pessoal; o público de terceira idade encontra-se nas carências afetivas necessárias (falta de convívio social, necessidade de bem estar físico e emocional etc).
A elaboração e o desenvolvimento de um trabalho que procure minimizar o efeito dessas carências devem fazer parte dos rumos profissionais dos sujeitos que detêm alguma habilidade e competência que transcendam os referenciais medianos. Em Educação, o que não falta é a possibilidade de serem descobertas habilidades e competências acima da média.

(Esse assunto deve voltar a fazer parte de nossas publicações. Aguardem!). 

terça-feira, 10 de maio de 2016

Raízes

Meu amigo Carlos Cravo, Mestre 5º Dan em Hapki-do e Terapeuta Holístico (se quiser conhecer um pouco do seu trabalho, clique aqui), tem me alertado, já há algum tempo, sobre a questão do estabelecimento de raízes na constituição do desenvolvimento pessoal. No processo de evolução pessoal, ensina-me o Mestre, é preciso gastar um tempo no cuidado com a raiz... é ela quem vai garantir a sustentação firme e confiante nas andanças.
Em síntese, a ideia é a de que, às vezes, a colheita dos frutos e das flores pode demorar um pouco, estender-se por um tempo maior. Mas a maior importância é a do cuidado que devemos destinar à consistência da estruturação das nossas raízes. Afinal, as flores e os frutos, ainda que embelezem as árvores, guardam na sua beleza a constituição da fragilidade e da efemeridade; já as raízes, ainda que pouco sejam visíveis, são as responsáveis pelo propósito das árvores - as raízes, de caráter consistente e fornecedoras de vida, trazem, no seu simbolismo, a representação da permanência.
No caminho do desenvolvimento pessoal, a metáfora da raiz - e do cuidado com sua estruturação - está relacionada à constituição sólida de propósitos, que nos garante a força e a determinação para os desafios que nos serão constantes.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Planos, rotas e tomadas de decisão

A ideia do estabelecimento de planos na variável de organização de rotas, no processo de empreendimento de qualquer empenho, é uma instância das mais significativas no rumo de desenvolvimento. É necessário estabelecer rumos e planos nos caminhos do trabalho ou da vida. E é assim para demandas grandes ou para pequenas venturas.
O planejamento é o mapa que nos traça e aponta as direções a serem seguidas. É como uma carta de trilhos e rumos das nossas direções.
Tudo isso é bem verdade, mas é preciso que se diga do estabelecimento de planos e rotas o que está no âmbito das imprevisibilidades. Não há exatidão... não há precisão ("Navegar é preciso, viver não é preciso", já nos ensinou o poeta).
Às vezes, no caminho e nas andanças, nosso sentido de orientação nos leva a rever direções. E deve ser assim mesmo, ainda que tenhamos traçado um plano. Nossa mente e nossa inteligência precisam estar a serviço da leitura dos instantes e dos caminhos e das direções, de tal forma a nos possibilitar as releituras - "Será que não é melhor mudar de caminho?"... "Será que não é melhor mudar o olhar?"... E assim por diante.
As releituras estão na variável da complexidade dos processos. O planejamento é importante para nos traçar rotas... as releituras nos obrigam a perceber nos caminhos sinais que nos acordem para a necessidade de rever os planos. Nem sempre é fácil; há um dinamismo tão marcante a ditar a vida, que é preciso considerar as revisões de planos, as mudanças de rotas.
E nesse dinamismo frenético da vida, a medida da racionalidade, que deve fazer parte dos planos, é a nossa capacidade de analisar esses meandros. "As coisas estão dando certo?"; "É necessário mudar de caminho?"; "Deu certo a mudança?"... De pergunta em pergunta, a respeito dos volteios que permitirem os caminhos, os rumos do desenvolvimento pessoal vão construindo novos olhares e novas motivações para a percepção das possibilidades de renovação das diretrizes. E a principal consequência desse movimento é a confiança para as tomadas de decisão, necessária nesse processo.
A evolução pessoal, como caminho principal dos processos pedagógicos e profissionais, é o resultado das competências que se verificam nas diversas tomadas de decisão que permeiam nossos trilhos de andanças.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Anotações - Maternidade e Educação

Na proximidade do Dia das Mães, pensei nas relações - necessárias e involuntárias - entre a ideia de ser mãe e o trabalho de educar. Caminhando pelas tarefas do meu cotidiano, observei uma jovem mãe conversando com sua filha de colo e pensei na magnitude dessa relação. A mãe, atendendo às curiosidades da menina, dizia sobre o sistema de atravessar a rua ("É preciso esperar o sinal ficar verde, filha..."). Parece bobagem, mas o pressuposto da Educação é, exatamente, desvendar mecanismos de funcionalidade da vida... o sinal que fica verde, o respeito que se tem aos outros e às coisas, noções de higiene, noções de organização etc. E, para as crianças, muitas das coisas que são plenamente comuns para os adultos, não passam de grandes e fantásticos mistérios a serem desvendados.
E aqui, nesta ilustração da mãe conversando sobre a filha dos segredos de atravessar a rua, temos, ainda, a percepção redimensionada dos valores da Educação. A Educação, ao largo dos trabalhos curriculares que se verificam nos espaços escolares, também precisa ser o desvelamento das coisas misteriosas, em um jogo fantástico de descobertas e redescobertas, em algumas medidas percebidas como mágicas e fantasiosas.
Transformar os propósitos da Educação naquela imagem da mãe revelando (e ela vai ter ainda que insistir nessa variável, porque a aprendizagem se dá por persistência) aos olhos curiosos da filha pequenas instâncias do cotidiano é a máxima que devia conduzir todos os trabalhos pedagógicos.
Parabéns a todas as mães!



terça-feira, 3 de maio de 2016

Anotações - Acreditar

Quando tudo parece sem saída, só há uma saída: acreditar!
Parece - e é - dessas frases de propaganda, mas há aí um subtexto interessante: o acreditar em algo é que nos move às possibilidades de transformação da realidade.
Quando me movimento nos caminhos do meu processo de evolução, há uma ordem mental fundamentada no preceito de acreditar nos rumos. Eu acredito na transformação, acredito nas minhas potencialidades, acredito no arranjo da realidade, acredito na subversão das ordens... enfim, é um jogo de crença nas mais diversas referências. E é importante que existam essas crenças - é o que nos faz caminhar!
Normalmente, em situações de desgastes e de desesperança, é comum perdermos a identidade com esse viés - deixamos de acreditar. Então, talvez, o grande exercício da busca de evolução é alimentar as perspectivas dessa premissa: acreditar sempre!
E com o fundamento da premissa, exercitar o cérebro para as bases que nos deixam prontos para o acreditar: formar-se, determinar-se, permitir-se nos sonhos... e assim por diante!

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Metodologia da inspiração

Durante algum tempo, fiquei reticente às ideias de inspiração. Gostava de dizer que não acreditava em inspiração, valorizando as variáveis de esforço e do trabalho no caminho do desenvolvimento. Em minha tese, a referência de inspiração conferia uma dimensão mágica ao produto do trabalho. Até usava, para reforçar meu conceito, a imagem de alguém sentado, esperando uma luz divina acorrer-lhe à falta de ideias do que fazer... essa era, para mim, a imagem de inspiração.
Gostaria de aproveitar esse espaço para rever meus conceitos. Ainda defendo - e valorizo - as dimensões do esforço, da determinação e do trabalho. Entendo que, ainda que tenhamos habilidades e competências para determinada elaboração (e as temos!), é só na realização do trabalho árduo e consistente (e insistente!) que o desenvolvimento se sustenta.
Acontece que uma variável tomou-me os pensamentos, nestes últimos dias. Eu reconheço que me inspiro em várias pessoas, em várias ideias e em várias dimensões para o movimento do meu trabalho. Algumas pessoas fornecem-me ricos subsídios de inspiração para os meus conceitos e credos; muitas ideias acrescentam valores aos meus princípios de realização; e assim por diante. E é claro que isso é inspiração.
Valho-me desse processo de inspiração para redimensionar, para subverter, ou simplesmente para apoiar meus projetos... é um caminho consciente de evolução pessoal. Um tanto dessa inspiração cria um elemento simbiótico às minhas habilidades. E eu carrego comigo, em minhas realizações, elementos óbvios desse processo de inspiração.
Só faço algumas ressalvas: a primeira, inquestionável e inegociável, é que ainda tenho por máximas as variáveis do esforço e da determinação pessoal como pressupostos de desenvolvimento... Sem elas, não há inspiração que sobreviva; a outra, é que os valores éticos me impelem, sempre, a citar as referências de inspiração... é preciso que os meus interlocutores saibam, claramente, de onde vêm minhas referências. É uma demanda pedagógica: ao saber de minhas referências, os que me ouvem podem entender que eles mesmos podem inspirar-se em outras instâncias.
Uma outra ressalva, de caráter filosófica (e que aprendi com minhas inspirações), é que as minhas inspirações devem ser modelos para que eu as supere... Nada aí de exibicionismo, por favor não pensem nisso. O que está por trás do critério de que é necessário superar minhas inspirações é a máxima da primeira ressalva: minha preocupação não é copiar, mas sim valer-me das referências daqueles de quem admiro para subsidiar o meu esforço, o meu trabalho, na constituição de algo inovador e criativo. É assim que caminho.
Ao dizer de tudo isso, percebo que o trabalho de Educação deve ser assim: inspirar e ser inspirador!