segunda-feira, 31 de julho de 2017

A curiosidade intelectual - Saber aprender

A ideia do posicionamento individual em relação às disponibilidades para os movimentos de aprendizagens é sempre um tema aqui nestas publicações. O sujeito que quer buscar suas rotas de evolução precisa estar disponível para os processos de aquisição de conhecimentos; não vai acontecer nenhuma mágica, o sujeito precisa querer aprender!
E esse desejo - o de querer aprender - quase sempre estará associado à capacidade de determinação e de esforço que se precisa para a busca do desenvolvimento pessoal.
O movimento interno de buscar os princípios de aquisição de conhecimento está sempre associado a essa capacidade de determinação. Que é o que leva o sujeito às resistências. Resiste-se ao cansaço, resiste-se às distrações, resiste-se aos aparentes fracassos... e por aí vai.
Associe-se a essa capacidade de esforço uma competência interessante: a da curiosidade intelectual. Todos os seres viventes estão dotados de um pressuposto intelectual - essa capacidade de estabelecer diferentes leituras a partir dos estímulos diversos que recebemos. O estabelecimento das diversas leituras é o caminho de raciocínio frente à necessidade de pensarmos sobre cada movimento que enfrentamos, seja ele tranquilo e lógico ou complexo e metafísico. Sempre estamos em níveis de reflexões a partir destes movimentos. Algumas pessoas percebem mais e melhor esses movimentos.
A capacidade da percepção e o desenvolvimento da conscientização dessa atividade são o que nos levam à referência de estabelecimento de uma curiosidade intelectual.
Todos nós já fomos, em algum momento de nossa estrada, curiosos intelectualmente. Vivíamos interrogando tudo, porque não nos permitíamos ficar sem entender o funcionamento de um ou outro sistema. E isso nos fazia muito mais inteligentes, ainda que não conseguíssemos as respostas devidas.
Com o passar da vida, vamos destinando nossas capacidades para outras instâncias e nos acomodando frente aos desconhecidos... passamos, simplesmente, a aceitá-los, e não a questioná-los...
Alguém já disse, a propósito dos trabalhos pedagógicos, que é preciso educar as crianças para as perguntas, e não para as respostas... Acho que é esse o caminho da manutenção do espaço da curiosidade intelectual: motivar os aprendizes (todos nós!) para o exercício dessa curiosidade.
Que saibamos manter o espírito inquieto de quem quer descobrir as coisas, a partir dos questionamentos devidos. E que esses questionamentos agucem a nossa capacidade (aquela que está repousando em nossa compleição humana) para que tomemos o controle da nossa disponibilidade em aprender.


sexta-feira, 28 de julho de 2017

Para refletir - Aprendizagem


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Anotações - A vida

A vida, essa instituição que nos mantém despertos a tudo, é um torvelinho dinâmico e carregado de imprevisibilidades. Ora, estamos eufóricos com a alegria de quem ganhou o grande prêmio; ora, ficamos deprimidos com a falta de quem nos mantém entusiasmados. E é assim mesmo, vivemos em um redemoinho constante, que transita de um caminho a outro sem prévio aviso ou mensagens de advertências.
É preciso que estejamos fortalecidos o tempo todo, sem cair nos caminhos das alegrias eufóricas, nem tampouco sucumbir à tristeza do que se deprime.
E olha que tudo vai se resumir ao que se passa na nossa mente. Se os nossos pensamentos estão entre nuvens paradisíacas, estamos bem; se os pensamentos rastejam por entre a terra seca, estamos mal.
Cuidar da mente e equilibrar-se entre esses mundos não é tarefa das mais fáceis, eu sei. Mas não há outro jeito - a forma como você vê o mundo e dispõe-se a transitar entre os momentos de alegrias e os de tristezas (sim, todos nós vamos passar por momentos alegres e tristes... o tempo todo!) é o que vai resumir seu jeito de vencer os desafios que a vida lhe impuser (sim, a vida vai impor desafios o tempo todo!).

terça-feira, 25 de julho de 2017

Anotações - A escolha

Na tocante reportagem daquele programa dominical, conhecemos a vida profissional do médico altamente comprometido com seu trabalho. Tocado que fiquei com a história, não me preocupei em anotar nomes e lugares, foi uma grande distração, eu sei... Mas, também, pensei que tudo aquilo deveria ser normal para o trabalhador de atendimento, esse que vive de buscar resolver os problemas e as agruras de seus clientes/pacientes. O médico, o professor, o advogado... E por aí vai. 
Você deve lembrar: na reportagem, o médico trabalha como cirurgião geral de um hospital público, entre carências das mínimas estruturas. E atende as situações mais dramáticas de emergências. E desempenha o seu papel com entusiasmo, vigor e determinação. Você deve lembrar mais ainda: era um tal do doutor correr em busca de uma solução simples para confortar o paciente; e conversar com o doente - independente de seu caso - com tranquilidade destoante; de registrar para si cada atendimento (como quem quer refletir sobre seu trabalho a partir dos registros); de sorrir, apresentar-se para o paciente e perguntar seu nome, em uma busca de humanização necessária; de ensinar para os outros profissionais mais jovens essa lida mais humana.
Como o seu atendimento girava em torno de situações extremas, o médico, ainda, saiu-se com essa, de que não podia fazer juízo de valor sobre quem estava atendendo: "Pode ser que o meu paciente não tenha escolhido ter se ferido, mas eu escolhi estar ali para atendê-lo".
É isso! Quando se escolhe estar ali para atender as pessoas, não há qualquer outra fala ou movimento ou desculpa para não se fazer exatamente o que se escolheu para si, para o seu trabalho: atender os outros.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

As tecnologias digitais e os desafios do mundo real

Já há algum tempo que as tecnologias digitas imperam em nossas vidas. Movemo-nos por um mundo mais rápido e de encaminhamentos em que a precisão é buscada constantemente. É até um caminho interessante, há de se dizer: as fronteiras (em relação a tudo!) ficaram reduzidas, os contatos puderam ser mais rápidos, a busca de soluções (em relação a tudo!...) ficou mais esperançosa e por aí vai.
Hoje, é quase impossível não nos vermos sem o apoio dos aparelhinhos que nos conectam, o tempo todo, com essas referências digitais. E cada vez mais vamos criando necessidades com as quais sequer poderíamos sonhar.
É a necessidade de possuirmos o melhor aparelho, de estarmos antenados com o melhor sistema de suporte, de sabermos utilizar as ferramentas disponíveis e as que vierem a estar, de sabermos comunicarmo-nos nessas trilhas... e assim por diante.
O principal efeito colateral disso tudo - e vejo aí os principais problemas - é o fato de estarmos distanciando-nos do mundo real.
Vivemos em função do que as tecnologias digitais representam nos caminhos. Sabemos teclar bem ou deslizar os dedos nas telas touchs, mas não sabemos nada de relacionamentos entre os seres humanos, por exemplo.
Vivemos em função de quantos likes nossas publicações renderam no universo das mídias digitais. Aliás, a ideia de vivermos em uma era midiática merece um parêntese. De repente, tudo virou midiático. A referência digital criou esse estilo midiático, em que tudo precisa ser noticiado - sua viagem de férias, aquela reunião de amigos no bar, o carro novo, a comida que foi preparada, as desavenças das relações, o bebê que nasceu, a roupa que comprou... absolutamente tudo! E quando não há o que ser noticiado, inventam-se fatos sem a menor cerimônia, nem desfaçatez. O que não se pode é estar fora da mídia. E o vivente destes tempos já se porta como jornalista, sem necessidade de diploma ou de vínculo a um canal qualquer - reporta-se, de forma livre, o tempo ensolarado, o tempo chuvoso, o assalto na esquina, o metrô cheio, o protesto na avenida, a música na praça e tudo o mais. E todos se sentem importantes, partícipes desta revolução toda. E sem precisar conversar com ninguém...
E há aquelas situações em que o mais importante, para além da relevância de conteúdo, é a quantidade fria de inscrições e/ou de curtidas nas publicações digitais. Tempos malucos esses, em que nem dá para discutir essa questão de sabermos lidar com o conteúdo ser relevante ou não, se é a estatística que determina a importância ou não do que está publicado. E parece haver um código que explicita essa premissa: se determinado conteúdo é acessado por milhares de pessoas, então é um bom conteúdo; se, ao contrário, algumas parcas centenas viram aquilo, ele não é muito bom...
Acontece que para viver no mundo real são necessárias algumas competências que o mundo digital ainda não cuidou de desenvolver. A principal delas é a de reconhecer no outro uma parceria de desenvolvimento... no outro, não em um aparato tecnológico.
Outra dessas competências, e que precisa ser explorada nos espaços pedagógicos, é a questão da construção do conhecimento. As tecnologias digitais são responsáveis preciosas pelos mais variados acessos às mais diversas informações. Cabe a nós, sujeitos do mundo real, saber processar essas informações e transformá-las em conhecimento... E o conhecimento é o bem mais precioso!
É preciso, sobretudo, que não caiamos no simplismo de pensar essas referências como em um campo de conflitos. Não há uma disposição de confronto entre as tecnologias digitais e o mundo real. Um deve viver em simbiose com o outro. É quando sabemos relacionar os aspectos positivos de uma referência com os da outra, que estamos no caminho de um processo saudável de desenvolvimento pessoal.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Anotações - Cosinhas à toa

Conhece a coleção de livros Coisinhas à toa que deixam a gente feliz, da Ruth Rocha e do Otavio Roth, da Editora Salamandra? É uma coleção de livros infantis que expõem coisas, situações e elementos que estão ao nosso alcance, de forma bastante simples, e que nos trazem alegrias. Como cheiro de mato molhado ou começar um caderno novo, entre outras coisinhas à toa.
Como é bom sair um pouco do cotidiano técnico em que nos encontramos para alegrar-nos com as tais coisinhas à toa, em busca da felicidade. Só assim, podemos deparar com a ideia da simplicidade como pressuposto da alegria. E usufruir desse conceito do mínimo para nos satisfazer. No entanto, é necessário que saibamos, justamente, enxergar essas delicadezas da vida.
O maior problema é que estamos, via de regra, afundados em nossas tentativas de sermos felizes, quase sempre, no paradoxo de associar a felicidade aos ditames dos valores materiais que juntamos ou que pretendemos juntar. E assim não vamos entender o valor das tais coisinhas à toa.
Tomar chuva, olhar o céu, avistar pássaros, contemplar a noite, sorrir junto com a pessoa amada, sensibilizar-se com uma música ou um filme, sentir aromas de lembranças maternas...
São tantas as coisinhas à toa a nos fazerem felizes. Basta sabermos olhar.

Para Maria Helena

terça-feira, 18 de julho de 2017

Anotações - A aprendizagem e a percepção do erro

Retomemos o assunto da aprendizagem, apresentado ontem, aqui, neste espaço. Um dos movimentos mais importantes ao aprender algo é o quanto estamos conscientes dos erros que cometemos. Sim, cometer erros é mais comum do que se possa imaginar. Aliás, erramos muito nos caminhos de evolução e nem há tanto problema nisso. O maior problema é quando não nos damos conta dessas situações de erro. Sentimo-nos perfeitos e capazes de acertar sempre...
O ser humano, nas trilhas do desenvolvimento, está muito propenso a estas situações de erro.
É preciso aguçar o sentido da percepção de o quanto estamos possíveis a essa variável. Nessa ideia, o pressuposto da dúvida é o que nos salva. Já viram aquelas pessoas que afirmam esta ou aquela exposição com tamanha veemência que nem se dá conta de que pode dar uma informação imprecisa, ou mesmo que cometam algum tipo de erro? São aqueles que acreditam serem donos da verdade. Quando a dúvida nos acontece, somos impelidos a confirmar o que dissemos - ou o que fizemos - e valemo-nos de um exercício fantástico, o da consciência. Estou certo? Agi certo? Tenho convicção do que estou fazendo?
Esse é o momento da percepção. Se erramos, nesse exercício, é preciso voltar atrás e corrigir a rota, com todos os encaminhamentos que essa correção demanda. Vai até existir situação em que devemos nos valer do significado metafísico do erro - às vezes, e preciso errar -, mas tudo precisa estar nos planos da consciência, em que somos controladores de nossas ações.
Quando é assim, o caminho da aprendizagem configura-se em rumos muito mais positivos.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Cultura de aprendizagem

Estava encartado no jornal Folha de S. Paulo, neste domingo, dia 16 de julho, um caderno especial, de caráter publicitário, sobre Educação (o Estúdio Folha), que trazia na capa a seguinte chamada: "Avante! Trabalhar, no século 21, exige cultura de aprendizagem ao longo da carreira.".
Quem acompanha as publicações deste espaço sabe que a ideia do desenvolvimento de uma cultura de aprendizagem é tema recorrente em minhas exposições. Há uma necessidade a ser sempre pensada, em relação aos propósitos de Educação, de os caminhos estarem sempre voltados a esse movimento contínuo de formação, em que não se esgotam as disposições em aprender.
O conteúdo do dito caderno privilegia os espaços formais de aprendizagem: as universidades e seus cursos de extensão e de especialização. Muito importante, nos dias modernos, essa preocupação com a busca da formação teórica e acadêmica oferecida pelas instituições consagradas. Entretanto, a minha ideia do estabelecimento de uma cultura de aprendizagem vai muito além das possibilidades teóricas ofertadas pelos espaços formais.
É preciso que o indivíduo entenda o conceito de aprendizagem para além desse estabelecido formalmente. O próprio caderno, que me inspirou esta publicação, ajuda-me na exposição. Ali, pelo caráter de conteúdo patrocinado, há, em cada página, um anúncio de uma instituição de ensino. E é aqui que me vem a principal variável de entendimento do meu tema. É preciso distinguir, conceitualmente, as ideias de ensino e de aprendizagem, tomando como ponto de partida analítica o sujeito que busca a formação.
A referência de ensino está balizada em algum aspecto externo (a escola, a universidade, o livro, o professor, a palestra etc.); a de aprendizagem, por outro lado, está calcada nos aspectos internos de quem busca a formação (o entendimento, a motivação, a determinação, os limites, as competências, as capacidades, as habilidades etc.). E é importante que os dois determinantes estejam concatenados: uma boa instituição de ensino vai contar com a melhor estrutura de formação (os aspectos do ensino), sem perder de vista as variáveis que interferem no processo de aprendizagem (o entendimento do aluno e o dos ambientes formativos).
Fora disso, estão as dissonâncias. Pode ser o melhor grupo de professores, mas que não conseguem fazer com que os alunos aprendam. Pode ser a melhor disposição de os alunos quererem aprender, sem o apoio estrutural que favoreça essa disposição. Pode ser a realização dos melhores projetos pedagógicos, sem que estejam integrados aos espaços de vida... E assim por diante: ensino e aprendizagem são temas que precisam estar integrados, senão um dos referentes vai ficar sempre prejudicado. Como na música do Beto Guedes, "a lição sabemos de cor, só nos resta aprender...".
Além dos aspectos formais, a busca de formação deve estar antenada a inúmeros espaços informais em que a aprendizagem está muito mais voltada às características internas do sujeito. Vai estar na percepção, e no quanto essa habilidade está desenvolvida, o reconhecimento de situações que favorecem o crescimento pessoal. A lista é imensa, mas vamos lá na citação de alguns elementos: um filme a que você assiste, uma conversa despretensiosa e casual, uma música que você escuta, uma imagem que lhe chega, um pensamento que lhe acomete em alguma ocasião... e por aí vai. São tantos os elementos que podem se transformar em situações de aprendizagens.
A ideia de cultura de aprendizagem está em como nos comportamos diante desses elementos, de maneira consciente e ativa. Quanto mais nos apercebermos dessas situações, tanto mais estaremos alimentando essa referência de cultura.

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Anotações - Sobre a vida

Esses dias, ouvi uma senhora falando um pouco das sensações nostálgicas que lhe acometiam. "A vida não é como a gente quer...", dizia ela, repetindo a máxima. Imaginei, no contexto do que podia observar, que as reticências simbolizavam algo negativo, como se fosse um preceito de resignação: a vida não é como a gente quer, temos que aceitá-la...
Mas, imediatamente, associei aos aspectos intangíveis dessa mesma vida. Esses, que nos surpreendem, cotidianamente, de uma forma positiva e arrebatadora.
Pensei nos dias que amanheciam cinzentos e, que, por um movimento qualquer (às vezes, imponderável), ocorria uma transformação de luz e alegria. A vida não é como a gente quer, mas às vezes é bem melhor.
Para perceber o melhor que a vida pode oferecer, é preciso que estejamos de olhos e coração bem abertos aos movimentos imponderáveis que podem nos chegar.

terça-feira, 11 de julho de 2017

Anotações - O trabalho pedagógico: ensinar e aprender

Quem se dispõe à realização de um trabalho pedagógico qualquer, há de se defrontar sempre com as máximas reflexivas que se relacionam com as responsabilidades de ensinar e a de aprender.
Primeiro, do ponto de vista das relações que se estabelecem entre as palavras. Ensinar e aprender são conceitos que se conectam o tempo todo. No caminho do ensino e da aprendizagem, as ideias estão tão coesas que uma trilha depende da outra sempre. Ensina-se ao aprender... aprende-se ao ensinar.
Só por essa percepção, já poderíamos refletir o conceito de responsabilidade. Quando temos a consciência de que a variável do ensino e da aprendizagem pode confundir-se, conceitualmente, assumimos a variável de o quão responsável devem ser nossas atitudes.
Por outro lado, ainda que não enxerguemos essa conexão entre os conceitos de ensinar e aprender, devemos cuidar para que essa ideia de responsabilidade esteja no centro dos pensamentos. Quando nos propomos a ensinar algo a alguém, precisamos ser responsáveis para que os nossos discursos sejam formativos; quando estamos aprendendo algo, precisamos ser responsáveis ao ponto de desenvolver o senso crítico em relação ao que estamos aprendendo.
Mas, na minha opinião, a maior máxima reflexiva a que se pode pensar em relação a esses conceitos é a de que tanto aprender quanto ensinar são rumos contínuos do nosso desenvolvimento.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Formação e desenvolvimento pessoal

Na busca da evolução pessoal, os caminhos da formação e do aperfeiçoamento técnico-profissional são trilhas obrigatórias, além dos da formação pessoal propriamente dita. Então, é preciso que o sujeito se comprometa à consciência do aprender constantemente.
E a ideia de conscientização em relação aos movimentos de aprendizagem deve ser um exercício cotidiano nesse propósito.
Quando o sujeito conscientiza-se desses seus caminhos, a busca do desenvolvimento torna-se um princípio conceitual. Desses que fica internalizado e estabelece níveis de atuação mais condizentes com o que é possível. Aliás, a referência de atuação é um tópico a ser explorado, reflexivamente. Quando se propõe à evolução, deve-se estar atento à variável de atuação; tudo vai estar relacionado à capacidade de atuação. Quanto mais atitude tiver o sujeito na busca de seus propósitos de evolução, tanto mais ele se aproxima desse desenvolvimento.
O ponto de partida das reflexões passa pela ideia de potencial. Todo ser humano apresenta, em sua constituição evolutiva, pelo menos um determinado potencial... ele é capaz de fazer algo! É preciso, então, reconhecer-se nessa(s) potencialidade(s). E olha que é muito comum a negação desse pressuposto (talvez você já tenha ouvido alguém falar não ser capaz de realizar determinada tarefa ou atividade), em que se atribui a falta de traquejo para essa ou aquela proposição. O reconhecimento de um potencial (ou vários, sim, é possível...) é o reconhecimento de suas capacidades.
Esse reconhecimento, do ponto de vista reflexivo, permite, pelo menos, duas leituras. A primeira, e a mais óbvia, é a do estabelecimento de sua inteligência frente aos caminhos do desenvolvimento (se eu me reconheço em alguma inteligência, eu consigo motivar-me mais facilmente a esse aperfeiçoamento); a segunda leitura é a do estabelecimento dos desafios: se eu reconheço uma potencialidade em mim, eu posso buscar outras variáveis de inteligências.
Esse desenvolvimento do potencial, do que é natural e dos que podem ser atrelados, é o caminho cotidiano do aperfeiçoamento.
Como vivemos em sociedade, nas mais diversas estruturas de relacionamento (pessoal, escolar, profissional etc), outro ponto dessa reflexão, que interfere nos caminhos de evolução, é o reconhecimento do outro, dos que convivem conosco nas trilhas em que nos deparamos. Aqui, fundamenta-se o exercício da tolerância, em que a consciência do outro deve levar-nos à questão do respeito a esse outro. Sobretudo, porque esse outro também é um sujeito em busca de evolução. O normal é que todos estejamos propensos a essa evolução.
O desenvolvimento do senso crítico, tanto em relação aos meus propósitos quanto no que diz em relação à percepção do outro, é o princípio que nos move à formação científica dos nossos conhecimentos. Aquele que preconiza a importância de estudar muito.
Assim, passando pelo conscientização da necessidade de formação e pela descoberta e evolução das potencialidades, e dedicando-se ao estabelecimento de uma mente científica, os caminhos do desenvolvimento pessoal vão ficando mais sólidos e permeados dos movimentos positivos de crescimento.


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Anotações - Sobre movimentar-se

Corre pela internet uma dessas frases motivacionais, das que mais gostei: "A vida é como andar de bicicleta: para equilibrar-se é preciso estar em movimento.".
O que mais me chama a atenção na mensagem é a ideia do equilíbrio, vinculada ao aspecto do movimento. Há vários aspectos na imagem que podem nos fazer pensar. O primeiro é justamente o da contrariedade a propósito do que seria normal - quando em movimento, estamos mais propensos a perder o equilíbrio; quando estáticos, a tendência é manter o equilíbrio... Claro que a ideia não é acompanhar as padronizações do esperado.
Ao associar as referências com a questão do movimento de andar de bicicleta, vem-nos as lembranças das quedas e dos temores em não manter o equilíbrio necessário. E  o movimento, então, torna-se a salvação dos desequilíbrios. Não se pode parar, é preciso movimentar-se.
E a óbvia referência de fazer-nos pensar em não desistir, em não se acomodar diante de tudo o que nos causa temor, fica forte na mensagem.

terça-feira, 4 de julho de 2017

Anotações - Engajamento

Engajar-se em um movimento, a partir da constatação de que algo não vai bem, não é tão simples como pode parecer. Nem tampouco basta o descontentamento com o ruim para motivar-nos ao engajamento.
A reflexão veio da articulista Angela Afonso, em seu artigo Três níveis da política, publicado no jornal Folha de S.Paulo, neste domingo passado, dia 2 de julho. A autora parte das notícias políticas que nos assolam todos os dias para analisar o problema da falta de envolvimento maior na busca de soluções para a questão. O artigo, muito interessante, propõe-nos a distinção de três níveis de participação política - o do eleitor, o do político profissional e o do ativista. Vou cometer a frustração de não me adentrar em sua análise, repito, muito interessante (fica o convite para você dar uma olhada na matéria: caderno Ilustríssima, pág. 2). É que fiquei parado em um trecho de seu texto, que, no contexto dessas publicações aqui, parece-me mais oportuno: "O problema é que se incomodar com um estado de coisas e fazer algo a respeito não são sinônimos... Querer é uma coisa, fazer é bem outra.".
A motivação de quem está engajado em alguma causa é justamente a intenção de modificar o panorama. E, não tem outro jeito, a ideia é fazer algo. Pronto, levanta-se e põe-se a fazer, a realizar. Aquele que está descontente, que se incomoda com o que está errado, nem sempre tem essa determinação e vê no seu descontentamento o suficiente para manifestar-se a respeito... para ele, está bom assim.
Quando nos sentirmos engajados em alguma necessidade, certamente, teremos o momento de nossa atuação.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Atitude e consciência ética

No plano do desenvolvimento pessoal e da evolução natural do ser humano, os conceitos de atitude e de consciência ética perfazem a obrigação de qualquer caminho de formação.
Neste caminho, de elaboração constante e de exercícios de experimentação contínua, somos convidados a estarmos sempre em busca do melhor que há em nós. Quando não conseguimos entender as trilhas que há nesse caminho, perdemos o bonde da história do aperfeiçoamento. E porque há sempre muito trabalho na constituição deste caminho, para muitos é mais fácil perder-se em encurtamentos de rumos, que nem sempre revelam-se em o que é certo a fazer.
Por esse pensamento, é que as ideias da atitude e do desenvolvimento da consciência ética é que se tornam obrigatórias na percepção de cada um.
A atitude é a variável que nos move no fazer. Tudo o que está por vir é o mote do que está a ser feito. É preciso o movimento da atitude para tornar concreto aquilo que está no plano das ideias, dos sonhos, dos desejos. É preciso levantar-se, erguer a cabeça e construir as realizações.
Às vezes, não é muito fácil, entendo, mas não há outro jeito: nada vai se realizar por si só; é preciso esforço e determinação na elaboração do que é possível.
E, à determinação do fazer, junte-se a premissa de que é preciso fazer o que é certo. Nossas ações não podem ser embasadas na visão que temos do nosso umbigo, é preciso pensar no outro (o outro como ser humano, o outro como ambiente, o outro como o espaço coletivo em que vivemos, o outro como o plano geográfico em que residimos)... e são tantos esses outros, que a nossa responsabilidade de ação está em nunca prejudicar quem quer que seja. Por isso, a ideia de ética é importante.
O desenvolvimento da consciência ética é quem vai determinar os parâmetros para o meu fazer como algo a ser correto. E também não é lá muito simples, já que vivemos tempos de distorções de valores e de comportamento; nossa atenção deve ser exercitada para as consequências de nossas ações. Constantemente. Se o que faço transforma positivamente meu entorno (físico, geográfico, relacional etc.), tenho aí um sinal de que os meus rumos estão no caminho certo; se minhas realizações não contribuem para a positividade do que está ao meu redor, devo rever os planos. E a coisa pode ser sintetizada assim: faço e tomo consciência da análise do meu fazer... foi bom? Ajudou alguém? Prejudicou?... E por aí vai, em um ritmo frenético de senso crítico. Trabalhoso, é verdade, mas que permite uma consciência tranquila.
Quando juntamos a competência da atitude com a percepção ética de nossos movimentos, somos agentes especiais de um processo de modificações positivas nos caminhos pelos quais atravessamos... semeando e colhendo mudanças significativas em favor da coletividade.