Na tocante reportagem daquele programa dominical, conhecemos a vida profissional do médico altamente comprometido com seu trabalho. Tocado que fiquei com a história, não me preocupei em anotar nomes e lugares, foi uma grande distração, eu sei... Mas, também, pensei que tudo aquilo deveria ser normal para o trabalhador de atendimento, esse que vive de buscar resolver os problemas e as agruras de seus clientes/pacientes. O médico, o professor, o advogado... E por aí vai.
Você deve lembrar: na reportagem, o médico trabalha como cirurgião geral de um hospital público, entre carências das mínimas estruturas. E atende as situações mais dramáticas de emergências. E desempenha o seu papel com entusiasmo, vigor e determinação. Você deve lembrar mais ainda: era um tal do doutor correr em busca de uma solução simples para confortar o paciente; e conversar com o doente - independente de seu caso - com tranquilidade destoante; de registrar para si cada atendimento (como quem quer refletir sobre seu trabalho a partir dos registros); de sorrir, apresentar-se para o paciente e perguntar seu nome, em uma busca de humanização necessária; de ensinar para os outros profissionais mais jovens essa lida mais humana.
Como o seu atendimento girava em torno de situações extremas, o médico, ainda, saiu-se com essa, de que não podia fazer juízo de valor sobre quem estava atendendo: "Pode ser que o meu paciente não tenha escolhido ter se ferido, mas eu escolhi estar ali para atendê-lo".
É isso! Quando se escolhe estar ali para atender as pessoas, não há qualquer outra fala ou movimento ou desculpa para não se fazer exatamente o que se escolheu para si, para o seu trabalho: atender os outros.
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