Engajar-se em um movimento, a partir da constatação de que algo não vai bem, não é tão simples como pode parecer. Nem tampouco basta o descontentamento com o ruim para motivar-nos ao engajamento.
A reflexão veio da articulista Angela Afonso, em seu artigo Três níveis da política, publicado no jornal Folha de S.Paulo, neste domingo passado, dia 2 de julho. A autora parte das notícias políticas que nos assolam todos os dias para analisar o problema da falta de envolvimento maior na busca de soluções para a questão. O artigo, muito interessante, propõe-nos a distinção de três níveis de participação política - o do eleitor, o do político profissional e o do ativista. Vou cometer a frustração de não me adentrar em sua análise, repito, muito interessante (fica o convite para você dar uma olhada na matéria: caderno Ilustríssima, pág. 2). É que fiquei parado em um trecho de seu texto, que, no contexto dessas publicações aqui, parece-me mais oportuno: "O problema é que se incomodar com um estado de coisas e fazer algo a respeito não são sinônimos... Querer é uma coisa, fazer é bem outra.".
A motivação de quem está engajado em alguma causa é justamente a intenção de modificar o panorama. E, não tem outro jeito, a ideia é fazer algo. Pronto, levanta-se e põe-se a fazer, a realizar. Aquele que está descontente, que se incomoda com o que está errado, nem sempre tem essa determinação e vê no seu descontentamento o suficiente para manifestar-se a respeito... para ele, está bom assim.
Quando nos sentirmos engajados em alguma necessidade, certamente, teremos o momento de nossa atuação.
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