terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Anotações - A psicologia do sucesso

Um novo tema vem ganhando corpo, há algum tempo, no preparo dos caminhos para a busca da evolução pessoal. O preparo mental, que se notabilizou pelo termo em inglês "mindset". Em uma rápida e rasteira tradução, nada mais é do que "mentalidade". Mas mindset, a palavra associada às técnicas de desenvolvimento, quer dizer muito mais do que isso. Sobretudo, porque estão na mente das pessoas algumas chaves de sucesso.
A ideia de perceber como lidamos, primeiro na mente, com alguns referenciais de propósito leva-nos a compreender melhor a nossa direção e o nosso comportamento para a busca daquele propósito.
Em uma ilustração rasa, é a percepção daquelas pessoas que se comprometem a determinado caminho, mas já saem nas trilhas achando que nada vai dar certo. Vestem-se de negativismo frente às perspectivas de caminho.
É preciso que compreendamos que todas as idealizações são produtos mentais, de algo que ainda não existe - ou, se existe, que precisa ser melhorado. A mentalidade, então, direcionada às expectativas dos rumos que se pretende alcançar, precisa estar trajada de certa positividade. Claro que, dizendo assim, parece metafísico - pensamento positivo gera realizações positivas... Mas não é bem assim. Os caminhos mentais de perspectivas positivas devem preparar o cérebro para recepções positivas dos encaminhamentos.
E é esse preparo do cérebro, com as transformações mentais que forem necessárias, que fará com que estejamos mais determinados ao desenvolvimento.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A era do talento

Já há algum tempo, estamos na era do talento, no que diz respeito à busca de variáveis para o entendimento do desenvolvimento pessoal. A era do talento é a que consagra a excelência das competências e habilidades individuais, que se redimensionam para além das médias verificadas. O sujeito é, reconhecidamente, talentoso, quando se expressa além do que é esperado e quando suas ações e atitudes repercutem em feitos que representam benefícios para si e para outros.
Bom, reconheço que, aqui, há um pouco de teoria, é verdade. Frequentemente, vemos sujeitos caracterizados de talentosos, quando, na verdade, o que está sendo dito trata-se de uma relação de conveniência para algo ou alguém (o melhor exemplo são os da fugazes celebridades, que ganham notoriedade após feitos digitais arranjados ou que interessam a alguma mídia oportunista). Mas esse modelo de "talento" não será tratado aqui.
Falemos dos verdadeiros talentos, aqueles burilados em esforços muitos e determinação alta. Esses, cujos trabalhos e posturas significam muito. É desse talento, em cuja era estamos, que nos interessa para refletir.
Na busca de caminhos para a formação pessoal, nessa era, de saída, as duas variáveis já ditas - esforços muitos e determinação alta - são essenciais. Outra questão é a de que se deve ter consciência plena daquilo que se faz bem feito.
Todos temos clareza daquilo, sobre o que sabemos fazer, que o fazemos bem. Se não, é preciso que o tenhamos. Mergulhe aí, no seu processo de auto consciência, e busque como se comporta em relação à entrega daquilo que realiza. E não se preocupe, em um primeiro momento, se a sua realização reporta-se algo profissional ou não. O mais importante é parametrizar como você se entrega àquela realização.
Se o resultado é um cansaço fenomenal, mas nada de concreto sai desse cansaço, pode estar acontecendo algo em relação ao fazer; mas se o mesmo cansaço traz-lhe a dimensão, ainda que pouco exata, de que algo grande foi feito, isso pode ser um indicador positivo. Traga tudo isso - negativo e positivo - para o âmbito das necessárias reflexões - e, certamente, você terá uma ideia do caminho a seguir, em relação a essa busca da consciência.
E este vai ser um caminho que exigirá muito esforço. É aqui que acontecem as leituras e as referências científicas que embasarão o seu crescimento. Haverá necessidade, tenha certeza, de dispender muito esforço nesse rumo. Para se ter uma ideia desse esforço, em muitos dos instantes, a tendência é pensarmos em desistir. Há uma analogia de pensamento interessante, para a compreensão desse momento, com o caminho mítico do herói. A formação é algo que exige do sujeito a mesma referência da mitologia do caminho do herói: sair de casa - receber uma missão - enfrentar obstáculos - receber mediações - conquistar objetivos - receber nova missão... e assim por diante.
A ideia de determinação alta está na mesma compreensão. Se o esforço é muito e constante, a minha determinação precisa estar em alta. O que novamente aproxima-se da referência mitológica - não há processo heroico sem determinação.
É assim que se constitui o talento. E a sobrevivência nessa era vai estar atrelada a essa constituição.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Anotações - A morte, a morte... e a vida!

Como é difícil falar da morte. Não por causa da morte em si, já que é a única certeza que temos, mas em virtude da cultura negativa que criamos em relação ao fato. A ideia de morte está comumente associada ao final, ao término e a outras imagens que associamos a elementos pouco ou nada benquistos. Entretanto, nos caminhos do desenvolvimento pessoal, é comum morrermos e renascermos a cada virada de caminho.
Então, poderíamos olhar para a referência de morte com outros olhos e outras reflexões. Na verdade, pensei nesse tema por outras razões. Duas, para ser exato: a primeira, veio-me de uma tirinha do Snoopy que corre as redes sociais - nela, Charlie Brown comenta com o cãozinho: "Um dia, nós vamos morrer, Snoopy.", ao que ele responde: "Sim, mas todos os outros dias nós vamos viver...". Não sei se a tirinha é autêntica, mas a mensagem é muito interessante.
A segunda razão veio-me por caminhos menos confortáveis. Uma amiga, de quem gosto muito, perdeu o seu pai nesta semana. E, por ironia dos caminhos, ela faz aniversário justamente hoje... A celebração da vida em consonância ao momento de morte... Considerei, então, que poderia arriscar-me a deixar um texto-homenagem a ela. Vamos ver.
A suposta mensagem do cãozinho Snoopy acorda-nos para ideia de que a vida é muito maior que a morte ("... todos os outros dias, nós vamos viver..."). É o que fazemos com esses outros dias que importa, que interessa. Toda a significação que direcionarmos a esses outros dias é que vai constituir a memória da vida. E é dessa memória da vida que constitui a nossa história pessoal. Somos o que vivemos, deixamos o que vivemos, somos lembrados pelo que vivemos. Quanto mais relevante a vida, melhores a história pessoal e a lembrança que deixamos pelos caminhos. Nesse sentido, a morte não é o fim, já que a morte não representa o fim da Vida (assim mesmo, com "V" maiúsculo...).
Queria dizer para minha amiga - mas não precisa - de o quanto significativos foram os momentos vivenciados com o seu pai. E que dessa vivência é que foram moldadas as suas características de ser e de acreditar no mundo. E que a evolução é assim mesmo: vamos deixando registros caídos pelos caminhos (a morte) para construções de novos rumos pelas paragens (a vida!).

(Para Isa Ferrari, com todo o respeito!)

 

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Recesso - Feriado 25 de janeiro


Anotações - Gentilezas mínimas

Gosto daquelas gentilezas mínimas, quase imperceptíveis. É onde mais se deveria revelar a natureza humana. Das atitudes e gestos sobre os quais não se precisam propagandas. De alguma forma, a natureza humana deve constituir-se de movimentos colaborativos sem alardes.
E, assim, fazer parte de uma rede colaborativa que não precisa arvorar-se em exageradas variáveis.
Pensei nos movimentos quase ocultos em que o que mais interessa é fazer o bem. Justamente em uma cultura que não acredita no bem. Em que as tragédias fazem mais sucesso e público, ao contrário das notícias positivas.
Refleti, na consequência, o quanto precisamos estar atentos a esse movimento das gentilezas mínimas. Até em razão de exercitarmos nossa sensibilidade para enxergarmos o bem, o que é possível. O que é possível quando tudo parece impossível.
Esse movimento pequeno, de detalhes suaves e de cores claras, faz parte do todo que nos chega. Se não conseguirmos observá-lo, perdemos a dimensão da vida. Essa vida que se completa nas porções mínimas do quanto nos chega aos sentidos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Sobre os desejos grandes e as conquistas pequenas

Somos seres humanos. É inevitável que tenhamos alguns deslizes e percalços no caminho do desenvolvimento pessoal. E esses rumos para a evolução, quase sempre, são pontuados de dificuldades e agruras. É preciso determinação, paciência e muita, muita resiliência.
Um dos problemas mais centrais é a questão de não conseguirmos celebrar as conquistas pequenas. Nossas mentes e desejos estão tão concentrados na necessidade dos desejos grandes, que não nos damos conta dos pequenos sucessos. Fazemos planos e estabelecemos métricas para as grandes vitórias; trabalhamos planejamento e estruturas para os relevados sonhos; dimensionamos nossa energia para as grandes empreitadas... E por aí vai.
E somos feitos de pequenas conquistas. Algumas até minúsculas, reconheço, mas conquistas. O nosso caminho é povoado destes pequenos sucessos, mas estamos preocupados demais com aquelas grandes empreitadas, tanto que não conseguimos celebrar as vitórias menores. A imersão nos grandes desejos tira-nos a alegria das pequenas celebrações.
E este, meus amigos, é um grande problema. Ao sermos minados da festividade das pequenas celebrações, nossa energia mental afunda-se na falta de percepção do sucesso. Sim, não importa muito seu tamanho, o sucesso será sempre um sucesso. E quando a nossa energia mental afunda-se em faltas de percepções da realidade que nos cerca, a propósito desse tema, passamos a enxergar o mundo como um lugar em que só interessam as grandes realizações.
Sim, é muito bom poder ostentar no portifólio as grandes conquistas. Mas não podemos perder de vista o que realmente estabelece o parâmetro de uma grande realização. Pode parecer filosófico demais (e é!), mas, quando verificado em instâncias mais integralizadas, o tamanho do sucesso está mais relacionado ao prazer que temos naquele momento (e à significação que damos ao momento) ao tamanho físico das realizações.
Ainda há outra forma de olhar a questão. Fomos condicionados, pelo meio cultural, à importância do ter... essa é uma verdade inquestionável! Assim, o ter está atrelado à capacidade que os outros têm em enxergar o que possuo. Dessa forma, quando digo “desejos grandes” estou pensando no quanto as pessoas ao meu redor vão enxergar a minha realização (se eles não enxergarem nada, é porque não alcancei a tal realização). E aí pululam frustrações: em sendo as minhas realizações pequenas conquistas, meus vizinhos, meus amigos etc não vão enxergá-las... Então, não conta! Aquilo, para mim, não representa valor, justamente porque os outros não vão enxergar ali a natureza do meu sucesso.
Curioso, não é? A referência não é a minha satisfação. A referência é o reconhecimento externo, quase sempre balizado sem nenhum comprometimento (emocional, de forças, de dedicação etc.). Meu amigo e mestre Carlos Kravo alertou-me, sabiamente, outro dia, para uma leitura desse problema: “As coisas grandes acontecem raramente; as conquistas pequenas acontecem cotidianamente...”.
Celebre com, viva as, realize-se nas pequenas conquistas. Por outro caminho, os desejos grandes, certamente, serão a soma dessas pequenas vitórias!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Anotações - Tirar os olhos do chão

Descobri, dia desses, o escritor português Walter Hugo Mãe, que me apresentou um trecho inquieto de um dos seus poemas: "Do que adianta ser pássaro quando não se tira os olhos do chão" é parte de seu poema O desgoverno dos sonhos. Na obra o eu-lírico resgata pássaros em meio a um cenário de desilusão de árvores caídas (essa é a minha leitura) e, inconformado com o que vê questiona com o trecho que destaquei. De que adianta ser pássaro se os olhos estão no chão. Há na definição de pássaro o pressuposto de voar, de alçar alturas diante das intempéries.
Somos assim. Fomos feitos para o despropósito, como nos versos do Manoel de Barros, mas nos acomodamos diante do que entendemos como cansaço; fomos feitos para as grandes aventuras, mas nos contentamos com a mesquinhez das pequenas façanhas (é mais tranquilo e consome menos energia); somos constituídos da arquitetura das grandes realizações, mas resignamo-nos ao custoso dia a dia.
De que adianta, então, ser pássaro? De que adianta termos a natureza espiritual das realizações se estamos preocupados demais com as pequenezas do cotidiano? De que adianta termos sido feitos para a evolução e nos perdermos em retrocessos de humanidade?
Fecho os olhos por um tempo que dura o mínimo segundo de minha tristeza e volto ao poema para alçar outro voo:

" (...) por isso persigo o pôr do sol
janelas abertas e
vacilo

lágrima, pavio de
água que acabo de
acender, arde, onde
por fim parto

já tu me esperas,

abrevias-me"

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Anotações - Cheios e vazios

Pensei no menino do Manoel de Barros, o que gostava de carregar água em peneira, e em sua predileção pelos vazios ao invés dos cheios. A história está no poema O menino que carregava água na peneira. É um poema bem bonito - na verdade, eu gosto muito dele principalmente pela reação da mãe ao ver os despropósitos do filho: 


(...) A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos.

O menino do poema está repleto de despropósitos, além de carregar água na peneira e do seu gosto pelos vazios. E na construção de suas imagens despropositais é que é possível enxergar o que há de bonito nesse descaminho todo. Ora, o vazio é maior que o cheio - até porque lá cabem todos os sonhos do mundo (só para dialogar com outro poeta de ponta...). É no vazio que eu posso depositar meus desejos, aqueles que vão transformar meus rumos e caminhos. Não faz sentido gostar mesmo do cheio, do que não cabe mais nada.
Penso que o menino do poeta tem muito a nos ensinar. Vou buscar, também, caminhar meus caminhos criando alguns despropósitos, com a intenção de buscar intensidades para os meus vazios.

Para a Professora Maria Helena




segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A cultura da aprendizagem

Retomo ideia já publicada por aqui em outros tempos. É que o assunto, pelo menos para mim, é de uma necessidade recorrente: a ideia de abordar as formas como aprendemos - e a relação com nossa vida - persegue-me, reflexivamente, em meus caminhos. Penso que é absolutamente preciso refletir sempre nos caminhos de aprendizagem. Isso, porque, somos sujeitos que estamos, o tempo todo, propensos a diversos meios pedagógicos. E é essa propensão cotidiana, e às vezes imprevista, que me remete ao conceito de cultura.
Os elementos culturais a que somos submetidos, em grande parte, é de natureza implícita - está em nossa interioridade, nem sempre pensamos sobre eles; fazem parte do nosso instinto. Esse pressuposto até poderia dar margem à ideia de que, se está no âmbito da naturalidade, então não representa um grande problema, já que nem preciso pensar muito sobre as ações concretas que me acometem.
É, poderia ser. Grande parte das nossas referências culturais, simplesmente, são assimiladas por, digamos, uma espécie de osmose, em que não são necessárias interferências concretas. Basta deixar fluir.
Acontece que, no que diz respeito aos processos de aprendizagens, ocorrem elementos de distorção que podem comprometer os conceitos finais. Um desses elementos é o que baliza minha retomada deste tema: a questão da pressa que temos em chegar aos destinos finais.
Somos arautos da pressa... Na verdade, estamos com pressa sempre! Vimos acostumando-nos com a corrida dos dias, deixando de perceber nuances da vida que se expressam nos ambientes ao meu redor e nas pessoas que compõem esses ambientes. Levamos a dimensão da pressa para todos os espaços ao redor: temos pressa de chegar, temos pressa de falar, pressa de ouvir, pressa de ler, pressa de relacionar-se, pressa de aprender.
Ora, existem instâncias em nossa vida que não podem ser adiantadas, as quais precisam ser absorvidas nos valores artesanais de que são constituídas: ouvir o outro, aperceber-se do outro, conviver com o outro. E é aqui em que se inserem os conceitos de aprendizagem - de minha convivência com o outro (físico ou não). É desse outro que absorvo as informações a serem transformadas nos conhecimentos que fundamentarão meu desenvolvimento. A tal aprendizagem: um conjunto de absorção de informações, que me chegam por um outro (tangível ou não), referendadas pelas variadas leituras com que as processo, na produção de conhecimentos. Não dá para vivenciar esse processo em um caminho desvairado de pressas.
A aprendizagem vai ocorrer em um espaço artesanal. Espaço a que tenho que me submeter, reflexiva e cuidadosamente, exatamente como o fazemos nas experiências culturais que me tornam o que sou.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Anotações - Multilateralismo

Na transição de posse do Secretário Geral da Onu, quando assumiu o cargo o diplomata português António Guterres, seu discurso fazia referência ao trabalho em equipe e à questão do multilateralismo como pressupostos fundamentais para pensar o mundo em um espaço mais qualitativo para a vida. Gostei. Confesso que a ideia de trabalho em equipe já tomo-a como desgastada... está em várias instâncias, dos programas culinários de televisão às malfadadas preleções de times de futebol. Mas a variável do multilateralismo encantou-me.
Saindo dos conceitos técnicos e pragmáticos, a ideia de enxergar o todo acompanha-me nas exposições que penso a propósito do desenvolvimento pessoal. A capacidade de enxergar o todo e relacioná-lo com os detalhes é caminho precioso para o sujeito que busca a evolução. Não há outro rumo: cada instância que se me apresenta, é um conjunto de peças a serem analisadas - individual e coletivamente -, e é essa análise individual e coletiva que me municia das leituras necessárias ao meu processamento de informações válidas para as tomadas de decisões... as trilhas que eu preciso seguir serão definidas pelas leituras que tenho de cada referência que me chega pelos caminhos.
E essa é a minha modesta compreensão do conceito de multilateralismo. Cada representação da realidade traz em si um conjunto de variáveis laterais a ser fundamentado e observado em sua dimensão; dessa fundamentação e observação - o que é um processo científico - embasam-se as minhas percepções... Quanto mais percepção eu tiver acolhida do mundo que me cerca, mais preparado eu estou para os caminhos da minha evolução.




terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Anotações - Prepare-se para a sorte

Por algum tempo, resisti à ideia de sorte, pensando-a como algo com que não se deve contar, uma vez que é indefinível e imponderável.  A sorte nunca foi algo tranquilo para eu lidar, uma vez que conduzia o meu discurso para as referências de preparo e competência.
Acontece que passei a olhar a sorte com outro ponto de vista.
A sorte é o elemento espiritual que nos ronda, em nossa aventura de desenvolvimento, cobrindo-nos de variáveis imprevistas com as quais nos deparamos sempre. É preciso pensar nisso. Mesmo que não a considere, seriamente, se você for muito racional, é preciso saber disso.
Prepare-se, portanto, para a sorte. Faça a sua parte (estude, atualize-se, renove seus pensamentos), ela pode alcançar você. É bom que você esteja preparado.
Com determinação e esforço, se a sorte não alcançar você, é bem provável que você a alcance.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Feliz 2017!

Até há pouco, estávamos todos aguardando com ansiedade a mudança de ano.
E chegou 2017! Como sempre, fizemos os votos de mudanças e de crenças em um mundo novo e carregado de esperanças. Vestimos branco, pulamos as ondas, renovamos nossos talismãs mágicos.
É bonito tudo isso, eu sei... está no plano das tradições, entendo sua importância. Mas, desculpem-me, não vai funcionar se ficar no plano dos desejos que se esvaziam junto com as taças com que brindamos a chegada do novo ano.
É assim: celebramos, no estertor do espoucar dos fogos de artifício, a renovada dos caminhos; sorrimos com os familiares ou amigos; brindamos com a nossa bebida melhor; fazemos votos de mudanças as mais diversas... Nos instantes que se seguem, entretanto, repetimos todos os tiques que não nos levam a lugar algum.
Esquecemos de que a verdadeira transformação deve processar-se dentro de nós, artesanalmente, dia a dia, alheia às mudanças das páginas do calendário. E que habita em nós, só em nós, como nos ensinou o Drummond, a capacidade de renovação dos dias.
Por isso, Feliz 2017! Feliz, de verdade, quero dizer. Que você tenha a coragem de processar todas as mudanças de que necessita. E que possa enxergar essas necessidades como um pressuposto de transformação de suas posturas e atitudes... sempre racional, veja bem! Não é preciso que tome isso como uma receita pronta (já foi dito aqui para não se confiar nessas fórmulas acabadas, lembra-se?). Sua racionalidade deve conduzir seus propósitos.
Enxergue suas necessidades. Enxergue claramente. E aponte, para si mesmo, os caminhos que precisam ser revistos e transformados. E, sobretudo, torne seus propósitos em ações objetivas e possíveis. Está nas suas ações a verdadeira possibilidade de uma renovação de caminhos. E é disso de que você precisa realmente (não a renovação de caminhos, mas a ideia de atitude!... A renovação de caminhos é uma consequência!).
Busque atitudes positivas, isso ajuda. Mas não caia no simplismo de que a positividade, por si só, é a solução para os problemas. A positividade desencadeia pensamentos mais claros e, com a clareza de pensamentos, você pode encontrar saídas alternativas para os rumos a que se propôs. Pense, com isso, que o equilíbrio emocional é um santo remédio... e que nem sempre é fácil equilibrar-se, emocionalmente. As emoções equilibradas são irmãs da positividade de ideias e de atitudes.
Que o seu novo ano, por assim dizer, seja uma trilha que lhe lembre das determinações e do reformular das aprendizagens. E que nesse caminho, você descubra o verdadeiro valor das parcerias, das descobertas de outras pessoas. As nossas redes sociais precisam ser exercitadas de uma forma mais humana e real.
Por fim, abra sempre os olhos, a cada renovar de tempos (pode ser um ano, um mês, uma semana, um dia, uma hora), para as celebrações que precisamos fazer, independente das padronizações a que nos acostumamos. Celebremos a vida!
Feliz 2017.