Somos seres humanos. É
inevitável que tenhamos alguns deslizes e percalços no caminho do
desenvolvimento pessoal. E esses rumos para a evolução, quase sempre, são
pontuados de dificuldades e agruras. É preciso determinação, paciência e muita,
muita resiliência.
Um dos problemas mais centrais é
a questão de não conseguirmos celebrar as conquistas pequenas. Nossas mentes e
desejos estão tão concentrados na necessidade dos desejos grandes, que não nos
damos conta dos pequenos sucessos. Fazemos planos e estabelecemos métricas para
as grandes vitórias; trabalhamos planejamento e estruturas para os relevados sonhos;
dimensionamos nossa energia para as grandes empreitadas... E por aí vai.
E somos feitos de pequenas
conquistas. Algumas até minúsculas, reconheço, mas conquistas. O nosso caminho
é povoado destes pequenos sucessos, mas estamos preocupados demais com aquelas
grandes empreitadas, tanto que não conseguimos celebrar as vitórias menores. A
imersão nos grandes desejos tira-nos a alegria das pequenas celebrações.
E este, meus amigos, é um grande
problema. Ao sermos minados da festividade das pequenas celebrações, nossa
energia mental afunda-se na falta de percepção do sucesso. Sim, não importa
muito seu tamanho, o sucesso será sempre um sucesso. E quando a nossa energia
mental afunda-se em faltas de percepções da realidade que nos cerca, a
propósito desse tema, passamos a enxergar o mundo como um lugar em que só
interessam as grandes realizações.
Sim, é muito bom poder ostentar no
portifólio as grandes conquistas. Mas não podemos perder de vista o que realmente
estabelece o parâmetro de uma grande realização. Pode parecer filosófico demais
(e é!), mas, quando verificado em instâncias mais integralizadas, o tamanho do
sucesso está mais relacionado ao prazer que temos naquele momento (e à
significação que damos ao momento) ao tamanho físico das realizações.
Ainda há outra forma de olhar a
questão. Fomos condicionados, pelo meio cultural, à importância do ter... essa
é uma verdade inquestionável! Assim, o ter está atrelado à capacidade que os
outros têm em enxergar o que possuo. Dessa forma, quando digo “desejos grandes”
estou pensando no quanto as pessoas ao meu redor vão enxergar a minha
realização (se eles não enxergarem nada, é porque não alcancei a tal
realização). E aí pululam frustrações: em sendo as minhas realizações pequenas
conquistas, meus vizinhos, meus amigos etc não vão enxergá-las... Então, não
conta! Aquilo, para mim, não representa valor, justamente porque os outros não
vão enxergar ali a natureza do meu sucesso.
Curioso, não é? A referência não
é a minha satisfação. A referência é o reconhecimento externo, quase sempre
balizado sem nenhum comprometimento (emocional, de forças, de dedicação etc.).
Meu amigo e mestre Carlos Kravo alertou-me, sabiamente, outro dia, para uma
leitura desse problema: “As coisas grandes acontecem raramente; as conquistas
pequenas acontecem cotidianamente...”.
Celebre com, viva as, realize-se
nas pequenas conquistas. Por outro caminho, os desejos grandes, certamente,
serão a soma dessas pequenas vitórias!
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