Vivemos uma era de um fenômeno particular - o das decisões e julgamentos precipitados. Pelo título de uma manchete, já sabemos toda a notícia; por uma palavra solta, pinçada em uma frase, já inferimos todo o sentido de um texto; por uma avaliação inicial rápida, já somos sabedores de tudo de quanto precisamos para o julgamento final de uma decisão - decisão quase sempre muito significativa; pela imagem célere que nos chega sobre qualquer assunto - ainda que não o detenhamos plenamente-, já elaboramos toda sorte de definição pronta.
O maior problema, resultado desse fenômeno, é que, na maioria das vezes - senão em todas as vezes -, estaremos redondamente equivocados. Nossas decisões e nossos julgamentos e nossas definições se revelarão erros crassos. Cometeremos erros vários, alguns deles irreparáveis.
E para a correção desses equívocos bastaria o exercício da análise. Toda informação que nos chega - seja ela em forma de uma palavra, de uma manchete, de uma imagem - demanda um exercício valioso de análise. É preciso conhecer e medir as variáveis que perfazem aquela informação, em um jogo racional de verificação de possibilidades. Aquilo aconteceu mesmo? Foi do jeito que contaram? Não há algo estranho nisso tudo? Será que eu li até o final? Será que eu compreendi o que li? Será que eu detenho algum conhecimento sobre o que li?... Nesse jogo racional, devem surgir diversas perguntas que nos movimentarão aos caminhos que, decerto, evitarão os julgamentos precipitados.
Para isso, não podemos ter preguiça de enfrentar esses questionamentos todos. O exercício do pensar - o tal jogo racional - é o aliado mais forte para a criação do conhecimento. E, na esteira, para o nosso desenvolvimento pessoal.
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