Minha amiga espantou-se quando, do nada, eu lhe perguntei qual seria o seu sonho, se ela pudesse ter um negócio próprio... Estava eu mergulhado em reflexões sobre empreendedorismo, quando puxei o assunto.
Minha amiga demorou um pouco para responder, mas, logo, passou a desfilar seus sonhos. O curioso foi quando ela disse que bastava fechar os olhos que via todas as imagens na cabeça.
Divaguei enquanto ela falava sobre a ideia, a meu ver contraditória, de que bastava fechar os olhos para ver as imagens. Ora, se eu fechasse os olhos não veria coisa alguma. Mas talvez seja assim mesmo que muitos de nós entendemos os nossos sonhos - algo que acontece em um espaço não concreto, o dos olhos fechados. E o simbolismo dos olhos fechados remete à ideia de algo escuro, impenetrável, que não se pode alcançar, algo impossível de concretizar.
Pensei, então, no quanto é preciso sonhar com os olhos bem abertos. Acho que foi Chaplin quem disse que as grandes coisas do homem foram conquistas do que parecia impossível. Entendi minha amiga: ao dizer que fechava os olhos, ela parecia estar pensando na impossibilidade da realização do que estava dizendo. As imagens estavam no plano dos olhos fechados. Pois bem, ao abrir os olhos, mudo o paradigma do que é simbolizado: com os olhos abertos, passo a enxergar - o mundo, as possibilidades, os propósitos, a vida ao redor.
E é só nesse espaço em que a visão está plena é que posso avaliar todas as referências que me levam aos sonhos; e, ao avaliar as referências, sinto-me senhor dos meus sonhos. Alcançá-los vai depender da quantidade de esforço que deposito no meu caminhar em busca deles.
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