A publicação de ontem relembrou-me o poema Os Estatutos do Homem, de Thiago de Mello. É um texto belíssimo para ser lido e relido. Thiago de Mello escreveu-o em 1964, em uma crítica à ditadura, mas seus versos bem poderiam ser uma espécie de Carta Magna para a humanidade. Escrito formalmente ao jeito de decretos, cada um de seus artigos estabelecem uma especificidade que cabe bem aos preceitos humanos.
Vejam, por exemplo:
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
São 14 artigos e alguns parágrafos únicos, que convidam o leitor a pensar na vida. Eu, particularmente, gosto muito do artigo que se refere à ideia de confiança:
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
Vale conhecer o texto integral e aprofundar-se em uma saborosa reflexão dos preceitos do bem viver.
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