segunda-feira, 23 de abril de 2018

A contemplação do belo

Nos caminhos do desenvolvimento pessoal, havemos de pensar nas estruturas de formação de que somos constituídos. Quase sempre, pensamos na formação escolar e profissional, que envolve as relações acadêmicas, intelectuais e de aperfeiçoamento técnico. Tudo bem, não há problemas nesse pensamento: somos assim mesmo. Nossa escala de evolução passa, necessariamente, por esses trilhos - vivências familiares, escolares e de trabalho.
Mas há de se ampliar essa leitura. Somos, também, formados por experiências absolutamente sensoriais... As que nos ajudam na percepção do que não se pode determinar. Aquelas que vão determinar nossa consciência emocional.
E, se pensarmos que há um aprofundamento das dimensões de inteligência que existem em nós, a consciência emocional tem papel fundamental na substância do que somos. É quem vai mediar os nossos comportamentos sociais e afetivos, os que vão compor a inteligência emocional.
Para isso, tangencial ao nosso investimento na formação acadêmica, técnica e profissional, temos que nos proporcionar algum tipo de exercício que contribua para o aprimoramento da consciência emocional. Não é muito simples, mas merece o cuidado.
O aprimoramento da consciência emocional pode ser pensado a partir de variados caminhos. Boa parte deles passa pela conexão de suas vivências aos aspectos mais instintivos, mais naturais, do desenvolvimento humano.
Já reparou que estamos sempre em pressa, correndo para alcançar algo inalcançável? Pois é, nessa via, a da pressa, somos levados, cada vez mais, aos processos de desconexão àqueles aspectos.
Assim, uma das primeiras providências para os trilhos da consciência emocional é o de exercitar o movimento da lentidão, do demorar-se um pouco na visão do que considerar belo... É o exercício da contemplação do belo.
Já esteve em contato com algumas manifestações da natureza? Parques, rios, árvores, bichos etc. Pois bem, caminhar nesses cenários promove uma transformação de consciência que bem vale a reflexão. Ao parar um pouco, sem pressa para olhar o que está ao redor, reforça-se o exercício do olhar, dos sentidos, no caminho de busca daquela consciência.
Quem pode fazer isso - se bem que não é nada muito complicado -, vai perceber o quão valorosa torna-se a integração das variáveis de formação integral: escolar, técnica, profissional e emocional.


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