quinta-feira, 1 de novembro de 2018
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
terça-feira, 30 de outubro de 2018
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Dia do Saci
Na próxima quarta, 31 de outubro, é comemorado o Dia do Saci. No estado de São Paulo, em cuja capital resido, a data foi oficializada a partir da Lei nº 11.669, de 13 de janeiro de 2004, com a clara intenção de exaltar o folclore brasileiro, em uma tentativa de oposição à comemoração do Dia das Bruxas, amplamente comemorado na maioria dos países de língua inglesa.
A festividade que homenageia o personagem folclórico tem acontecido em alguns municípios desse Brasil afora. Em São Luiz do Paraitinga, cidade do interior paulista, há uma comemoração fantástica que marca, com renovada participação de um público externo, esta certa resistência em prol do Saci - a Festa do Saci e Seus Amigos, em São Luiz do Paraitinga, que neste ano marcou a sua 16ª edição, desenvolveu-se em três dias de um banho de cultura e de entretenimento altamente essenciais para quem se preocupa com a evolução da cultura popular e com o respeito às tradições.
Claro que falar em tradição pode suscitar críticas de tratar-se de um pensamento conservador, mas se pensarmos bem veremos que um dos maiores problemas do nosso desenvolvimento cultural é exatamente a falta de uma preocupação com a memória e os valores culturais próprios. Bem sei que a cultura é uma ciência dinâmica e que se fundamenta nas trocas de referências de diversas manifestações, mas essa troca só é positiva quando o conhecimento e a tradição das raízes fundamentam-se de maneira sólida. Senão fica uma cópia destituída de princípios, balizada apenas em aspectos de modismos e de deslumbre. Foi o que aconteceu, na minha modesta opinião, em relação às comemorações do Dia das Bruxas.
Importada mais por modismo, essa comemoração ganhou escolas, clubes e condomínios, sem que ninguém soubesse exatamente o significado de alguns símbolos exaltados. Assim, teias de aranhas, abóboras e fantasias que remetem ao universo de filmes de terror foram, repentinamente, incorporadas ao cotidiano da juventude. Isso sem dizer no incompreensível (aos nossos costumes) mote repetido por crianças nas portas dos vizinhos: "doces ou travessuras".
Do ponto de vista de uma demanda pedagógica, penso que temos em mão uma interessante reflexão que vale a pena fazer, em nome de um trabalho educacional de verdade. Se a ideia é trabalhar conceitos culturais de uma língua estrangeira, a comemoração do Dia das Bruxas vem bem a calhar - escolas estrangeiras ou de idiomas devem valer-se bastante dessa referência. Mas se o caminho é discutir e apresentar referências de uma cultura nacional, o Saci pode dar conta muito bem dessa empreitada.
E olha que o Saci até não é exatamente de origem brasileira. A sua característica, sim, de travessura e de molecagem é que incorporou-se bem ao modelo de formação do nosso povo miscigenado e passou a representar nosso conceito de folclore e de cultura popular. Não à toa os movimentos de resistência cultural adotaram a figura do Saci como de oposição à comemoração das bruxas.
Não considero que seja necessária uma ideia de oposição. Tanto uma cultura quanto outra fundamentam-se em princípios comuns e relacionam-se entre si com elementos de integração. O que penso de maneira mais contundente é que somos responsáveis pelos valores pedagógicos. Se, a partir de um princípio de planejamento e de intenção pedagógica, optarmos pela valorização de uma ou outra manifestação, faz-se altamente necessário que saibamos explicar muito bem aos jovens os fundamentos que sustentam uma ou outra comemoração.
De minha parte, justamente pelos princípios de intenção pedagógica, viva o Saci!
(Obs.: O texto acima, guardadas pequenas observações de atualização cronológica, é o mesmo publicado em outros anos, neste mesmo período. Sei que pode parecer falta de originalidade, mas explico a repetição pela urgência do tema e pela necessidade de mantermos vivas a preocupação e a ideia de trazer à tona esta reflexão tão fundamental.)
O desenho que ilustra esta postagem é do jovem artista e fotógrafo Lucas Barreto Santos, a quem agradeço pelos traços maravilhosos.
(Obs.: O texto acima, guardadas pequenas observações de atualização cronológica, é o mesmo publicado em outros anos, neste mesmo período. Sei que pode parecer falta de originalidade, mas explico a repetição pela urgência do tema e pela necessidade de mantermos vivas a preocupação e a ideia de trazer à tona esta reflexão tão fundamental.)
O desenho que ilustra esta postagem é do jovem artista e fotógrafo Lucas Barreto Santos, a quem agradeço pelos traços maravilhosos.
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Anotações - Mais um pouco sobre a consciência política
Neste final de semana, saberemos o resultado das eleições para a Presidência do Brasil e Governadores, nos Estados em que se verificou a necessidade de segundo turno.
Desejo, apenas, que o calor que tomou conta das pessoas nestes embates a que assistimos não se esfrie. É preciso que tenhamos a consciência de acompanhar os movimentos políticos, independente da bandeira que defendemos.
Não temos o costume, historicamente, de fazermos essa ação de acompanhamento do que a política está interferindo no cotidiano de nossas ações. Sequer, lembramo-nos dos candidatos em que votamos para os cargos legislativos.
Tomara que essa celeuma toda que se levantou, por estes tempos, transforme-se em um processo de conscientização mais aprimorado. Precisamos - já passou da hora - entender que não estamos diante de uma disputa esportiva (nessa, tanto faz quem ganhe); o processo eleitoral interfere em uma dimensão muito grande de variáveis da nossa vida real.
Que a nossa energia, gasta por estes dias, não se esgote. Mas é preciso que tomemos outro rumo em nossa movimentação. Não será mais o amigo contra outro amigo... A partir de agora, temos que estar despertos e conscientes em um acompanhar frenético do que se processa nos congressos pelo Brasil afora. Temos que aprender a cobrar dos nossos políticos posicionamentos que façam transformar positivamente nossos dias.
Nesse rumo, talvez aprendamos que a vida em sociedade é mais importante que os desgastes ideológicos que nos fizeram ter.
quinta-feira, 25 de outubro de 2018
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
Anotações - As "não-notícias"
O fenômeno não é novo, mas em tempos em que espalhamos desinformações aos quatro ventos, outra questão que me incomoda é o das "não-notícias".
Penso que ainda não há um termo que designe estes movimentos de comunicação, mas é aquele em que sabemos, por exemplo, que, normalmente, alguma celebridade está com o seu carro parado em algum estacionamento de supermercado. As variações são as mais diversas, mas sempre redundam em alguma informação sem a mínima relevância. E o que impressiona, pelo menos para mim, é o consumo que se faz destas informações. Ora, se há consumo, há demanda... simples assim! Então somos tomados, indistintamente, por muitas destas "não-notícias". E vemos muitas destas "não-notícias" sendo discutidas como se sérias fossem.
Quem trabalha com a Educação, de uma maneira geral, poderia se valer desta questão para movimentar algum tipo de debate sobre a importância das comunicações na nossa vida, na nossa evolução.
O movimento da apreensão do conhecimento está intrinsecamente relacionado com a capacidade que temos (ou devemos ter) de processar as informações que recebemos. Nessa trilha, é imperioso que aprendamos a qualificar estas informações.
Acontece que, para qualificar as informações, deveremos ter a habilidade de reconhecer elementos de importância nas notícias que recebemos. É um exercício de reflexão constante.
terça-feira, 23 de outubro de 2018
segunda-feira, 22 de outubro de 2018
A Educação
Todo mundo tem falado da importância da Educação. Sim, a Educação é importante. A questão é de que Educação estamos falando.
Quando se propaga, com efeito de marketing, sobre o quão importantes são os processos de Educação, quase sempre estamos falando das variáveis pedagógicas que se expressam nos espaços escolares. Esquecemos, entretanto, de pensar no tema com a dimensão maior que ele pede.
As escolas não são as únicas instituições que devem se responsabilizar pela transmissão das variáveis educativas. Aliás, às escolas, na verdade, competem mais as instâncias técnicas e intelectuais.
A Educação, principalmente, nos dias de hoje, devem remeter-nos às necessidades de avanços positivos dos processos morais e de virtudes, que devem, aí sim, somarem-se à evolução intelectual. Nesse bojo, referenciam-se como importantes os sistemas familiares, em que devemos receber as necessárias instruções de como nos portarmos diante de momentos conflituosos.
Bem sei que, já há algum tempo, as famílias têm passado por caminhos de desestruturações. É o preço que pagamos pela evolução da sociedade. Entretanto, essas desestruturações não podem ser o fiel da balança. Da mesma forma que a sociedade precisou evoluir, as relações familiares também precisaram. E, nessa roda-viva, é preciso achar meios e alternativas em que possamos trabalhar o desenvolvimento das crianças e jovens; não se deve, como está acontecendo, delegar essa importância a outras instituições (escola, trabalho, igreja, televisão etc.).
Cada uma das demais instituições estimula algum tipo de saber. Isoladamente, esses saberes não se completam na ideia de desenvolvimento ideal. É preciso reunir esses saberes em um corpo pleno em que se verifiquem avanços nos variados aspectos que nos constituem: familiar, escolar, social, profissional, cultural etc.
Quando alcançamos positividade nesse corpo total, podemos pensar em um avanço da Educação.
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Anotações - A responsabilidade pedagógica
Pensei no termo ao tomar contato com tantas publicações, nas mídias digitais, nestes tempos de eleições, de partidários de um ou de outro candidato. Penso até que as defesas ideológicas sejam legítimas, mas, em grande parte do que vi, as coisas transcendiam o limite do aceitável. Como nos ensina o Cortella, para além dos significados de dicionário, é preciso tomar cuidado para que os conflitos não se transformem em confrontos...
Como a maior parte das pessoas que acompanho constitui-se de profissionais da Educação, minha preocupação ganhou dimensão maior, já que, ao menos, espera-se destes profissionais a habilidade da responsabilidade pedagógica.
É aquela responsabilidade que nos alerta ser o nosso posicionamento elemento de modelo a alguns que acompanham nossos pensamentos.
É um cuidado a se ter. Quando detemos uma característica de liderança - seja ela em que nível for -, há em nossa postura e em nossas atitudes uma profusão de elementos representativos, que influenciam (ou manipulam, o que é pior...) posturas e atitudes terceiras.
A responsabilidade pedagógica deve ser o fiel da balança que separa, exatamente, os conflitos dos confrontos.
terça-feira, 16 de outubro de 2018
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
Feliz Dia do Professor!
Minhas homenagens, nesse data de comemoração ao dia profissional de ser Professor.
Ser Professor resume um conjunto de competências e habilidades que foge aos pré-requisitos técnicos de atuação. Está na essência de todo professor a capacidade, quase missionária, de acreditar em uma transformação plena - de valores, de sociedade, de conhecimento, de realizações, de humanidade... Acredito, na minha simplicidade, que foi a isso que Paulo Freire chamou de esperança.
O verdadeiro Professor é aquele que se veste de esperança, antes de mais nada, na condução diária de suas atuações (que não são poucas).
E, também como Paulo Freire, não acredito no conceito de "esperança" relacionado com a aproximação fonética do verbo "esperar"... Ter esperança não é esperar. Ter esperança é municiar-se das energias com que se pode contar e lutar por tudo em que acredita. E as energias, que vêm antes da luta, resumem-se nas capacidades que todos devem - e deveriam - ter.
A profissão de Professor, talvez - com respeito a todas as outras -, seja a das mais importantes. Principalmente, quando nos vemos em cenários conturbados como os atuais. Está nas atuações do Professor toda a esperança de transformação de que precisamos.
Parabéns, Professor, pelo seu dia!
Pense que sua luta não é tranquila... Como acontece com os heróis da mitologia, a cada dragão vencido, outro maior ressurge em algum lugar. E você não pode demonstrar medo, nem receio de qualquer espécie. Nem vai poder vangloriar-se diante das conquistas (que não serão poucas, acredite!)... como na mesma mitologia, uma conquista é sinal de novas batalhas.
O que vai renovar a sua crença nestas batalhas será o principal combustível do trabalho: o propósito do desenvolvimento do ser humano. É com esse propósito que se constitui o precioso direcionamento das atuações: trabalhar para que o ser humano tenha referências concretas de desenvolvimento!
Que o seu dia, então, seja de reflexão positiva para novas motivações em seus caminhos.
Parabéns!
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Anotações - Os estatutos do homem
Até por conta desse clima de vontade de um país melhor, por causa das eleições, lembrei-me de novo do poema do Thiago de Mello, que, na minha opinião, deveria estar na cabeceira de todos. Estou falando de "Os Estatutos do Homem", de 1964. Se não conhece, veja o poema na íntegra clicando aqui.
É um poema escrito em forma de leis... Leis que clamam por conceitos esquecidos e perdidos, há muito, pelos homens (como liberdade, fraternidade, confiança, justiça).
Só para aquecermos as reflexões, o primeiro artigo diz assim:
Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.
Imaginemos desejar o reinado da verdade e da vida, como pressuposto de um caminho bem mais justo. Não é exatamente o que mais precisamos nesses momentos atuais?
No correr do texto, Thiago de Mello apresenta-nos, ainda, outro conceito mais importante, que une elementos como "justiça" e "alegria":
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Cidadania, política e eleições
E chegamos ao momento em que nada mais pode ser feito... Bom, essa afirmação não é bem verdade.
O momento primeiro das eleições finalizou-se ontem. Hoje, já temos, pelo menos, definida a posição de segundo turno para os cargos majoritários em algumas cidades e, seguramente, para a Presidência (escrevo este texto ainda na tarde de domingo e nada está completamente definido...).
Para além, entretanto, da situação formal de segundo turno, nós, eleitores, temos que manter acesa e alerta a nossa vigilância para o que virá por aí.
Independente da situação hoje de seu candidato, nossa consciência cidadã avisa que precisamos nos manter informados, continuamente, sobre a política de nosso país. Temos o privilégio de estarmos vivendo na era da informação: qualquer dado e fato que queremos saber está ao alcance do nosso teclar.
Precisamos acompanhar de perto o que estiver acontecendo nas instâncias políticas. E não podemos ficar na superfície rasa das mensagens engraçadinhas dos grupos digitais.
O exercício de consciência cidadã, pelo viés da política, será a ferramenta essencial de estarmos inseridos nos processos que modificam nossos rumos. Quer gostemos ou não do sistema político a que estamos jurisdicionados, até que se mude tudo, está exatamente neste sistema as potencialidades de transformações das nossas realidades. Se não acompanhamos isso, jamais poderemos emitir qualquer opinião ou descontentamento do que virá.
Que a ideia de cidadania esteja sempre em alta. Se me permitem, vão aí algumas sugestões: esqueçam os cargos majoritários (Presidente e Governador) e anotem bem anotado os candidatos para quem votou nos outros cargos (Deputado Estadual, Deputado Federal e Senadores); verifiquem, quando puderem, os resultados dessa votação - vejam a posição dos seus candidatos - e, por favor, mesmo que os seus candidatos não tenham alcançado a eleição, anotem os candidatos de seu estado que foram eleitos. Percebam que os candidatos têm plataformas (temas e assuntos que defendem). Vejam, de acordo com a sua consciência, quais os temas que estão na sua essência (eu, por exemplo, preocupo-me com a Educação, com a Saúde e com o Empreendedorismo, principalmente) e acompanhem o que essas pessoas estão fazendo (ou não estão fazendo) por esses temas. A partir daí, verifiquem um canal de contato com esses candidatos (eles têm um e-mail institucional, por exemplo) e façam valer esse exercício de cidadania.
Claro, nem tudo vai ser tão fácil como parece. Mas não há outra forma de participação.
O processo de desenvolvimento cidadão, relacionado ao sistema político que nos constitui, é uma obrigação de todos nós.
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