3. CULTURA DA APRENDIZAGEM
Nos processos de ensino e aprendizagem, é preciso levar em
conta o quanto de compreensão das variáveis de aprendizagem o sujeito
internalizou em sua vida. A cultura da aprendizagem está relacionada com os
propósitos de movimentos a que o indivíduo precisa submeter-se em seu processo
de evolução.
Nesse sentido, há um dado relevante que se contrapõe ao
que convido a refletirmos. A cultura a que estamos acostumados fez-nos acreditar nas
relações de satisfações imediatas, de curto prazo. Normalmente, o indivíduo até
quer aprender algo, mas não quer se submeter aos esforços que gerem a
aprendizagem. Sempre penso na imagem da pessoa que pensa em escrever um livro,
por exemplo - normalmente, essa pessoa concentra seus pensamentos na melhor capa, na melhor
editora, na melhor noite de autógrafos, na melhor caneta para essa melhor noite
de autógrafos etc. Os esforços estão sempre direcionados no produto acabado,
realizado. E aí lembramo-nos de que o livro, como produto, precisa passar por um
processo de elaboração. E, normalmente, esse processo de elaboração é
trabalhoso. É preciso criar uma consciência de exercício do olhar para que se
tenha uma ideia original, no mínimo; é preciso que se tenha passado por uma
experiência intensa de leituras para que as referências de escrita estejam
internalizadas; é preciso que haja uma disponibilidade para o registro das
ideias (no papel ou no computador); é preciso que se busque criatividade para
que esse registro seja diferenciado; é preciso que cada registro passe por um
sem número de reescritas, até que se apure o texto; é preciso, se o interesse
for de publicar o livro por uma editora, que esse texto seja submetido a um
crivo externo - quase sempre não muito justo, diga-se de passagem, e, na maior
parte das vezes, fundamentado mais por interesses comerciais do que por
genialidade no texto; é preciso submeter-se a reuniões várias para ajustes no
texto, quase sempre causando descontentamento em relação à produção; é preciso
submeter-se a revisões, também diversas, que podem interferir nesse ou naquele
caminho do texto… Aí, o livro está pronto. Agora, é só o tempo de
aprovações de capa, de diagramação, de planejamento de lançamentos, de
contratos e, sim, podemos pensar na melhor caneta para a melhor noite de
autógrafos - que será realizada a contento da editora, é bom que se diga.
Desculpe-me se o parágrafo acima foi cansativo. Só
quis expor o quanto o processo é custoso e demanda uma carga de energia muito
grande. É preciso preparo e muita determinação. Normalmente, quando penso nessa
questão, lembro-me do livro Fernão Capelo Gaivota, do Richard Bach. Não sei se
você leu ou se conhece, mas tem lá um tema bastante propício para
refletirmos, futuramente, de forma mais apurada sobre a cultura da
aprendizagem.
O que é bom destacar agora, neste cotidiano de planejamento escolar, é que se a Escola estiver atenta a esse processo de cultura da aprendizagem por que todos nós passamos, talvez o direcionamento das variáveis pedagógicas possam ter caminhos mais interessantes, principalmente na ideia do necessário esforço para o desenvolvimento pessoal.
O que é bom destacar agora, neste cotidiano de planejamento escolar, é que se a Escola estiver atenta a esse processo de cultura da aprendizagem por que todos nós passamos, talvez o direcionamento das variáveis pedagógicas possam ter caminhos mais interessantes, principalmente na ideia do necessário esforço para o desenvolvimento pessoal.
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