sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Para refletir - Desenvolvimento


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Resenha - Cartas a Quem Ousa Ensinar

No meu processo de formação de Educador, constante como deve ser, há um livro a que retorno sempre: Professora sim, tia não - Cartas a quem ousa ensinar, de Paulo Freire (O meu exemplar é de 1993, da Editora Olho d'Água, de São Paulo - não sei se o livro ainda está editado lá...). Já no título e no subtítulo, referências provocativas ao nosso trabalho - professora, não tia... E o material do livro são cartas a quem ousa ensinar, a quem tem ousadia...
E acredito que Paulo Freire, não só nesse livro, mas em sua obra total, voltada ao questionamento constante do fazer pedagógico, quis exatamente despertar-nos a consciência de uma ousadia. De não nos prendermos às armadilhas que poderiam advir do trabalho (lá por dentro do livro, por exemplo, Paulo Freire gasta um pouco de verbo para explicar as razões que o levaram a explicitar a contraposição à tia no título - o que estava, na verdade, por trás era o que sempre norteou seu trabalho: as referências de valorização ao papel do professor).
Em várias passagens, fica explícita a importância de o professor valorizar seu processo de trabalho, incutindo-lhe respeito e amor. Respeito à variável de construção do conhecimento e amor à natureza essencial do trabalho que promove o desenvolvimento do ser humano.
É um desses livros cuja leitura não se esgota, nem se deteriora no tempo. E, como o próprio mestre cuidou de deixar na apresentação desta obra, em nossos caminhos, devemos lutar por "uma escola que, continuando a ser um tempo-espaço de produção de conhecimento em que se ensina e em que se aprende, compreende, contudo, ensinar e aprender de forma diferente..."
Qualquer hora dessas, com certeza, ainda volto a esse livro.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Resenha - Olhar o Mundo com Olhos de Criança

Dois desses vídeos que nos fazem pensar, dos muitos que pipocam nas redes sociais, chamaram-me a atenção para convidar-lhes a refletirmos sobre a importância de pensarmos o arquétipo da Criança no nosso processo de desenvolvimento pessoal. Em um dos vídeos, uma criança e um adulto - separados por uma espécie de biombo - são estimulados a repetirem as caretas de pessoas que aparecem em uma projeção; quando uma dessas projeções reflete uma criança com o que parece algum tipo de paralisia cerebral (desculpem-me, não consigo identificar ao certo a doença) fazendo uma careta, o adulto fica desconcertado e sente-se desconfortável em repetir o que vê, talvez "penalizado" com a situação. A criança, do outro lado do biombo, nem pensa duas vezes e imita, sem grilos nenhum, a careta como está sendo projetado. (se quiser dar uma olhada no vídeo, clique aqui)
No outro vídeo, com intenção social, duas crianças sentam-se próximos a um balcão parecido com o de uma lanchonete. Após algumas orientações, elas são esclarecidas que, à frente, em dois pratos cobertos, somente em um deles há um sanduíche, o que quer dizer que uma das crianças vai ficar sem o que comer. Após o sinal estabelecido, elas descobrem os pratos, realmente só há um sanduíche. O que acontece? Mais uma vez, ninguém pensa duas vezes e aquele que descobriu o prato em que está o sanduíche, divide-o, natural e generosamente com a outra criança. (para ver o vídeo, clique aqui)
O despojamento e a naturalidade das crianças, representados, simbolicamente, por suas reações nos vídeos, instigam-nos a pensar um mundo em que podemos resgatar a espontaneidade nas relações humanas, em que o que está em jogo é a convivência saudável e compartilhada das alegrias. Além disso, a lição de que a humanidade é o viés mais positivo dessas relações. Quem sabe, podemos, assim, aprender alguma coisa...

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A Formação do Professor - Uma Reflexão sobre os Aspectos Teórico e Prático

Atualmente, vários pontos são muito discutidos em Educação. Termos como Metodologias, Estratégias, Avaliações, Disciplinas etc são facilmente encontrados em debates e discussões sobre o tema. Parece-me que, a despeito do valor que todos esses itens possam ter no processo de evolução educacional, é preciso ressaltar e destacar a figura do Educador. O Educador tem uma importância muito grande, já que desempenha um papel dos mais valorosos no contexto de significação da prática educacional. Independentemente dos aspectos sistemáticos, já que cada Instituição de Ensino vai priorizar uma ou outra referência, a figura do Educador ganha uma conotação muito maior, na medida em que é ele o principal condutor dos referidos aspectos.
E deve o Educador perceber, tendo em vista que acaba assumindo uma grande parcela da responsabilidade na prática pedagógica, que no espaço escolar atuam diversas instituições, nem sempre integradas ou imbuídas dos mesmos propósitos. Faz-se, então, necessária uma busca constante de uma orientação positiva ao encaminhamento dos trabalhos; positiva, aqui, no sentido de que se encontrem soluções práticas de conversão das dificuldades em possibilidades reais que priorizem as ações coletivas.
A análise da importância do professor no processo do estabelecimento de uma visão positiva da ação educacional vai, também, estar intimamente relacionada com o questionamento sobre as variáveis de formação por que esse profissional deve encaminhar o desenvolvimento de seu trabalho.
Quando se fala em formação do Educador, deve-se ter em mente dois principais aspectos desta variável: há uma formação acadêmica, oferecida por instituições próprias, reconhecidas por organismos competentes; e há uma formação que podemos, aqui, chamar de vivencial, de cunho prático-reflexivo, oferecida ou não por órgãos e/ou instituições.
Não se pretende, aqui, traçar paralelos comparativos aos dois aspectos, mas é possível, mesmo empiricamente, conceituar uma análise diagnóstica a propósito deles. Enquanto a formação acadêmica trata de subsidiar o profissional com os referenciais teóricos e técnicos, a formação vivencial procura (ou deve procurar) suprir a carência de uma reflexão mais apurada acerca da dimensão prática do trabalho, em que se inserem as ações dinâmicas do cotidiano.
Na formação acadêmica, priorizam-se os elementos conceituais, não necessariamente buscando adequadamente o estabelecimento de uma correlação com uma práxis de trabalho. Um paradoxo vai surgir justamente na extensão prática da atividade do Educador. Ali, no front, em sala de aula, a formação acadêmica não vai ser suficiente para um bom desenvolvimento das suas funções. É bom que se frise melhor: “a formação acadêmica não vai ser suficiente”, o que significa não se dever preterir uma variável de formação a outra. Entretanto, como o objetivo maior da Educação deve ser o de promover o desenvolvimento sócio-afetivo-intelecto-cultural do ser humano, o Educador precisa ser um sujeito constantemente revisor de suas ações e posturas teórico-práticas.
Quando se diz formação de Educador, essa ideia precisa estar o tempo inteiro à frente de um planejamento – está no Educador a busca constante de uma releitura de suas ações. O que é curioso, entretanto, é a observância de uma identidade cultural, segundo a qual o indivíduo represa o movimento que objetiva o seu aperfeiçoamento profissional. E esse aperfeiçoamento é o que vai garantir uma maior positividade na relação com o aluno (desde a percepção do aluno até uma autocrítica referente às suas características de professor). O resultado de uma postura inerte frente aos caminhos de formação vai ser, obviamente, a baixa qualidade de ensino e posterior desmotivação, tanto do aluno, quanto do próprio educador.
A baixa qualidade de ensino já foi amplamente discutida e, constantemente, torna-se conclusão indevida para colocar a culpa em uma ou outra instituição participativa do espaço escolar. Não nos custa repetir, reflexivamente, que, dada à extensão do seu papel, reside-se nas funções do professor a importância de atribuir-se maior responsabilidade na prática educativa e, assim, criar, incansavelmente, situações para que o seu aperfeiçoamento seja constante, duradouro e - porque não? - prazeroso.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Resenha - A Busca do Extraordinário


Já há algum tempo, uma pergunta de um dos artigos do Contardo Calligaris que vi no jornal, perpetua-se em meus pensamentos: "...como se apaixonar pela vida esperando dela apenas o ordinário?". Contardo Calligaris, naquele texto, explana sobre a necessidade de fugirmos das banalidades cotidianas, mas, ao mesmo tempo, expõe as dificuldades de se fazer o extraordinário. Quem quiser dar uma olhada no artigo completo, clique aqui.
Fico pensando no quanto desperdiçamos nossos sonhos e nossas aspirações na mediocridade dos caminhos. Quanto deixamos de tentar por medo e falta de disponibilidade. Quanto nos represamos na comodidade do que é fácil. Quanto nos cuidamos para não exagerar nos nossos passos e, no imediato, sentirmo-nos frustrados de não termos tentado ir mais adiante...
Apaixonar-se pela vida exige uma certa entrega. Um certo despojamento dos temores que nos retêm. A vida nos reserva fantásticas aventuras e não pode nos encontrar indispostos, fechados os olhos aos brilhos que só os poetas veem. É na poesia que a vida se revela... poesia, aqui, com a tradução de "sentimento". Perceber o referencial poético do que me cerca é estar com os sentidos despertos para captar a integralidade das coisas. Então, estar disposto a afastar-me das banalidades que me atrasam...  E só assim o extraordinário pode me alcançar.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Resenha – Aprender Sempre


Escutei, no Metrô, dois senhores de idades avançadas conversando e apurei a seguinte mensagem, em tom festivo e de conclusão a algo que estavam observando: “É, vivendo e aprendendo... E nunca acaba de aprender”... Para o senso comum, não é difícil assimilar a máxima – nunca terminamos de aprender. Na prática, e saindo do senso comum, percebo que há problemas em pensarmos que nunca se acaba de aprender. Exatamente por vivermos em uma sociedade notadamente apressada, que já conta com o produto final, a ideia de aprender sempre parece representar certo suplício.
Entretanto, e é bom que tenhamos essa consciência, a aprendizagem, de fato, nunca termina. Quanto mais nos enxergarmos como seres em desenvolvimento, tanto mais estaremos abertos a novas experiências de saber. Estar aberto a essas novas experiências significa, grosso modo, disponibilizar-se para a recepção de novos conceitos e de transformações mentais. Aprender algo exige um constante colocar-se disponível para os estímulos – os mais diversos – que nos chegam; estar atento e disposto a estes estímulos – e observá-los com olhos de querer saber - é o que diferenciam os que conseguem aprender mais.
Daí é só aproveitar da vida o que ela nos traz e sempre observar, em tom festivo: “É, vivendo e aprendendo...”.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Resenha - O Lúdico no Desenvolvimento Pessoal


No universo lúdico livre que criam para si, as crianças jogam e se divertem de forma entusiasmada. É fantástico ver as crianças brincando. Há entrega, há diversão, há aprendizagem.
É preciso que nós, Educadores, saibamos enxergar as crianças nestes espaços de ludicidade como sujeitos em desenvolvimento. Observá-las na realização das brincadeiras, na instituição de suas regras e das elaborações que o jogo exige, pode propiciar ao nosso entendimento verdadeiras aulas. A principal delas é que a brincadeira existe e, por si só, é dinâmica e integradora. Somam-se, em consequência, outras aprendizagens: na brincadeira livre, a criança exercita a sociabilização; experimenta exercícios de tolerância; desenvolve aspectos de lideranças e de resolução de conflitos; promove a elaboração dos conceitos de sucessos e frustrações etc.
Refletir sobre os referenciais lúdicos – esses retirados de o quanto observamos quando as crianças brincam livremente – pode trazer-nos subsídios importantes para o aprimoramento das práticas pedagógicas.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O Lúdico na Eduação - Brincando de Dobrar Papel

O  universo infantil está pontilhado de referências lúdicas. E não podia ser diferente: é através de sua vivência nos jogos de representação, a que costumeiramente chamamos apenas de brincadeira, que a criança experimenta situações, conflitos e superação de desafios, que vão proporcionar, além do próprio prazer de brincar, o seu pleno desenvolvimento.
É nesse ponto que se apoiam as reflexões que relacionam o lúdico às operações pedagógicas: os sistemas em Educação podem (e devem!) ser analisados a partir do pressuposto do estabelecimento de variáveis que promovam exatamente o desenvolvimento do ser humano.
E é com base nessa relação que a ludicidade, já há algum tempo, deixou de apenas circunscrever seu perímetro de estudo, unicamente, aos aspectos do jogo e do brincar. As leituras dos referenciais lúdicos têm sido acompanhadas, via de regra, de implicações educacionais. É no encaminhamento das reflexões acerca do brincar como variável pedagógica que os educadores, preocupados com dinâmicas mais significativas, vão buscar novos olhares sobre sua prática.
Os educadores que trabalham com as crianças pequenas, de 0 a 6 anos, têm refletido muito sobre a máxima que caracteriza o brincar como atividade em que se pressupõe uma relação propícia ao processo de desenvolvimento integral: sócio-afetivo-intelecto-emocional.
Na prática, é preciso estarmos atentos às possibilidades de redimensionamento das estratégias e dos materiais que temos à mão para o planejamento de atividades que venham contribuir, efetivamente, com essa operacionalização.
Sob essa ótica, as atividades que relacionam o prazer de ouvir histórias com os benefícios da prática de dobrar papel podem ser altamente positivas. Ilustro, aqui, com o que pode ser pensado como um sistema: a partir da escolha de um instrumento prático pertinente a brincadeiras (no caso, o papel e as possibilidades de sua transformação pelo processo de dobrá-lo), desenvolvem-se vertentes de descobertas e/ou retomadas das cantigas infantis e das narrativas orais.
Para explicitar as possibilidades dessa atividade, pensemos em um modelo simples de dobradura, que todos devem conhecer – a casa. É uma figura bastante clássica. Pode-se partir de um estímulo qualquer para motivar o grupo a fazer a dobradura, ressaltando-se o respeito às potencialidades individuais. Com o modelo pronto, começam as brincadeiras.
Lembrando que já existe uma canção muito popular (“Era uma casa muito engraçada...”), o educador pode conduzir a brincadeira inicial justamente para reforçar o que há de engraçado nessa casa – não tem chão, não tem janela etc. -, com a intenção de tornar vivos os versos da música. Se a canção não surgir espontaneamente, nada impede de apresentá-la ao grupo, ensinando-lhe o que diz a letra.
Particularmente, eu gosto de fazer surgir do final da música uma história – como se uma brincadeira puxasse outra. Nesse caso, também valoração pessoal, prefiro a história do livro A Casa Sonolenta, já que o seu enredo permite um dinamismo que agrada muito o público infantil. Finda a história, a brincadeira toma outros rumos, permitindo algumas escolhas: recontar a história, inventar outra história com o tema da casa ou explorar as possibilidades intrínsecas na dobradura da casa: enfeitá-la, usá-la como aplicativo de colagens etc.
Assim como a casa, outras figuras de simples execução podem ser descobertas na prática da dobradura. E o encaminhamento até pode ser o mesmo descrito aqui; dobradura – cantiga – história – exploração após os contos. Evidentemente, o educador que pretender refletir essa prática vai desenvolver o seu próprio método de trabalho, valorizando este ou aquele momento, conforme especificidades de sua turma ou das características de seu espaço educativo.
O que deve ser ressaltado é a utilização de ferramentas, marcadamente lúdicas, para a compreensão do processo pedagógico. A linguagem da brincadeira, algumas vezes pejorativamente identificada com a ausência de seriedade, mostra-se, aqui, uma variável incomensurável de estabelecimento metodológico colaborativo no desenvolvimento da criança.
De um lado, a arte de contar histórias permite-nos adentrar nas reflexões sobre a aplicabilidade dos contos no contexto educativo, ao oferecerem à criança-ouvinte valores psicológicos e afetivos, presentes nas estruturas das narrativas orais clássicas, já amplamente discutidos nos estudos científicos a esse propósito. De outro, atividades de construção – como as transformações feitas em folhas de papel – abrem-nos outros campos de prospecção de estudos acerca dos princípios educativos que vão consolidar nossa prática.
 A referência maior, aqui, da ludicidade acompanhando esse processo de tomada de consciência só aprofunda a importância de compreender o brincar como manancial valoroso de análise do crescimento sócio-afetivo das crianças envolvidas em atividades que o tenham como estratégia.
A integração entre a arte de contar histórias e as dobraduras de papel, fundamento desta explanação, prevê um mecanismo bastante envolvente nos trabalhos positivos que se observam em Educação Infantil: a perfeita sintonia entre brinquedo (o instrumento) e brincadeira (o que se faz com o instrumento), como facilitadores de variáveis contributivas ao desenvolvimento das crianças. Caberá ao educador, em nome dos ideais mais acertados da Educação, além da constante análise de suas potencialidades, o estudo e a adoção de métodos que corroborem essa sintonia.


Esse post é uma síntese do artigo Brincando de Dobrar Papel Entre Cantigas e Contos. Para acessar o artigo na íntegra, clique aqui.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Resenha - Conversas de esquinas (Desenvolvimento)

... Tenho ouvido e visto pessoas desanimarem de suas buscas. Buscas profissionais, buscas acadêmicas, realizações pessoais. Ao ouvir as pessoas falarem de suas desistências, o que mais ressalta é a ideia de o quanto aquilo dá trabalho, ou de o quanto é difícil perseguir o que se quer.

É impressionante! Na maior parte das vezes, dá trabalho, sim. E é difícil, sim. Mas o que mais observo é a falta de tentativas ao que se quer. Já falei aqui da determinação e do preparo para se conquistar algo. A evolução pessoal é fruto, exatamente, da integração desse binômio: a determinação, que me municia de força e resistência; e o preparo, que me estabelece com minhas aprendizagens.

Não há caminho de sucesso normal sem esse pressuposto. Na elaboração de nossos novos caminhos, preciso estar atento de quanto desse binômio (determinação e preparo) eu estou imbuído.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Resenha - Leituras


... O que tenho visto bastante, contrariando os ditos do dito senso comum, são jovens lendo... e lendo bastante! Em quase todos os lugares, há sempre quem saque de suas bolsas e mochilas um livro. Fico feliz de ver esse espetáculo, já que, por algum tempo, ouvi bastante a ladainha de que os jovens não leem. E que qualquer trabalho de leitura encontraria resistência nesta constatação indiscutível: os jovens não leem. O que, talvez, esses críticos tenham querido dizer é que os jovens não leem o que se quer que eles leiam. Isso lá é verdade, é honesto que se diga. Mas, de verdade, não vejo problema algum nisso.

O gosto apurado pela leitura, além de subjetivo, é algo que se aprende. É preciso que o leitor ganhe intimidade com as referências de leitura, para, daí, desenvolver o senso estético. Mesmo, assim, nada impede - e, outra vez, não há problemas nenhum nisso - que o tal senso estético seja direcionado para o que o leitor definir como sendo boa leitura. É preciso, aqui, separar o prazer de ler de ler por ofício.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Reflexões sobre o Planejamento Escolar - Parte Final

Finalizando as reflexões iniciadas aqui sobre o momento de Planejamento Escolar, ofereço três tópicos finais para que ampliemos nossa análise das atitudes em busca de uma Educação de melhor qualidade.

4. CONTEÚDO
No que diz respeito ao desenvolvimento das atividades pedagógicas, o Conteúdo é um dos principais referentes de trabalho do professor. É em torno do conteúdo que se desenvolve um dos fatores primordiais para se alcançar a variável de aprendizagem significativa, sobre a qual refletimos antes.
Na ação pedagógica – em que se trabalha o desenvolvimento escolar do aluno -, a apreensão do conteúdo é elemento significativo. Mas não é só por parte do aluno. Sobretudo, o é por parte do professor, que precisa demonstrar o quanto ele domina daquele instrumento sobre o qual ele formou sua identidade docente. Aliás, a formação da identidade docente vai ser elemento relevante de transformação das ações pedagógicas (voltaremos a esse tema, em algum post futuro, aguardem)...  O professor, ao demonstrar o interesse e o domínio sobre seu conteúdo, certamente motivará o aluno aos processos de desenvolvimento e de aprendizagem.

5. METODOLOGIA
No desenvolvimento do conteúdo, é preciso caminhar por linhas claras e que resultem em ações significativas quanto à elaboração dos componentes curriculares. É disso que trata a Metodologia: o estabelecimento de movimentos que orientem os modos de realizações de práticas que guardem relações com os objetivos e com os propósitos que se quer alcançar. A Metodologia será o apoio do professor quanto à melhor forma de conduzir suas aulas, respeitando a especificidade de cada item a ser trabalhado, bem como às características singulares dos alunos.

6. AVALIAÇÃO
A Avaliação tem sido um dos itens mais debatidos, nos últimos tempos, acerca dos referentes pedagógicos. Se a ideia de aprendizagem significativa for bem apreendida, é preciso que a Escola cuide - e bem - das reflexões sobre os sistemas de avaliação. A avaliação, nesse contexto, precisa refletir a preocupação de que os conceitos de trabalho dos professores ofereçam motivações reais para que os alunos desenvolvam seu senso crítico e sua capacidade de construção do conhecimento.