quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Anotações - Menos paredes e mais imaginação

Uma campanha publicitária de uma operadora de celular faz a pergunta que parece importante para pensarmos possibilidades de mudanças para o trabalho com a Educação: "E se as salas de aula tivessem menos paredes e mais imaginação?...".
E é interessante pensarmos o quanto estivemos muito mais preocupados com as paredes, de uma maneira geral. Criamos salas disso, salas daquilo, e confinamos nossos jovens em espaços limitadores. Por esse caráter, a limitação criava uma sensação de controle perfeito - tínhamos todos os movimentos ao nosso alcance e poderíamos exercer o nosso poder com muito mais propriedade e inibição... Sim, queríamos inibir todo movimento perigoso.
E nem percebemos o quanto estávamos cerceando os nossos alunos... ou não quisemos perceber. Parecia aquele efeito poético retratado por Rubem Alves, ao que ele chamou de "pinoquização às avessas": as crianças entravam meninos de verdade e saíam como bonequinhos de madeira. Cruel isso!
Então, há um componente metafórico precioso na mensagem da campanha publicitária: paredes são elementos simbólicos de cerceamento (de visão, de movimento etc.) - a parede impede a amplitude, a descoberta; e imaginação é a dimensão que transgride, que liberta.
Eu, particularmente, e aproveitando a retomada das atividades escolares, penso que seria interessante trazer aquela pergunta para as reuniões de planejamento que se fizerem. É preciso lembrar que o conhecimento é matéria adquirida sob o signo da liberdade e do prazer... E que toda aprendizagem tem um quê de transgressão.

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