segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

A variável do medo

A ideia do medo é uma variável clássica no processo de desenvolvimento pessoal. Todos nós, em determinado momento em nossa evolução, confrontamo-nos com alguma relação de medo. Medo de mudar de carreira, medo de expor-se, medo do desconhecido... e por aí vai. O medo é um aspecto que sempre nos acompanhou.
A primeira reação, natural, frente a qualquer temor, é o da paralisação... não sabemos, exatamente, o que fazer. É natural, mas não pode ser determinante.
Até porque a outra reação, que guarda mais referências com a nossa escala de evolução, é a do enfrentamento do medo.
Pense em uma situação selvagem, por exemplo: um predador qualquer encontrou a sua presa. Ambos serão movidos pelo medo - um, guarda o medo de passar fome; outro, o medo de virar refeição e deixar de existir... E é, exatamente, o medo que vai movimentá-los - um, para alcançar a presa e garantir sua sobrevivência; outro, para safar-se e garantir, também, a mesma sobrevivência.
E o simbolismo da sobrevivência pode ajudar-nos um pouco nestas reflexões. Todos estamos buscando os caminhos da sobrevivência.
Saindo da esfera selvagem e olhando um pouco para as etapas de evolução humana, é certo dizer que foram os enfrentamentos das mais diversas situações de medo que nos fizeram chegar até aqui.
É preciso colocar-se alerta quando em instantes de medo. A posição de alerta funciona um pouco como aquela de paralisação - e agora? Como reagir? De que forças eu vou precisar para essa reação?... Essas e outras questões devem surgir nesse momento. -, para preparar corpo e mente ao enfrentamento.
E, neste momento, chegamos à ilustração da sobrevivência referida acima. Tudo começa com um movimento. O movimento é o pressuposto do enfrentamento. Para enfrentar a situação de medo, faz-se necessário que estabeleçamos algum tipo de movimento... Não à toa, a figura é exatamente oposta à da paralisação.
Quando nos movimentamos, toda a nossa fisiologia prepara-se para a busca das soluções necessárias. E é nesse processo que conseguimos enxergar outras dimensões, outros parâmetros acerca das situações que nos causaram medo. É por isso, ainda, que os manuais ensinam-nos a portar-se diante das variáveis de medo com olhos de analista. Primeiro, certifico-me do cenário - onde estou, o que me causou medo, as possibilidades que me chegam etc. -, para reagir, conforme, exatamente, essa análise.
As situações de medo até podem paralisar-nos a princípio. Mas deve ser uma paralisação para que ganhemos energia de reação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário