O fenômeno não é novo, mas é preciso ficarmos atentos para essa nova geração que se locomove ao conhecimento. Avessa às relações sociais mais diretas, é uma geração que se apropriou enormemente dos aparatos tecnológicos para consumir e produzir conhecimentos. No que se refere aos meandros digitais, não há como dourar a pílula: é a turma que mais sabe o que fazer com as ferramentas digitais. E, à medida em que se vão passando os dias, quanto mais jovens, mais preparados eles estão - não é raro encontrar crianças pequenas, bem pequenas, já com seu arsenal de brinquedinhos digitais.
E esse deve ser um dado crucial para os educadores. Cada vez mais cedo, as crianças estão entrando nas escolas muito bem aparelhadas - de ferramentas, de informações, de conhecimento. É preciso saber o que se vai fazer com essa turma.
As aulas, fundamentadas em preceitos ainda do século 18 (quadro negro, autoridade única, carteiras enfileiradas, avaliações descabidas, um certo machismo intelectual e científico etc), precisam ser revistas.
Já começa que essa geração adora ser desafiada... e desafiar. O que se contrapõe a esse modelo anacrônico de fazer a Educação. Por exemplo, nunca diga ao povo dessa nova geração que é impossível fazer algo... Elas vão "dar um Google", como se diz, para constatar, de imediato, que , sim, existem alternativas. Alternativas até que jamais imaginaríamos existir.
Esse é um tema que vai ser desenvolvido melhor ao ganhar de novas publicações, aguardem.
O que me chamou a atenção para esse tema foi ter presenciado a cena de mãe e filha discutindo, outro dia, sobre a ideia prosaica de se fazer um bolo. A mãe, racional, constatou que faltava um certo ingrediente para a conclusão da receita e que, portanto, o bolo estava comprometido; a filha, representante da nova geração, "deu um Google" e, em segundos, descobriu um sem-número de alternativas para contornar a falta daquele ingrediente. O resultado? Dali a instantes, o bolo estava pronto... sem a necessidade de seguir a receita engessada e permeado de originalidades preciosas, que conferiam sabores, aromas e texturas particulares... Não poderiam ser assim as aulas?
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