segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Educação, qual o caminho da qualidade?

Todos que pensam a Educação, cotidianamente, veem-se às voltas com o questionamento sobre a qualidade nos processos de aprendizagem. A questão levantou-me certas angústias, principalmente nos últimos tempos, em que se falou bastante sobre o trabalho pedagógico.
De uma parte, importante pesquisa destacou os níveis de desprestígio com a carreira de professor; de outra, ressaltou-se as clássicas dificuldades em relação aos processos de aprendizagem significativa, destacando os elevados níveis de analfabetismo funcional nas principais áreas do saber (comunicação e matemática).
A questão do desgosto com a carreira de professor é até clássica; sabemos de o quanto os nossos alunos não se dispõem a seguir a profissão. Mas a pesquisa abordava o fato de que os próprios professores estariam desestimulando o encaminhamento por nosso trabalho.
Está nesse processo de auto desprestígio algumas considerações históricas, que sempre navegaram ao largo deste trabalho: a mal remuneração, o pouco reconhecimento e a falta de autonomia de trabalho. Mas também há que se considerar, fato mais recente, os problemas de envolvimento positivo com os encargos de ser professor.
O problema da evolução dos índices de analfabetismo funcional é sério. Nossos alunos estão avançando nas séries, sem o mínimo de formação necessária para compreensão de textos e de habilidades para os básicos raciocínios matemáticos.
Até onde nos alcance a responsabilidade por uma ou outra questão, temos que cuidar de fazer a nossa parte. Principalmente, na revisão do nosso trabalho com a Educação.
Cabe a nós, individualmente e no coletivo, refletir e abrir discussões sobre as práticas que estamos desenvolvendo. Algumas de nossas ações pedagógicas estão destituídas de sentido e de significado, precisamos admitir - trabalhos duvidosos com conteúdos sem vinculação com as realidades dos alunos são os que mais se veem nos espaços escolares.
Nesse processo de reflexão, o conceito mais importante a apurarmos é o da aprendizagem significativa. O quanto de nossos trabalhos pedagógicos estão, de fato, criando estruturas sólidas de aprendizagens? E só será no espaço da significação que transformaremos o desenvolvimento dos nossos alunos.
É preciso que entendamos as mudanças tecnológicas e sociais, exatamente as que estão provocando mais interferências nessa variável de trazermos significados aos nossos conteúdos. Hoje - e esse é um dado proporcionalmente recente no entendimento dessas mudanças -, as crianças e jovens têm muito mais acessos a diversos níveis de informações; o papel essencial do professor, nesse cenário, é o de criar estruturas para a transformação dessas informações em conhecimento.
As exigências que recaem sobre o nosso trabalho aumentaram, sim, mas só desta forma é que podemos vislumbrar mais envolvimento e positivação na qualidade do fazer pedagógico. Certamente, esse movimento vai motivar, também, muito mais pessoas a enxergarem a Educação com respeito e reconhecimento.

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