quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Anotações - Discurso das obviedades

Algumas das falas, nos planos de qualquer comunicação, revelam-se verdadeiros discursos de obviedades.O orador, ao discorrer sobre sua exposição, acaba tornando o assunto um mar de referências óbvias.
O melhor exemplo disso vemos nas campanhas eleitorais. Cada candidato "conversa" com o seu eleitor desfilando um sem-número de generalidades, que acabam por se constituírem falas vazias. As obviedades devem ser tratadas como falas vazias, que nada acrescentam ao contexto. Curioso é que grande parte das pessoas "compra" aquele discurso como algo de importância e valor máximos. E é por isso que se cria um círculo que sustenta essa prática: de um lado, o orador que se vale desse expediente - consciente ou inconsciente; de outro, o ouvinte, que pode nem se aperceber de que nada significativo foi dito e aplaude, efusivamente, a exposição.
É preciso tomar cuidado, nos caminhos do desenvolvimento pessoal, para não cairmos nem a um lado, nem a outro. As minhas falas precisam ser significativas e carregadas de importância; e a minha postura de ouvinte precisa ser crítica e racional, o suficiente para que eu possa analisar o que está sendo dito e desenvolver a competência de elaboração de sentido às informações que me chegam.
É processo trabalhoso, bem sei, tanto de um lado quanto do outro, mas só assim podemos alcançar um sistema de comunicação de qualidade.

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