segunda-feira, 2 de outubro de 2017

A felicidade

Não sei se você já reparou que a ideia de felicidade é transmitida como algo fácil e presente em todos os momentos de nossa vida. Pelas propagandas de televisão, vemos o mundo feliz em filas de bancos, nos transportes públicos, nos supermercados, nas rotinas da vida e por aí afora. Quando passamos desse universo onírico para o mundo real, demoramos a encontrar essa tal felicidade.
O que aconteceu? Onde estão aqueles sorrisos fáceis e contagiantes?
Como na música, "a vida é real e de viés...". Não existe essa felicidade fácil e contagiante nas esquinas à nossa espera. É preciso que construamos um espaço de energia e sintonia que permita situações de felicidade, isso sim.
Então, precisamos conversar sobre isso, para o bem do nosso desenvolvimento. Como construir esse espaço?
Em primeiro lugar, é preciso que nos afastemos daquelas imagens das propagandas da televisão. Não que haja nada errado com a televisão, mas há algo errado com algumas coisas que as televisões nos mostram. E o interessante é que essa mostra toda até tem uma função, já explorada em diversos estudos sobre o poder das mídias - de uma maneira geral, o propósito da alienação é o que se pretende com esse bombardeio de imagens oníricas que nos afastam, sobretudo, de nossas potencialidade.
Sim, e aqui chegamos ao segundo lugar, é preciso que nos demos conta das nossas potencialidades. Daquilo que somos verdadeiramente capazes de fazer. Ou da possibilidade de sermos verdadeiramente capazes de fazer. E, veja, entre o fazer e a possibilidade do fazer está, tão somente, a nossa determinação de realizar algo, nada mais.
O problema da alienação é que somos treinados a acreditar que a nossa realização está consoante ao alcance daquela situação imagética que nos é apresentada (se eu não usar aquele tipo de creme dental, não terei jamais prestígio... esse é o mantra que a propaganda da televisão nos passa). Isso quando, na verdade, a capacidade de realização está, internamente relacionada, ao propósito que me atribuo de determinação e de crença nas minhas potencialidades. Façamos um alerta, por favor: a ideia de potencialidade não está vinculada à questão da natureza; os potenciais podem ser desenvolvidos.
Visto por esse ângulo, é até mesmo mais fácil encontrar, enfim, a felicidade. Ela vai estar nos momentos em que você se permitir enxergar suas possibilidades e determinar-se a realizá-las. Tenha a dificuldade que tiver, a capacidade de buscar a realização daquilo a que você se pretender trará as percepções necessárias para enxergar o mundo com outros olhos.
Certamente, você vai descobrir que a ideia de felicidade é mais abrangente do que possamos imaginar. Uma série de eventos e ocorrências que, talvez eu nem os percebesse, vai ser responsável por diversos momentos de alegrias e satisfações.
A busca da felicidade não está nos externos dos meus caminhos; antes, ela está na percepção da minha interioridade e nos rumos que atribuo à minha determinação de modificar as trilhas espinhosas que me chegam.

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