terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Anotações - A questão do julgamento crítico

Recente matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo aborda o pensamento do físico e professor da USP André Martins, segundo o qual os nossos mecanismos mentais fazem com que sejamos tendenciosos nos raciocínios lógicos e de julgamentos críticos. É um estudo interessante, sobretudo porque mostra como funciona o nosso cérebro quando precisamos fazer análises sobre questões que nos acomete o cotidiano em que vivemos. Nesse conceito, diz o professor que a neutralidade não existe e que, via de regra, assumimos posturas e posições parciais, segundo uma série de elementos que a nossa mente adota como raciocínio. (A matéria saiu na Folha de S. Paulo no sábado, dia 28 de novembro de 2015, pág. B10).
O tema é interessante para pensarmos em como conduzimos os nossos raciocínios diante das necessidades de julgamentos por que passamos em nosso cotidiano - o estudo do professor André Martins propõe alguns caminhos seguidos pelo nosso cérebro: o primeiro deles é o que ele chama de "viés de confirmação", a partir do qual minha análise fundamenta-se na adequação dos fatos às posições que escolho assumir; o segundo, é o que ele denomina de "pensamento de grupo", bem reconhecido na sociedade: o meu posicionamento ajusta-se ao posicionamento do grupo em que estou inserido; o terceiro, chamado pelo estudioso de "viés da autoconveniência" é o que determina o meu posicionamento conforme o interesse e os ganhos que tenho dos fatos críticos; o quarto, que recebe a denominação de "problema de calibração", está relacionado à tendência que temos a considerar que sabemos mais e temos mais domínio de conhecimento do que os outros; o outro caminho, chamado de "simplificação do problema" é o que responde pelos julgamentos rápidos e desprovidos de algum estudo; por fim, a "ilusão de controle" deixa-nos com o problema de que o nosso julgamento é o caminho da resolução inabalável dos conflitos que mediamos.
Penso que o assunto é significativo para ampliarmos nossas reflexões sobre como nos comportamos diante da necessidade de elaboração de julgamentos críticos. 

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