quinta-feira, 14 de julho de 2016

Anotações - Uma questão de gênero

Uma publicação na coluna do caderno de Esportes do jornal Folha de S. Paulo, dias desses, instigou-me a propósito da questão do gênero, bastante discutida por esses dias. Quem assina a coluna é uma mulher, Mariliz Pereira Jorge, que tem como assunto principal o futebol... Isso mesmo, uma mulher falando de futebol. Mas o que é que tem? Por favor, não engrossemos o coro dos que tratam a colunista com desdém, só por ela ser mulher! Aliás, o mote da coluna (Apelo aos pais de meninas, Folha de S. Paulo, 02 de julho de 2016, Pág. B13) é exatamente o de propor uma discussão sobre a participação (pouca) das meninas nos esportes, de uma maneira geral. Em sua abordagem, há um pouco do problema do preconceito enfrentado pelas meninas, sobretudo quando a escolha é por um esporte dito preferencialmente dos meninos (coisa do futebol. por exemplo).
A autora coloca o dedo em uma ferida interessante: "Esse preconceito não nasce com as crianças. Vem da educação que recebem em casa e muitas vezes na escola.".
A questão de gênero tem sido refletida, atual e principalmente, por conta de algumas violências contra a mulher, noticiadas com expressão. Vale refletir que a violência contra a mulher não é só a que é noticiada; a mulher é vítima de violência em contagem absurda, na maior parte das vezes em um angustiado silêncio... E quase sempre é acusada de ser responsável pela violência que sofre, o que é mais absurdo ainda.
Em um mundo de cultura machista e de desprezo aos sentimentos e capacidade da mulher, chega a ser um alento a leitura de uma coluna no caderno de esportes de um grande jornal dando voz aos interesses femininos. Como na música, "só nos resta aprender...".

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