segunda-feira, 18 de setembro de 2017

O feminino

Entendo que a Educação deve criar um conjunto de estratégias para trabalhar o feminino como aspecto curricular. Preocupam-me as constantes notícias das mais variadas espécies de violências por que passam as mulheres e os aspectos do feminino, de uma maneira geral. Além das situações de violência física, há as questões de violência moral, de desrespeito profissional, de injustiças nas oportunidades profissionais e assim por diante.
A mulher passa, ainda que estejamos em avanços de tempos modernos, por constrangimentos os mais diversos pura e simplesmente por ser mulher. E não pensem que é uma ocorrência por aqui, na nossa terra. O problema, de natureza cultural, é global, é universal... Lamentavelmente, o problema atinge as mulheres no mundo todo. E em todas as instâncias, situações, profissões e ocorrências.
No meio artístico, nos ambientes corporativos, nas estruturas políticas, nas práticas desportivas, nas situações corriqueiras... em tudo, o feminino é vítima dos mais variados tipos de desprestígios.
É preciso que encontremos uma via para trabalhar a conscientização para essa questão. E, como sempre no que acredito, a Educação pode ser a tábua de salvação.
Imagino, então, um trabalho sendo feito desde os níveis da educação infantil. Em duas frentes: uma delas, com as meninas, para o exercício do que vem sendo chamado de "empoderamento"; em outra, com os meninos, uma espécie de "escolas para homens". Para os dois grupos, constantes debates e reflexões sobre o distanciamento de oportunidades e de respeito para homens e mulheres.
A ideia do "empoderamento" é interessante. Fazer com que as meninas percebam seu lugar no mundo e busquem posicionamentos frente aos espaços de injustiças. É preciso que se diga desse aspecto cultural, que se consolidou há séculos, para que as meninas entendam a dificuldade que vão enfrentar neste mundo. É um trabalho de conscientização - dizer que, no mundo todo, há, em cada segundo, as mais variadas situações de desrespeito e de violência contra as mulheres. E, com esse trabalho de conscientização, é preciso que se municiem as meninas das informações e das estratégias para que elas aprendam a reverter esse universo o quanto possível.
Vejam que esse é o conceito de "empoderamento". Que as pessoas aprendam a reverter as situações que lhe aflijam. E as meninas só vão poder conseguir essa situação se entenderem o processo de conscientização do problema e terem informações de o quanto é possível fazer. Esse, o objetivo de um trabalho pedagógico bem feito.
Já a ideia de "escolas para homens", que pode guardar em si algumas reações não muito simpáticas, teria como pressuposto a razão mesma de ensinar para os homens algumas variáveis de respeito e consideração aos aspectos femininos. Até porque quase toda situação de violência à mulher - se não toda - é causada pelos homens. 
Pensando bem, há uma terceira frente. As instituições escolares precisam estar preparadas para, além dela mesma, saberem atuar com as famílias e as instituições de seu entorno, quando perceberem ou detectarem sinais de que os aspectos femininos estão sendo atacados, em virtude do gênero.
No mais, é preciso que nos incomodemos quando recebemos as informações de que, em algum lugar, uma mulher sofreu certa situação de constrangimento ou de violência de qualquer natureza pela simples razão de ser uma mulher.


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