Os filósofos antigos já haviam debatido os princípios fundamentais que a palavra "alteridade" expressavam. Opondo-se à ideia de "identidade" - em que o "eu" prepondera - a "alteridade" preconiza as referências de percepção do outro, em torno das quais manifesta-se o princípio de sociedade.
Trazendo a referência para olhares mais simplórios, perceber o outro é, basicamente, respeitá-lo. No entanto, vivemos tempos em que o apressado das trilhas levaram-nos, justamente, a deixarmos de enxergar o outro. Ou quando o enxergamos, é pelo prisma do estorvo - em que o outro nos atrapalha -, ou pelo olhar da competição - em que o outro não pode ser melhor do que eu.
A consciência de alteridade é a visão de que vivemos em coletividade, na qual a minha existência só é positiva através do contato com o outro. Pode até ser que haja conflitos, mas eles existirão à luz do que a diversidade permite: o conflito é a base da variável das diferenças e dos necessários respeitos que elas devem suscitar.
Quando deixamos de enxergar o outro, deixamos de valorizar a diversidade de referências que o mundo me apresenta para um convívio de desenvolvimento.
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