Em Educação, um dos pressupostos fundamentais de trabalho é a preocupação com a aprendizagem. A razão dos trabalhos pedagógicos deve ser a verificação de o quanto o sujeito, submetido àqueles processos, desenvolveu-se em um determinado período. E o desenvolvimento está calcado nas relações de aprendizagem. Não necessariamente nos espaços escolares, é bom que se frise. Aqui, a família, ao lado das escolas, constitui-se um rico e propício espaço de aprendizagens.
É preciso que os agentes escolares e as famílias reflitam, cuidadosamente, sobre a determinação do estabelecimento de ambientes propícios para a facilitação das aprendizagens.
Do ponto de vista dos espaços escolares, é necessário que estejamos todos atentos às diversas variáveis que interferem no processo de assimilação dos conteúdos pedagógicos. Nesses espaços, há um sem-número de relações a serem verificadas, que podem suscitar motivações para a apreensão das aprendizagens.
Uma das primeiras referências, aqui, a serem cuidadas é a do espaço físico. O cuidado com o ambiente físico, no que diz respeito às reflexões sobre as motivações de facilitação da aprendizagem, precisa ser pensado com muito cuidado. Das questões de higiene à preocupação com acessibilidade, o espaço físico faz uma tremenda diferença na verificação desses aspectos. Uma escola com um espaço físico acolhedor, limpo e organizado está em meio caminho andado para propiciar uma melhor qualidade de assimilação de aprendizagens.
Mas não é só. Há de se observar cuidados, também, com algumas estruturas mínimas: salas bem aparelhadas, materiais disponíveis, bibliotecas, espaços livres etc. Todo espaço pedagógico deve contar com uma mínima estrutura que apoie as atividades fins e, sobretudo, que o acesso a essa estrutura seja tranquilo e democrático, permitindo ampliar as relações escolares.
A referência da existência de um corpo diretivo especializado e integrado, que tangencie as variáveis do ambiente escolar, será outro pressuposto para trazer positividade aos processos de assimilação. É fundamental que diretores, coordenadores pedagógicos e outras figuras representantes desse corpo diretivo estejam atuando em um espaço harmônico e integrado de ações, posturas e atitudes.
Por fim, mas que não conclui o assunto, a existência de um corpo docente, formado por professores capacitados, motivados e integrados à proposta pedagógicas dos espaços constitui-se outra referência de grande valia para pensarmos a questão da facilitação da aprendizagem.
Dito da forma que está acima, a ideia ganha contornos de idealização, de alcance distante. Só não podemos nos privar de que a idealização é necessária para a busca de uma realidade. Quando pensamos nas referências de idealização de um ambiente positivo nos espaços escolares, estamos, em justa medida, tratando das questões de ampliarmos a significação das práticas pedagógicas, o que deve suscitar uma melhor qualidade nos aspectos de aprendizagens e desenvolvimento.
Do ponto de vista do compromisso das famílias em relação à manutenção de espaços propícios a esse desenvolvimento, a questão do acompanhamento das atividades escolares dos filhos, na minha opinião, é a principal variável a ser observada. É preciso saber o que se passa com os filhos, em relação aos movimentos escolares - participar de reuniões e de movimentos estimulados pelas escolas, de uma forma positiva e proativa ganha uma dimensão bastante interessante a esse propósito. Ressalte-se bem que essa participação deve ser positiva, já que alguns pais interagem com as escolas de seus filhos mais preocupados em estabelecer conflitos do que em buscar soluções.
Também as famílias devem estar preocupados no estabelecimento de estruturas mínimas que facultem as variáveis de aprendizagem: a proposição de um espaço de estudos, por exemplo, passa por essa preocupação. E que, nesse espaço de estudos, haja toda sorte de materiais estimulantes: livros, por exemplo. Chamo a atenção por conhecer histórias de algumas famílias que nunca se preocuparam com a aquisição do hábito de leitura dos seus filhos. Aqui, deve-se pensar na questão modelar: os pais precisam passar o exemplo aos filhos das referências de desenvolvimento - crianças que têm adultos por perto que gostem de estudar e de atitudes relacionadas aos processos intelectuais e científicos sempre têm mais desenvoltura nos aspectos de aprendizagens.
A questão das relações afetivas é outro tópico a ser cuidado pelas famílias. A criança não se desenvolve apenas em um ambiente cuidado intelectualmente; é preciso que as práticas afetivas estejam na pauta do cotidiano das famílias. As crianças necessitam de um ambiente acolhedor e que lhe cuide das variáveis emocionais, para que o seu desenvolvimento sócio-afetivo seja, também, positivo.
Enfim, temos, nessa reflexão, uma responsabilidade bastante acentuada para a promoção de sujeitos melhores preparados e constituídos de formação positiva.
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