terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Anotações - Comunicação

A preocupação com os mecanismos da comunicação, em relação à assimilação das mensagens, toma, nestes tempos em que vivemos, proporções de cuidados cada vez maiores. A ideia, por exemplo, de que devemos ler os textos até o final - para não ficar na superfície do título ou de um parágrafo - já foi debatida aqui, neste canal. Ler o texto até o final e apurar o conteúdo da informação para certificar-se de que aquilo é verdade ou não; só a partir daí, julgar como válido ou não o teor daquela informação.
Recentemente, fui apanhado na armadilha sobre a qual chamo tanto a atenção: uma amiga publicou uma notícia, em uma rede social, anunciando o que à princípio parecia ser sua gravidez. Nem li o texto todo, acompanhei uma infinidade de outras pessoas que fizeram o mesmo e tasquei o "Parabéns!" lá nos comentários. Só quando li a mensagem toda, constatei tratar-se de um jogo justamente pensado para verificar quantos de nós leríamos aquele texto até o final, que explicitava sua intenção de brincadeira. Minha primeira reação foi a de ficar envergonhado, diante de um conceito que venho debatendo há tempos: não podemos fazer qualquer juízo de senso ou de valor sem o conhecimento do teor completo da informação... e assim mesmo, ainda preocupar-se com a validação do que foi lido - analisar fontes, fazer relações, pesquisas, estudos etc. Claro que no exemplo da suposta gravidez da minha amiga, a questão não suscita maiores cuidados. Imagine, agora, o quanto de notícias perversas, travestidas - conscientes ou não - de realidade, estão circulando por aí, provocando as mais diferentes - às vezes, nefastas - consequências. Inacreditavelmente, os números dessas mensagens são absurdamente grandes.
O caminho é estarmos atentos... atentos o tempo todo. Não podemos nos descuidar nos caminhos da desinformação a que, mesmo sem querer cair, nos tropeçamos pela vida.

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