terça-feira, 12 de abril de 2016

Anotações - "Gambiarra pedagógica"

Estou emprestando para essa postagem o título de um editorial do jornal Folha de S.Paulo (03/04/2016, pág. A2), já que ele é bem pertinente para refletirmos um dos problemas cruciais sobre as discussões de melhoria em Educação: a questão da formação do professor.
Lá no editorial, o termo "gambiarra", na minha opinião, não poderia ter sido melhor empregado, uma vez que a questão da formação, em sua deficiência, é bem uma solução bastante improvisada, que parece arrumar um problema aparente. E que, aliás, ganha uma dimensão mais grave quando pensamos que estamos falando em Educação, justamente um espaço que pretende-se ser o caminho de desenvolvimento do ser humano. Fica irônico: proponho-me a trabalhar o desenvolvimento de alguém, sem estar plenamente desenvolvido para aquela potencialidade.
Claro que há vertentes que desestimulam e desmotivam os profissionais interessados em especializar-se para fazer um trabalho bem feito. O salário de professor é uma dessas vertentes, bem apontada lá no editorial; as estruturas de trabalho e os aspectos de planejamento são outros. Tudo é muito difícil para o professor. Mas quando identificamos alguns trabalhos que ilustram performances exemplares, de experiências bem sucedidas - muitas, até de vanguarda - de trabalhos pedagógicos diversos, pomo-nos a perguntar o porquê daqueles sucessos... As dificuldades - estruturais e de apoio - são as mesmas; as carências são as mesmas... e por aí vai.
A resposta vai estar na vertente de que, naqueles casos, sobraram planejamentos e estudos, em detrimentos das ações de improvisos e de arranjos pouco técnicos e precisos.
Quando nos afastamos das gambiarras, podemos deslumbrar melhor um espaço de Educação positiva.


Nenhum comentário:

Postar um comentário