segunda-feira, 4 de abril de 2016

Temperança - A palavra de ordem

Vivemos tempos eufóricos, é verdade. Seja por causa da crise política que atravessamos, ou em virtude mesmo das outras crises pouco ditas (sociais, familiares etc). E, nesses momentos, é muito comum encontrarmos ilustrações de posicionamentos e/ou de atitudes pouco ou nada moderados.
O exercício mais sensível de quem busca positividade nos processos de desenvolvimento pessoal é, justamente, o da moderação, do equilíbrio.
Há alguns dias, um grande jurista, em um desses programas de televisão, interrogado a propósito desta crise política que atravessamos, soltou a palavra "temperança" como a designar a marca que devemos ter nestas situações: "Não se pode, assim, fazer julgamento a favor dessa ou daquela posição... é preciso temperança!". O equilíbrio, nos momentos de crises, é fator essencial para fundamentar posições. E ao que assistimos, reiteradas vezes, são as manifestações passionais, justamente desprovidas de equilíbrio, de moderação, de temperança, enfim.
O problema maior é que os lados que se contrapõem, nas contendas, alcançam situações de manipulações as mais diversas, a buscarem influenciar o maior número de "torcedores" favoráveis aos seus propósitos... É preciso temperança!
Essa e todas as crises que atravessamos em nossas vidas não são casos de disputas simplificadas ou passionais. Temos que buscar o equilíbrio e a moderação, que devem nortear, racionalmente, os posicionamentos...
Isso, para ficar no "eu", no "meu" posicionamento. Agora, se minha posição ou minha profissão tornam de mim um agente de comunicação, um influenciador de posições, é preciso mais temperança. A responsabilidade de meus atos fazem de mim um agente cujas ações repercutem no posicionamento de uma coletividade, de um grupo, tornando maior e em dimensão ampliada os conflitos e as resoluções. Nesse caso, meu equilíbrio e minha moderação precisam estar acompanhando, constantemente, meus atos.
O Professor está nesse caso... Ele é um agente de comunicação, que, através de seus pensamentos e de suas ações, pode influenciar outros pensamentos e ações; é preciso, então, cuidado nas atitudes: toda manifestação de pensamento e de ações precisam ser seguidas de reflexões redobradas e de cuidados ideológicos. O Professor, ao se valer de sua característica profissional, jamais pode manipular grupos e ideias em favor de uma ou de outra posição. A temperança nos prepara para que meus encaminhamentos sejam privilegiados pela referência de oferecer reflexões a propósito de todas as vertentes de que se constituem os conflitos. A tomada de decisão, a favor de um ou de outro caminho, deve ser exclusivamente do sujeito, fundamentado por suas análises críticas... E jamais por movimentos de manipulações, como esses a que assistimos comumente.

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