quinta-feira, 7 de abril de 2016

Anotações - Terapia do Papel

O trabalho manual com o papel revela-se uma fonte interessante para as atividades em que se busca o bem estar (social, emocional, de desenvolvimento de habilidades etc.).
A minha experiência refere-se às técnicas do Origami e aos trabalhos conceituais da Papelaria Artesanal. E não só às variáveis de produção, mas também as de formação e de treinamento. Na primeira variável, em que me valho da aplicação para melhorar minhas percepções - de mundo, estética, do outro, de minha visão interior, das potencialidades etc. -, já é possível valorar para positivo essa premissa; mas é com a segunda referência, a de estimular nos mais diversos participantes o envolvimento com esse trabalho, que mais me gratifica em relação a essa ideia.
Quando as pessoas estão felizes em um trabalho que desenvolvo, claro que tenho uma satisfação muito grande. Mas o que mais percebo é que a razão dessa felicidade é o quanto todos percebem que podem produzir trabalhos fantásticos. E o desenvolvimento de cada fase de meu trabalho é para atestar cada vez mais essa questão: todos podem envolver-se em uma atividade de criação, em que o resultado de um trabalho enche as vistas de cores, de formas, de bem estar.
Normalmente, meus trabalhos são feitos em grupos heterogêneos e que, em grande parte das situações, as pessoas não são velhas conhecidas. O que se vê, entretanto, é uma integração bastante acentuada: pessoas trocando ideias, trocando experiências, falando da vida, jogando conversa fora... Como isso é bom!
A ideia de terapia, cujos princípios respeito muito, aplica-se bem a esses trabalhos: as pessoas participantes, eu inclusive, expressam o encantamento de terem feito parte de um momento em que a tônica foi o sentir-se bem.
Se você desenvolve alguma tipo de trabalho manual com o papel (claro que isso pode estender-se aos demais materiais e técnicas), deve perceber o quanto de nosso envolvimento com o fazer redimensiona nossa sensibilidade e nossa percepção para as variáveis boas do mundo. Pode haver romantismo aqui, é bem verdade, mas também é igualmente verdadeiro que sentir-se bem é uma marca poderosa para as transformações dos caminhos.

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