terça-feira, 2 de agosto de 2016

Anotações - A alteridade

Em entrevista sobre um programa de televisão, que ainda vai estrear (A Arte do Encontro), o ator Tony Ramos, que vai comandar a atração, filosofa sobre a ideia de alteridade: "A vida se renova quando você ouve o próximo. Quando você monologa, você não tem vida, tem só uma ansiedade de viver. A vida perde o encanto. O gostoso é quando você ouve a quem está à sua volta, você devolve, concorde ou não. Isso é vida, o resto é perfumaria." (A entrevista está na Revista Monet - Editora Globo -, nº 160, julho 2016, pág. 59).
Já conversamos, aqui, sobre a questão da alteridade - a capacidade de perceber o outro. E de como, por vivermos em sociedade, essa é uma capacidade importante a ser exercitada. Mas a frase do ator Tony Ramos proporcionou-me uma leitura mais urgente: quando você monologa (só vê a si mesmo), a vida perde o encanto. Até penso que, em algumas situações, chega a ser importante o tal do monólogo, talvez o exercício da consciência... Mas só nesse nível, como exercício de consciência. No mais, é imperioso que tornemos a vida encantada: perceber o outro, interagir com o outro, ouvir o outro, conectar-se ao outro.
Na interação, nossa consciência ganha em perspectivas da ideia de viver em coletividade... E, sobretudo, que é possível aprender e dividir com outro.



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