A referência do saber, palavra que está no nosso nome, talvez seja o principal pressuposto em relação ao desenvolvimento pessoal. Saber algo está relacionado ao processo de conhecimento. Então, o caminho é aprimorar a busca do saber.
A busca do saber vai exigir algumas atitudes e determinações. E é assim mesmo. Não se acha o saber na esquina, nem conseguimos recebê-lo de mão beijada em momentos de sorte ou de inspiração. O saber é meio espinhento, quase sempre vai nos deixar um tanto cansados.
É preciso que se pense, de saída, que o mundo bombardeia-nos com vastas informações... A informação é a matéria prima do saber. A televisão traz-nos diversas informações; os amigos, também. As músicas que escutamos estão cheias de informações. As revistas que folheamos, também. Uma reunião familiar municia-nos, sempre, de variadas informações; os momentos de lazer, também. Enfim, se estamos acordados, é certo que estejamos, invariavelmente, propensos a inúmeros estímulos - os mais diversificados possíveis - que nos trazem informações mil. Nem sempre processamos todas estas informações, mas quando algo nos desperta certa comichão significa que aquele estímulo atendeu alguma especificidade da tal busca do saber. É sinal forte de que estaremos preparados para dar continuidade ao processo.
O passo seguinte é o caminho da transformação da dita informação em conhecimento. É aqui que a porca torce o rabo. O conhecimento é um processo complexo e bem subjetivo, já que vai depender de todas as variantes de aprendizagem e de referências mentais que o sujeito tiver desenvolvidas. A informação que nos chega - e que nos atiça a busca do saber - vai se defrontar com uma variedade de aparatos que tivermos desenvolvido ao longo da vida (verificação de contexto, desenvolvimento psíquico, capacidade de interlocuções, referências de leituras, capacidade de pensamento reflexivo, obstinação ao caminho da evolução etc) para a transformação em conhecimento.
Quanto mais o nosso caminho de aprendizagem tiver sido pavimentado de experiências crítico-reflexivas, tanto mais estaremos preparados para o encaminhamento desse processo. Mas não é só isso. Também seremos formados a partir de experiências sensoriais e subjetivas, em que a vivência - a integralidade da vida - constitui o nosso ser. A ciência demonstra essa dualidade, tipificando a referência de conhecimento em explícito (objetivo e racional) e tácito (subjetivo e sensorial). Criar uma espécie de espiral em relação a esses modelos de conhecimentos, na qual ocorrem interações e compartilhamentos entre indivíduos e grupos e instituições, consolidando o saber ou estabelecer-se propenso à aquisição de novos conhecimentos.
A busca do saber, a que estamos nos referindo, vai exigir uma postura de quem não só realiza a busca propriamente dita, como também se coloca como fonte que alimenta essa mesma busca. Buscar o saber é comportar-se como aventureiro responsável que pretende chegar a um mirante, mas também posicionar-se como referência que vai ajudar outras pessoas a chegarem àquele mirante.
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