O trabalho em Educação exige um constante cuidado com a formação. Ser um bom professor, de saída, pode ter seu conceito resumido neste pressuposto: ter sempre em preocupação os cuidados com a formação contínua. O mundo é dinâmico, os alunos são entidades, por natureza, também dinâmicas e o conhecimento não é diferente. Nesse dinamismo todo, o processo de formação não pode ser entendido como uma variável estanque, em que já está constituído. Há de se investir nos caminhos de evolução constante.
Aqui, há um elemento clássico que promove certas dificuldades no entendimento dessa necessidade. O professor, por excelência, é o sujeito que promove o saber, o conhecimento. Então, sua identidade profissional está balizada na questão cultural de que, nele, está o conhecimento, o que pode suscitar as posturas de quem não precisa se preocupar com os aspectos formativos. Por cultura, essa identidade profissional alerta-o constantemente de que não precisa mais estudar ou preocupar-se com esses movimentos de formação.
Ledo engano, bem o sabemos. A formação contínua, se é uma necessidade para qualquer profissional, para os da área de Educação, então, é uma responsabilidade!
O bom professor, assim, em primeira estância, é alguém constantemente preocupado com os aspectos da formação contínua. E investe seu tempo e esforços nesse caminho. Busca leituras, amplia os conhecimentos, revisa as fontes de ensinamentos, adota uma postura científica frente ao que procura saber, aposta na busca de novas metodologias para simplificar a transmissão das informações... e assim por diante.
A ideia da formação é a principal variável da constituição do bom professor. Ao perceber-se atento a essa variável, é bem provável que a outra questão importante já esteja vencida: a dos aspectos de conhecimento de sua disciplina ou da sua área de ensinamento. O bom professor é aquele que domina bem o seu conteúdo de ensinamento.
Entretanto, esse domínio de conteúdo não pode ser hermético. É preciso que se saiba despertar interesses e motivações para a aprendizagem. O olhar deve ser para fora, não para o ato de ensinar. E, sim, para como se manifesta a aprendizagem. E, nesta linha, para as mais diversas formas de manifestações de aprendizagem. É preciso ter em consciência que as pessoas são entidades individuais que processam informações - para transformá-las em conhecimento - das formas mais singulares. E que não vai ser possível, via de regra, esperar que as estratégias possam ser repetidas com os mesmos resultados. O bom professor precisa ser um agente que esteja atento a todas as possibilidades de metodologias e estratégias pedagógicas, bem como conhecer avanços que cuidam dos saberes de como os indivíduos aprendem.
Feito tudo isso, o bom professor precisa atrelar a esse manancial de cuidados a característica da humildade de sabedoria. Não é preciso que ele esteja no cume ou que se faça ver no cume do conhecimento. Ele também pode - e deve! - aprender. Basta estar atento nos espaços em que anda.
Ser um bom professor, certamente, torna o espaço pedagógico muito mais produtivo, e carregado de atmosferas positivas para a criação de um lugar onde todos podem beber do conhecimento.
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