Voltando ao universo simbólico das variáveis fantásticas e mágicas que tangenciam o universo infantil, pensei no filme "Imagine Só", com o Eddie Murphy (Paramount Pictures, 2009 - veja o trailer do filme aqui). No enredo, Eddie Murphy faz o pai extremamente envolvido com o seu trabalho exato e lógico, sem dar muita importância ao mundo fantástico e lúdico de sua filha pequena. No decorrer do filme, ele vai perceber que a salvação para os seus problemas profissionais está exatamente em dar vazão ao imaginário que a filha vai lhe ensinar a ver.
Nessa premissa, está a referência clássica do adulto que se envolve demasiadamente com as causas lógicas (quase sempre representadas pelo trabalho/negócio - vale destacar que na palavra "negócio", a negação do ócio, já está implícita a importância que os elementos simbólicos do processo de desenvolvimento atribuem à variável racional).
Assim, o adulto racional precisa ser sério e responsável para concluir sua evolução social e profissional, preterindo as relações lúdicas e de fantasias. Nos filmes que abordam essa questão, quase sempre há uma criança - filha daquela pessoa séria - que é relegada, a princípio. Até que se descubra sua verdadeira intenção como personagem da história.
Neste filme, e em quase todos do mesmo gênero, o que enxergamos é um rito de passagem necessário para o adulto possibilitar vir à tona sua criança interior. A filha do protagonista vai desenvolver um encaminhamento de ações a fazerem-no perceber o simbolismo do arquétipo da criança - aquela que desperta para a criatividade e imaginação - como variável absoluta da busca da felicidade.
A principal lição do filme é a de aprendermos a ouvir essa criança, que insiste, incansavelmente, a nos orientar para os caminhos do prazer, da alegria e do respeito à própria felicidade. Pense nisso.
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