No último dia 18, sábado, comemorou-se o dia de Monteiro Lobato. Para homenagear o dia, destaquei um trecho seu, retirado de uma das inúmeras cartas que trocou com o amigo Godofredo Rangel por mais de quarenta anos: "Somos vítimas de um destino, Rangel. Nascemos para perseguir a borboleta de asas de fogo - se a não pegarmos, seremos infelizes; e se a pegarmos, lá se nos queimam as mãos.".
A ideia de ter um objetivo é parte inerente do processo de desenvolvimento humano; todos temos um destino nessa rota de evolução - é preciso, além de reconhecê-lo, pontuá-lo e construir caminhos que nos levem àquele alvo. O problema é que nos descortinam dois rumos interessantes: o de sermos infelizes, caso não alcancemos o alvo; ou o do sacrifício para alcançá-lo. E aqui, dissolvem-se as ilusões das facilidades: nunca é fácil alcançar um objetivo - será exigido de nós um sem-número de valentias e coragens para vencer as intempéries que aparecerão pelo caminho, inclusive as que dizem respeito, justamente, às possibilidades de querermos desistir da meta.
Queimar as mãos, representação metafórica da transposição das nossas dores (como no poema do Fernando Pessoa, já visto aqui), vai ser a marca de o quanto avançamos em nossa evolução. Ou, então, seremos muito infelizes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário