Um dos maiores problemas, quase sempre recorrente nas reflexões sobre as atuações docentes, diz respeito às questões sobre saber ou não saber algo. Peguei uma conversa, dias desses, sobre esse assunto. Professores que trabalham com crianças pequenas, nas séries iniciais do ensino fundamental (aqui no Brasil, refere-se às idades entre 6 e 9 anos, com algumas variações), estavam refletindo sobre essa questão ao discutirem o fato de não dominarem, completamente, alguns tópicos dos currículos gerais que precisavam trabalhar em suas salas.
As opiniões ficaram divididas, resumidamente em dois pontos: alguns professores diziam, claramente, que, quando não sabiam algo, preferiam passar por cima (em outras palavras, fingir que sabiam...); outros, na minha opinião mais comprometidos (desculpem-me aqueles primeiros), resumiam a discussão em uma máxima interessante: "Quando não sabemos alguma coisa, temos que procurar saber...".
Bom, a ideia de saber e não saber algo é pensamento filosófico dos bons e que já existe há muito tempo. Não é premissa, em lugar algum do mundo do conhecimento, que saibamos tudo (como já nos ensinou Sócrates. O filósofo.). Aliás, a consciência de não saber algo é exatamente o que nos move à busca do conhecimento, despertando-nos a inquietude de querer saber. É assim que deveria ser.
Por uma dessas razões que se respaldam na variável da identidade docente - a que preconiza ser o professor aquele que transmite o saber -, não é bom que o professor admita não saber algo, justamente para não ferir essa identidade... Desnecessário dizer que eu não defendo essa máxima. Fico com os filósofos que nos ensinaram sobre a vontade de aprender: o que eu sei, eu socializo; o que eu não sei, eu procuro saber.
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