Estar atento aos sinais que nos chegam das mais diversas fontes, sejam referências de aprendizagens ou não, é um dos maiores pressupostos de desenvolvimento pessoal. E é preciso estar muito atento a esses sinais, até mesmo para filtrar se é significativo ou não. Aliás, de uma forma extremamente sintética, está aí o sistema de construção do conhecimento: receber os sinais (as informações), filtra-las e estabelecer uma relação de significado com o que eles representam (o conhecimento).
Para que esse sistema funcione de forma positiva, é preciso que nos entendamos como uma espécie de antena que capte tudo o que está ao nosso redor. Nessa metáfora, é preciso estarmos despertos a todas as referências externas que nos alcançam.
E já que falei de metáfora, penso, no simbolismo de nossas ações e atitudes, que nosso comportamento, aos poucos, encaminha-se, justamente, para o oposto dessa necessidade de estarmos despertos - cotidianamente, distraímo-nos com uma série de variáveis que a tecnologia nos impingiu, à guisa de entretenimento, de conforto ou da dita necessidade profissional. Veja, por exemplo, a utilização dos aparelhos celulares em situações e momentos os mais variados: nas conduções, nas refeições, nas relações familiares, nas relações sociais etc estamos sempre ou com fones de ouvidos nos deleitando com as músicas preferidas, ou checando postagens nas redes sociais, ou conferindo aquele e-mail importantíssimo que nos exige uma pronta resposta, ou navegando em paragens que nem sempre sabemos bem onde estamos... A despeito da importância que todas essas situações representam, o simbolismo que mais me chama a atenção é o do afastamento do que é real: afastamo-nos do aviso real que nos chegam pelos auto falantes das estações do trem e do metrô; afastamo-nos do pedido real e sincero de desculpas de alguém que, sem querer, esbarrou-se em nós; afastamo-nos dos reais sinais de aproximação humana; ou, ao menos, afastamo-nos das imagens fugidias e reais de deleites que nos chegam por um movimento gracioso de algo. Tornamo-nos cegos e surdos do que está ao nosso redor.
Nessa cegueira e nessa surdez, ainda valendo-me de uma referência simbólica, fechamo-nos aos sinais que poderiam nos levar a algum movimento de aprendizagem.
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