Dias desses, peguei uma conversa que achei bastante interessante. Dois jovens diziam sobre vários assuntos e um deles, a certa altura, falou do interesse que tinha de estudar algo. E aí, emendou, "mas precisa ser algo fácil; não quero estudar nada que seja difícil...".
A ideia de apegar-se ao que é fácil está no inconsciente coletivo dos aspectos culturais dos povos, já que o difícil guarda em si referências de ser trabalhoso e, por assim dizer, exigir mais atenção, mais cuidado e mais dedicação. Mas imaginei que relacionado aos estudos não cabe, exatamente, essa dicotomia do fácil/difícil. Primeiro, que tudo o que se refere aos estudos está relacionado aos processos de aprendizagem. Queremos aprender alguma coisa, pronto. Os estudos são o caminho natural para se obter esse aprender.
Em sendo assim, o que chamamos de estudo refere-se a um conjunto de estratégias e de movimentos que subsidiam a busca da construção de conhecimento. Nessa variável de estratégias e de movimentos, deveremos perceber algumas facilidades e dificuldades, processos naturais de quem busca saber algo. Teremos algumas facilidades e teremos algumas dificuldades, nada é diferente disso. Nosso propósito é saber lidar com as facilidades e dificuldades, já que cada uma dessa referências demandam um outro conjunto de estratégias e movimentos: ao que é fácil, eu destino certa dose de energia e de tempo; ao que é difícil, eu reservo mais tempo e energia.
Se eu pudesse intrometer-me naquela conversa dos dois jovens, eu diria algo sobre essa reserva de energia e tempo que destinamos ao que consideramos fácil ou ao que consideramos difícil... Mas aí já é outra história.
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