Um dos males dessa modernidade que estamos vivendo é o turbilhão de tarefas e de compromissos em que nos envolvemos. Estamos sempre correndo e gastando energia em um sem número de envolvimentos. Resultado concreto dessa roda viva em que nos metemos é o famoso chavão que usamos para justificar quaisquer outras necessidades: "ah, se eu tivesse tempo...".
Pois bem, havemos de ser sinceros em relação a isso. Todas essas tarefas e compromissos são absolutamente necessários? Estamos nos programando para que o gasto de energia seja proporcional à importância dos eventos em que nos metemos? Temos consciência do desperdício de tempo e de força quando da realização das tais tarefas?
Não podem ser perguntas retóricas. E, realmente, precisamos ser sinceros. O que está por trás das respostas, aliás, é o grande fenômeno da desorganização. Desorganização de tempo, desorganização de metas, desorganização de planos, desorganização dos compromissos... E daí, fomos levando o fenômeno para as mais diversas instâncias de nossas vidas; a desorganização pessoal, a desorganização financeira, a desorganização profissional, a desorganização da formação intelectual, a desorganização social, a desorganização de projetos...
Desculpem-me pela repetição da palavra, mas não há outro jeito de nos conscientizarmos desse grande mal.
No processo de evolução pessoal, um dos itens mais preocupantes é, justamente, o da organização. No estabelecimento do caminho que deve tornar-se nossa estrada de desenvolvimento, é preciso estabelecer planos e diretrizes. São esses planos e diretrizes que vão tornar nossa jornada mais eficiente e plena de possibilidades concretas de realização.
Antes, entretanto, é necessário que cada sujeito tenha consciência de o quanto se constitui. Há pessoas que foram, naturalmente, encaminhadas para o conceito de organização (a vivência familiar e social, em conjunto com pressupostos de natureza própria, tornaram esse caminho melhor compreendido); há pessoas que não tiveram, positivamente, essa aprendizagem (a soma das desestruturações, em conjunto com a inexistência de variáveis internas, tornou dificultoso esse entendimento). Ter clara essa constituição de sua natureza e de sua percepção contribui para o estabelecimento de estratégias e de ferramentas que podem determinar melhor sucesso nas empreitadas.
Todo sujeito, quando determinado e dotado de indicadores positivos de caminhos e de metas, pode aprender o que quiser. Inclusive, a ser organizado. Vai depender de seu envolvimento nesse processo de busca de conscientização e de sua competência em buscar os caminhos certos de aprendizagens. Nesses caminhos de aprendizagens (cursos, leituras, grupos de estudos, espaços de reflexão etc), virão, decerto, mais esclarecimento sobre as rotas a serem seguidas e as ferramentas a darem apoio à busca.
O que é essencial, e precisamos dar destaque a isso, é que vivemos em um mundo que nos move a encaminhamentos fragmentados e multifacetados dos nossos caminhos. Precisamos lutar contra isso e estabelecer os nossos propósitos em um espaço claro e racional de organização. O resultado será um preparo muito melhor para as vicissitudes que surgirem.
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