quinta-feira, 30 de julho de 2015

Anotações - A cultura da esperança, da felicidade e da vida

Remexendo em anotações antigas, chegou-me uma nota do escritor moçambicano Mia Couto, que, penso, vale uma bela reflexão: "A infância é quando ainda não é demasiado tarde. É quando estamos disponíveis para nos surpreendermos, para nos deixar encantar. Quase tudo se adquire nesse tempo em que aprendemos o próprio sentido do tempo.".
Liguei a frase a uma situação por que atravessei, recentemente. Ministrando uma oficina de Origami para públicos heterogêneos - crianças e adultos -, uma das senhoras participantes comentou sobre o desprendimento de uma das crianças que estava no grupo: "Veja como para ele tudo é mais fácil", disse a senhora referindo-se às facilidades da criança em dobrar o papel.
Foi ali que a frase do Mia Couto encaixou-se: "... É quando estamos disponíveis para nos surpreendermos, para nos deixar encantar...". Nessa referência de surpresa e de encantamento, a criança fica mais suscetível às variáveis de aprendizagens. E, mais do que isso, posiciona-se mais receptiva à ideia de criatividade e de experimentação. Como a criança não tem medo de errar, sua dinâmica de experimentação é muito mais eficiente e produtiva. E é na experimentação que o desenvolvimento ocorre mais positivamente.
Parece-me que é assim nos caminhos da evolução humana: quando deixamos a nossa criança interior comandar os processos de assimilação, fundamentados na curiosidade, na determinação e na criatividade, a realização da aprendizagem verifica-se em melhores resultados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário