Vivemos a cultura e a geração da pressa, em que atravessamos em desabaladas carreiras pelos caminhos. É uma pressa generalizada. Mas pressa de quê? Se pudéssemos fazer uma enquete, provavelmente iríamos detectar que não é bem pressa de algo. A correria faz parte de uma referência cultural, segundo a qual fica estabelecido que ao vermos alguém com pressa, correndo para lá e para cá, atribuímos a ele um significado de responsabilidade. Essa pessoa que corre, decerto, a ela serão atribuídos conceitos de seriedade e de compromisso.
Mas não precisa ser assim. Uma vez que a correria gera uma consequência interessante de se refletir. As pessoas não veem mais as coisas ao redor; não enxergam mais as outras pessoas com quem cruzam os caminhos; não percebem mais as referências que estão pelas trilhas. Vemos uma geração que não sabe mais se integrar nem relacionar-se com outras pessoas, criando uma variável de individualismo pernicioso. E nessa instância de individualismo, vamos nos perdendo dos aspectos de humanidade.
Correr nem sempre é pressuposto de responsabilidade, muito menos de compromisso. E é esse aspecto da cultura moderna que devemos trazer sempre à consciência.
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