Em Educação, é imprescindível que os atores pedagógicos estejam antenados com as variáveis de leitura que ocorrem no mundo real; as mudanças precisam ser incorporadas no cotidiano escolar. Nesse contexto, vivemos tempos em que variadas ocorrências deveriam influenciar as ações nos espaços pedagógicos. O mundo exige a formação de um sujeito com domínio nas percepções múltiplas que concorrem nas mais diversas situações.
E esta formação precisa ser mais abrangente do que alcançam os currículos determinados. O conceito de "protagonismo", por exemplo, é tópico essencial a ser refletido no processo de desenvolvimento pessoal. As relações - pessoais, sociais, profissionais etc. - exigem que assumamos posturas protagonistas em relação às atitudes e tomadas de decisões. Ser protagonista é assumir responsabilidades nos rumos que surgirem, ao que se exige a evolução de um conjunto de competências e habilidades que transcendem os conteúdos vistos nos materiais didáticos.
Na extensão, outro conceito importante a ser examinado como um novo tema é o da "autonomia". A autonomia relaciona-se diretamente com a ideia de protagonismo, haja vista que o exercício da autonomia fundamenta-se na posição de privilegiar a resolução de problemas, sem que, necessariamente, precise-se de um comando de liderança. É o que a sociedade moderna exige das pessoas: "não me traga problemas, seja parte da solução" é um lema estabelecido nas instituições das quais fazemos partes. Para isso, outro conjunto de competências e de habilidades precisa ser exercitado, para que o processo de desenvolvimento pessoal atinja uma plenitude correspondente aos anseios da modernidade.
A variável de "empreendedorismo" torna-se outro ponto valioso a ser incorporado nas relações de evolução pessoal. É preciso que o sujeito saiba desenvolver projetos, nas suas mais diferentes instâncias. Desde a criação do projeto à leitura de suas aplicabilidades na sociedade, o sujeito precisa ser um executor de ideias. Aqui, toda a análise de viabilidade de um projeto - criação, justificativa, ações, sustentabilidade - há de ser o resultado das habilidades empreendedoras a serem exercitadas nos variados níveis de formação.
O conceito de "sustentabilidade", associado à reflexão acima, não se prende apenas à referência de empreendedorismo. A ideia de sustentabilidade está, hoje, atrelada aos mais diversos assuntos: ecologia, meio ambiente, economia etc. Desenvolver-se com sustentabilidade é garantir uma continuidade de ações sem que se desgastem, desnecessariamente, os recursos existentes. E, sobretudo, buscar caminhos para que esses recursos sejam renováveis, em um contínuo de desenvolvimento.
Além das ideias voltadas aos espaços externos de desenvolvimento, outros dois conceitos tornam-se importantes para as relações internas do sujeito. É o caso das referências de "consumo responsável" e de " finanças pessoais", pontos relacionados com os processos de evolução. Os agentes pedagógicos precisam voltar suas reflexões às ações educativas que privilegiem esses tópicos, na medida em que a constituição de um sujeito mais positivo perpassa as referências de economia pessoal.
Entendo que o trabalho com esses novos temas em Educação - e outros temas que surgirem - não precisa ser uma revolução no estabelecimento dos currículos (se bem que, honestamente, eu gostaria de ver uma revolução...). Conheço das dificuldades por que passa a burocracia dos aspectos técnicos envolvida nos planos pedagógicos. O que proponho é que, ao menos, destinemos um espaço de tempo para as reflexões sobre o assunto. E daí, quem sabe, uma ação aqui e outra acolá, possamos caminhar para atividades mais significativas no caminho de formação dos nossos alunos.
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