Após várias discussões e algum tempo de reflexões e posicionamentos críticos, que envolveu a sociedade de uma maneira geral, o Conselho Nacional de Educação está em momento de análises da terceira versão do documento da Base Nacional Comum Curricular. A Base é o documento que procura definir as especificidades relacionadas a aprendizagens essenciais de direito de todos os estudantes brasileiros, durante a educação básica, e deve ser homologado até o fim deste ano, pelo MEC. Vale acompanhar este assunto, já que ele pode suscitar diversas modificações e adaptações nos processos pedagógicos.
Essa versão da Base apresentou um conjunto de 10 competências gerais que devem ser desenvolvidas ao largo dos trabalhos com os componentes pedagógicos, de maneira integrada, durante toda a educação básica. Refletir, então, sobre essas competências adianta-nos algum pensamento sobre as mudanças de linhas a serem trabalhadas em integração aos currículos.
O site Porvir, especializado em discussões sobre Educação, produziu e divulgou um interessante infográfico, que pode - e muito - ajudar-nos nessa reflexão. Ao fim deste conteúdo, disponibilizo o link daquele material. Aliás, já adianto que a fonte desta publicação é a matéria publicada naquele veículo.
A questão de visualizar a necessidade de trabalho com algumas competências (que devem ser desenvolvidas com o intento de transformar o pensamento futuro) pode ser um complemento interessante para as modificações de elaborações dos currículos e processos ora desenvolvidos. É importante que o professor analise, fundamentalmente, o pressuposto dos termos destas competências como elemento que se vincula às modificações das sociedades, por assim dizer.
E aqui, há um elemento que deve ser visto criticamente em relação ao que se produz nos ambientes pedagógicos: as sociedades modificaram-se vertiginosamente ao longo dos tempos, mas os trabalhos pedagógicos ainda acompanham momentos e situações de tempos passados.
Cada uma das competências pretende incomodar essa situação de anacronismo. Vejam as dez competências: 1 - conhecimento; 2 - pensamento científico, crítico e criativo; 3 - senso estético; 4 - comunicação; 5 - argumentação; 6 - cultura digital; 7 - autogestão; 8 - autoconhecimento e autocuidado; 9 - empatia e cooperação; e 10 - autonomia.
Percebam que há uma ideia de que o sujeito seja dono de seu próprio movimento de formação e de aprendizagem, em que se definem estes movimentos segundo elementos de seu próprio desenvolvimento. E, se estes elementos são insuficientes, que hajam motivações para a constituição deles. É o que tratam, principalmente, as competências 7, 8 e 10.
As definições em relação à consolidação dos conhecimentos encontram-se descritas nas competências 1, 2, 4 e 5, por exemplo. Os jovens precisam aprender a elaborar os processos de construção do conhecimento, a partir de uma perspectiva de criticidade e racionalidade.
Os embasamentos emocionais encontram-se, de uma maneira geral, distribuídos nas competências 3 e 9. E são elementos significativos, já que, tangenciando a formação racional, é necessário que o sujeito esteja dotado de marcas de sensibilidade que, certamente, advirão das formações artístico-culturais a que a pessoa estiver submetida.
Por fim, a competência de número 6, uma das que talvez tenhamos mais dificuldade de lidar, lembra-nos dos aspectos da modernidades que vivenciamos. Os jovens são viventes da cultura digital, em que as tecnologias respondem aos mais diversos apelos e a Educação precisa acompanhar essa realidade.
Entender essa definição das competências como um recurso que pode tornar positivas as ações pedagógicas deve fazer a diferença nos caminhos de transformações que tanto buscamos para a Educação.
Fonte: Porvir (clique aqui para ver o infográfico)
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