Sobre planos e realizações
Planejar, executar e realizar - eis aí um significativo trinômio de ações que representam o movimento de qualquer atividade empreendedora. Vejam, para início de conversa, que não há aqui nenhum juízo de valor: não é esse movimento que vai representar a positividade ou a concretização das realizações. Mas há que se valorizar esse movimento, já que é só por ele que as realizações acontecem.
A ideia de fazer um planejamento a propósito de alguma encaminhamento é o pressuposto fundamental. Deve-se planejar tudo, dos primeiros passos, passando pelas estratégias, até os caminhos de finalização. Normalmente, é aqui que acontecem os principais problemas, já que a fase de planejamento é meio que burocrática; é uma fase que demanda muito esforço. É quase natural que algumas pessoas não se predisponham suficientemente a essa variável.
O planejamento é aquele caminho em que se preveem todas as referências do trabalho: recursos materiais, tempo, custo, projeção de trabalho, expectativa de público/consumidor, precificação do produto/serviço, rotas alternativas, estruturas físicas necessárias para a realização... e por aí vai. Quanto mais complexo for o trabalho, tanto mais variáveis de planejamento ele vai demandar.
Na fase de planejamento, há de se considerar um trabalho extenso de previsões dos elementos gerais necessários às realizações. Daí, o cansaço e a lentidão verificados nesse momento. E a desestimulação para entregar-se ao momento. Entretanto, não há solução mágica: todo caminho de empreendimento precisa ser pensado e planejado.
Na fase de execução, a que se pode denominar de "mão na massa", verificam-se todos os elementos de produção do trabalho: elaboração da matéria prima em produto e consequentes reelaborações; testes de desenvolvimento dos serviços; adequação dos espaços físicos às elaborações necessárias; prospecção de clientes/consumidores; análises cotidianas dos desenvolvimentos; leituras e releituras do trabalho, da política, da economia, da sociedade etc. A execução exige um pouco mais de disposição física e de crença no trabalho. Por mais óbvio que possa parecer, também aqui não há mágica: se não se colocar a mão na massa, as realizações não acontecem.
E por falar em realização, chegamos à ponta do trinômio: realizar. É nessa fase que se elaboram as extensivas análises reflexivas do que aconteceu até aqui: é preciso saber se é possível viver disso; deve-se saber se, dependendo do que se elabora, é possível replicá-lo a um público maior; é necessário saber qual o valor percebido do produto/serviço; deve-se buscar leituras constantes dos custos e despesas envolvidos nas produções; deve-se refletir constantemente sobre as equipes envolvidas nas fases de elaborações. Tantas outras leituras aparecerão como necessárias, acreditemos.
Tudo isso é muito racional, eu sei. E absolutamente necessário. Mas, entre planejar e realizar algo, o empreendedor deve, além desses pressupostos racionais, acrescentar elementos metafísicos tangenciais. É o caso da crença, fundamental nos caminhos de um desenvolvimento qualquer.
Quando se acredita - em seus potenciais, em seu trabalho, em seu produto, em sua disposição - todas as variáveis racionais tornam-se, não só caminhos de cansaço, mas variáveis naturais das vias de encaminhamento de qualquer realização.
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