Sentir medo
de algo, de alguém ou de alguma coisa refere-se a um estado emocional que nos
alerta diante de um perigo ou de uma ameaça, sejam eles conhecidos ou não.
No processo
de desenvolvimento pessoal, é comum depararmo-nos com as mais diversas
situações em que se expressa o medo. Medo de partir, medo de chegar, medo de
começar algo, medo de terminar algo, medo de não saber, medo de expor-se, medo
de mudar, medo de errar, enfim, é tanto medo, que, às vezes, podemos pensar que
nem entendemos como sobrevivemos a esse espaço de angústia e ansiedade.
Em nosso
espaço de reflexão, contudo, é possível perceber que, já que faz parte de nossa
rotina, a sensação de medo não é de todo ruim. Sentimos medo para que nosso
corpo e mente coloquem-se em prontidão diante do inesperado ou da tomada de uma
decisão qualquer. É assim que, via de regra, posicionamo-nos a propósito das
mais variadas ocorrências. É uma estratégia elaborada para buscarmos o melhor
caminho a seguir.
Por outro
lado, há o medo que paralisa, que impede avanços. É a manifestação negativa do
medo, essa que nos fecha os caminhos e rumos de desenvolvimento. O medo que
paralisa mostra-se de várias maneiras; uma delas é a que mexe com a auto-estima
e com a segurança: a crença de que se é incapaz de realizar algo.
Quando apreendemos o processo heroico de que somos constituídos em nossos caminhos de desenvolvimento pessoal, percebemos que atos de coragem são acompanhados de sensações as mais variadas em que o medo imperava. Quer dizer, o herói movimentou-se para a ação após ter sentido medo de algo. Acho que foi o Nizan Guanaes quem disse em um de seus artigos: "Eu sou corajoso porque estou com medo...". É esse o caminho - aperceber-se do medo e transformá-lo em combustível para as realizações.
Nas trilhas
da evolução humana, precisamos aprender a lidar com essas ocorrências do medo.
O medo que nos coloca de prontidão e o que paralisa. O que paralisa afunda-nos na insegurança e decepções; o que nos coloca de prontidão é aquele medo do herói, que o injeta de coragem para avançar nas trilhas, ainda que elas não sejam completamente conhecidas.
A aprendizagem que advém de um espaço em que se manifestou uma sensação de medo está diretamente relacionada com a capacidade que temos de enxergarmos naquela sensação a disponibilidade de um estado de prontidão. Prontidão de partir, prontidão de chegar, prontidão para começar algo, prontidão para terminar algo, prontidão para aprender o que não se sabe, prontidão para expor-se, prontidão para mudar, prontidão para assimilar o erro e trabalhar suas possibilidades de acerto. Assim, carregado de uma coragem que sequer imaginávamos existir.
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