A ideia de se buscar o conceito de territórios de aprendizagem está na relação em que é preciso transcender o ambiente escolar como o único em que se podem trabalhar os referenciais pedagógicos. Ultrapassando os muros da escola, os espaços do entorno ganham dimensões de possibilidades de aprendizagens. Assim, a rua, o bairro, os estabelecimentos históricos e culturais, a cidade, tudo ganha contorno de verdadeiras aulas. É preciso abrir olhos e movimentos a essa variável.
Já há algum tempo, a sala de aula, em seus limites definidos de paredes, vem se mostrando desinteressante como espaço de aprendizagem. Desinteressante, de uma maneira geral. Alunos e professores, interessados em variáveis positivas de ensino e aprendizagem, certamente, devem corroborar essa referência. Do desinteresse para a desmotivação, é um passo rápido.
A busca de exploração dos mais diversos territórios de aprendizagem, tangentes ao espaço escolar, é uma saída possível. Para tanto, é preciso elaborar mapas de apreensão do entorno; de saída, essa elaboração, certamente, já vai constituir uma nova motivação. Via de regra, pensamos que a existência de territórios de aprendizagem está distante da escola - normalmente, enxergamos naquelas saídas costumeiras (museus, cinemas, parques de diversões etc.). Às vezes, quando bem conhecidos e trabalhados, certos pontos próximos ao ambiente escolar configuram-se verdadeiros locais de aulas e de apreensão histórico-cultural.
As feiras livres são ótimos exemplos desse apontamento (em alguns casos, as feiras livres estão na própria rua da escola), locais propícios para o trabalho das mais diversas disciplinas e do encaminhamento de variados projetos pedagógicos (linguagem, matemática, história, ciências etc). Se os agentes pedagógicos permitirem-se, neste caso, enxergar nas feiras livres uma possibilidade de redimensionamento dos trabalhos curriculares, é bem possível que novas motivações surjam no desenvolvimento das ações educativas.
E a feira livre é apenas um exemplo. Certamente, muitos outros surgirão quando todos se predispuserem ao conhecimento dos espaços externos à escola. Uma praça, uma igreja, um estabelecimento comercial, uma residência; é bem possível que muitos pontos possam surgir carregados de elementos de aprendizagens. Dessa aprendizagem próxima, que conta a história da região, significando-a e postulando elementos valorativos da cultura local.
Os tais mapas de apreensão do entorno serão guias carregados de conteúdos pedagógicos, se bem conduzidos por todos. Neste jogo de entendimento territorial, não é só a variável pedagógica que ganha. Ganham os processos de auto-estima, de valorização histórico-cultural das regiões e do desenvolvimento pessoal.
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