segunda-feira, 21 de março de 2016

A responsabilidade da Educação na formação de uma verdadeira consciência política

Nos últimos dias, entre estarrecidos e apreensivos, temos assistido a um sem número de fatos e versões que preocupam a ideia de uma gestão democrática e isenta de culpa na condução das coisas públicas, no Brasil. Nossa Pátria vestiu-se de cores nefastas e aqueles que buscam reflexões mais profundas decepcionam-se com a condução e a resolução dos fatos. Tudo parece vir a ser aquelas brigas de torcidas em estádios de futebol, tamanho o descompasso de argumentos e posicionamentos dos brigões.
É nessa hora que a Educação precisa dizer a que veio. Os agentes pedagógicos precisam assumir a responsabilidade de produzir conhecimentos e debates com isenção e a profundidade que o assunto exige.
Penso que esteja na Educação as possibilidades de vislumbrar novos tempos. Tempos em que as pessoas aprenderão, dentre outras coisas, que viver em um espaço democrático não significa poder fazer o que quer. E que, ao fazer o que se faz, estamos sujeitos a interpretações e opiniões as mais diversas... cabe-nos ter a consciência tranquila de sustentar as ações, embasadas nas premissas mais respeitadoras e fundamentais da vida coletiva. Nesse sentido, além do respeito, estão as variáveis da legalidade, da justiça e da honestidade.
A formação de uma verdadeira consciência política passa pelo exercício de uma mentalidade serena e calcada em valores como discrição e imparcialidade. Não há espaço, ao vislumbrar-se um espaço idealizado da boa consciência política, para demonstrações e atitudes passionais, que nos remetem, exatamente, às tais brigas nos estádios de futebol ditas acima. Se o que se busca é a resolução para um problema público, que guarda relações com posicionamentos de personagens políticos, não se pode cair na figura rasa de quem busca fazer o outro engolir seus preceitos e posicionamentos. Ou de quem cria manipulações para desvirtuar a elaboração das reflexões. Ou de quem se locupleta de benesses privilegiadas para fugirem a julgamentos pertinentes.
Como vivemos uma sociedade em que os agentes transgressores não se acusam - nem mesmo com comprovações exacerbadas -, à Educação caberá fornecer ferramentas e conhecimentos para que as futuras gerações visualizem os desmandos e posicionem-se com imparcialidade (mesmo que sejam contra seus parceiros), na busca de atitudes e leituras mais substanciais.
A ideia é a de que, em nosso posicionamento de Educadores, exercitemos nossa capacidade de raciocínio elaborado, para sobrepor-nos às picuinhas constantes. E, desse exercício, ficarmos mais preparados para alcançar a formação de uma geração que poderá atuar como agente transformadora.
Nada disso é fácil, uma vez que estamos, como todos, impregnados das parcialidades que aprendemos a defender. O que nos falta, à abertura do olhar e das compreensões, é entender que o papel do Educador é promover, verdadeiramente, os processos de transformações pessoais e sociais, para que as pessoas e as sociedades, verdadeiramente, sejam desenvolvidas.


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