segunda-feira, 27 de junho de 2016

A variável comportamental no processo de desenvolvimento humano

Vivemos tempos em que a formação técnica sobressai-se na verificação do desenvolvimento do ser humano. O sujeito é reconhecido pelos níveis de aspectos em seu currículo que atestam sua evolução e desempenho profissionais. Até entendo que é importante o quanto ele investiu na sua evolução técnico-profissional, mas o processo de desenvolvimento humano não é uma questão de mão única - é preciso que se verifique, à dimensão da formação técnica, o quanto foi investido, também, nas instâncias de evolução humana.
É aqui que entra a variável comportamental nas verificações de desenvolvimento. E entende-se, a propósito desta variável, o quanto de sua inteligência emocional está desenvolvida, nos aspectos de formação humana.
O sujeito é um ser complexo e suas relações do dia a dia também observam essa mesma complexidade. No cotidiano de seu viver, independente de o quanto está evoluído tecnicamente, é preciso associar os elementos de relações sociais, de integração humana e de equilíbrio emocional, que perfazem seus movimentos.
Sobretudo, porque vivemos em sociedade. E é em sociedade, que entram as considerações de humanidade, necessárias para as diversas apreensões das nossas trilhas. Sempre penso, nesse tópico, de um trecho do discurso da personagem de Charles Chaplin, no filme O Grande Ditador, em seus momentos finais: "... Mais do que de máquinas, precisamos é de humanidade..."... Para as máquinas e os sistemas, até nos detivemos bem, na elaboração e construção de seus processos; para as relações humanas, não nos esforçamos tão bem assim. Mal enxergamos o outro e sabemos de seus anseios. Mal cumprimentamos as pessoas que nos cercam (e quando o fazemos, é de um modo mecânico e desprovido de realidade). Mal sabemos o que fazer em situações reais de sociabilidade e de reconhecimento do outro.
E é, justamente, das apreensões dessas situações reais de sociabilidade e de reconhecimento do outro, que retiramos as competências e habilidades mais necessárias aos aprimoramentos de qualquer processo técnico e profissional. Todo e qualquer negócio deveria primar pela referência máxima de bem servir ao ser humano (que, normalmente, é chamado de cliente), em uma relação de satisfação e de contentamento tão perfeita o máximo possível, que esse mesmo ser humano transforme-se no principal divulgador do negócio. Ora, isso só é possível quando eu reconheço aquele dito cliente como um sujeito que é, dotado de emoções e de vicissitudes humanas, que apresenta uma teia de formações complexas e diversas, que precisa ser compreendido como tal.
É claro que a formação técnica e racional por que passamos é de suma essencialidade - é em nome dela, por exemplo, que consigo intelectualizar sobre as leituras que me chegam. O caminho é não priorizar essa ou aquela instância de desenvolvimento, mas associar aos nossos potenciais elementos do intelecto todas as variáveis de formação humana e emocional a que pudermos nos ater.

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