terça-feira, 21 de junho de 2016

Anotações - "Desejo, ética e razão"



Empresto o título da coluna do ex-jogador de futebol Tostão, publicada no último domingo no caderno de esportes do jornal Folha de S.Paulo (19/06/2016, Pág. B5). E empresto, também, o primeiro parágrafo, que preciso transcrever na íntegra:


"Os seres humanos, mesmos os mais íntegros, vivem divididos,
em conflito, entre o desejo, a ética e a razão, 
que, com frequência, não combinam.".

Referia-se o Mestre Tostão aos percalços da troca de treinador da Seleção Brasileira de Futebol, estabelecendo relações extremamente interessantes entre as três variáveis essenciais do desenvolvimento humano: o desejo, a ética e a razão. Somos movidos pelo desejo. É o desejo que nos conduz aos caminhos de nossa evolução. Mas é a ética, que nos baliza aos rumos que consideramos corretos, segundo padrões de comportamento; e é a razão, que nos conforta os pensamentos.
Embora lá na coluna do jornal a premissa fazia referência aos caminhos do futebol brasileiro, penso que, tanto o título quanto o primeiro parágrafo (acima transcrito) possam ser motes para todos os caminhos profissionais e sociais que resolvermos trilhar.
A propósito das três variáveis que dão título à coluna (e, por empréstimo, a esta publicação), é preciso que saibamos dar o direcionamento positivo aos nossos desejos - são eles que nos motivam, lembrem-se. É o desejo de algo - material ou não - que condiciona os movimentos de elaboração dos rumos concretos que deveremos percorrer. Mas nas trilhas que nos levam àquele rumo, é preciso respeitar os ditames legais estabelecidos por uma coletividade - é aqui que entra a ética. A razão está fundamentada nos princípios lógicos - calcados em um pensamento científico - de condução das ideias.
Não deveria ser difícil. O problema está quando esquecemos o senso de coletividade e dos respeitos devidos em nome de uma conveniência qualquer. Faço questão, com a devida leniência do Mestre Tostão, de transcrever, também, o último parágrafo de sua coluna. Penso que eu não saberia como concluir melhor:

"No esporte, o que mais estimula os atletas durante as partidas são a vitória e o sucesso.
Na emoção do jogo, no desejo de vencer,
os jogadores, sem querer ou querendo, esquecem a razão e a ética.
Isso não atenua a responsabilidade do jogador, que tem de ser punido por seus atos ilícitos.
O excesso de regrinhas atrapalha o jogo, mas, sem regras claras, é o caos.".


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