quinta-feira, 9 de junho de 2016

Anotações - Inteligência: não há atalhos

Confesso que a reportagem recente de um programa de televisão sobre a existência de pessoas que estão buscando meios artificiais para o alcance da inteligência deixou-me preocupado. Na reportagem, soube-se da existência de um mercado de compra e venda de produtos sintetizados (líquidos e comprimidos), que prometem redimensionar o movimento cerebral para tornar a pessoa, digamos, mais inteligente.
A reportagem ilustrou o tema com dois jovens que creem nesta solução; a ficção já nos havia apresentado o assunto, com o filme Sem limites, de 2011, com Bradley Cooper e Robert De Niro nos papéis principais. Quem assistiu a este filme, já deve ter antevisto o principal problema dessa artificialidade: para manter o benefício e o ritmo proporcionados pelo medicamento, o personagem principal precisa valer-se do remédio todos os dias, estampando uma situação de dependência química que já sabemos onde vai dar.
Na vida real, os jovens declararam tomar os medicamentos (isso mesmo, no plural - cada um deles vale-se de uma diversidade de remédios) todos os dias, já há algum tempo.
Alguns especialistas na área neurológica foram ouvidos no programa e declararam o que já se podia imaginar - não há comprovação científica que ratifique a ideia da busca de uma dependência química que acelere o processo de inteligência. Em suma, não há atalhos.
Em que pese, supondo as mais diversas razões, a possibilidade da comunidade científica não interessar-se por dar aval a esse mecanismo artificial, creio que, para aquisição e desenvolvimento da inteligência, não há atalhos mesmo.
A inteligência é o mecanismo de aprimoramento de quem estuda. Estudar compreende elaborações complexas, determinadas e esforçadas de busca de apreensões e de leituras sobre os mais diversos tópicos do mundo que nos cerca. Quanto mais significativos e pertinentes ao nosso desenvolvimento forem esses tópicos, tanto mais a capacidade de inteligência pode ser aprimorada.


 

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