segunda-feira, 13 de junho de 2016

Infância e o brincar

Os que trabalham com a Educação Infantil e pesquisam e estudam a importância do brincar no desenvolvimento das crianças sabem o quanto esse tema precisa ser, cada vez mais, dedicado às reflexões mais aprofundadas dos trabalhos com a Educação.
Vivemos uma época em que a ideia do brincar vem associada às variáveis de irresponsabilidade e falta de aprendizagem. Em algumas escolas, adiantam-se as referências dos processos de ensino nos trabalhos com as crianças pequenas - não é exagero dizer que crianças de quatro, cinco anos estão sendo submetidas a técnicas de repetição e de instrução, valorizando-se os pressupostos mecânicos de apreensão de conceitos. Temos registros de apostilas e de materiais paradidáticos como subsídios à Educação Infantil.
Em alguns casos, a despeito do dramatismo com que se veste esta informação, é possível pensar em uma situação de massacre, em que se esquecem as referências do que é importante para as crianças. A consequência é a imposição às crianças de um treino pedagógico inadequado para aquela idade. O cenário não é tranquilo de se analisar, uma vez que as próprias famílias, no afã de vangloriar-se das inteligências de seus rebentos, promovem, entre amigos que também têm filhos com idades semelhantes, competições absurdas de quem sabe mais.
É preciso que se respeite o caminho natural de evolução das crianças. E que, a propósito desse caminho natural, o brincar e os referenciais lúdicos não só fazem parte do desenvolvimento, como são facilitadores para apreensões que se fizerem necessárias mais tarde.
Ao brincarem, as crianças treinam mecanismos sociais, emocionais e psicológicos que terão importância fundamental nos caminhos de evolução. Nas brincadeiras, estão em jogo as compreensões de regras sociais, os treinos emocionais e um tanto de aprendizagem técnica, também. O brincar é uma variável tão natural, que as crianças nem precisam de muita coisa para entregarem-se às brincadeiras. Basta um estímulo bem direcionado - ou uma integração facilitada - e tudo pode acabar em uma gostosa brincadeira.
Do ponto de vista dos espaços escolares, é preciso valer-se do conceito que pode ser estabelecido nestas duas variáveis: brincar é importante; e as crianças não precisam de muita coisa para iniciar um espaço de brincadeira. Ora, cada vez mais, a Escola precisa assumir seu viés de um espaço privilegiado de favorecimento às instâncias de evolução pessoal. Está na Escola a possibilidade real de aprimoramento dos jovens (aprimoramento, no seu sentido máximo: social, cultural, acadêmico etc).
E, ao se trabalhar com crianças pequenas, a valorização e o estabelecimento de um espaço que propicie referências saudáveis do brincar e suas manifestações lúdicas é um caminho sólido de definição de um ser humano com mais preparo para os desafios que vierem pela frente.

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